06/11/2025
PAULINA CHIZIANE
Uma voz que cura, questiona, liberta e eterniza o coração de Moçambique no folhear de cada página.
Nasceu em 1955, na província de Gaza, Moçambique, e tornou-se a primeira mulher moçambicana a publicar um romance. Mas a sua história vai muito além desse título histórico: ela escreveu a alma de um povo com todas as suas dores, contradições e esperanças. Cresceu entre tradições orais e o peso do patriarcado, num país ainda em busca de sua identidade após a colonização.
Paulina Chiziane escreve com o corpo inteiro. A sua prosa mistura poesia, mito, religião, política e ancestralidade. Transforma cada página num espelho que reflecte a mulher africana, forte, múltipla, destemida , mas sempre viva.
Nas suas obras, o feminino não é idealizado, mas exposto em toda a sua complexidade: a mulher que ama e se submete, mas que também se rebela e renasce.
Paulina não tem medo de falar sobre temas que muitos evitam como: poligamia, racismo, desigualdade, espiritualidade, colonização, fé, poder, A condição da mulher africana, choque entre cultura tradicional e modernidade, espiritualidade, ritos, guerra e a reconstrução.
As suas obras: “Balada de Amor ao Vento” (1990), “Ventos do Apocalipse” (1996), “Niketche: Uma História de Poligamia” (2002), “O Alegre Canto da Perdiz” (2008), eternizam a conversa entre o passado e o presente, trazendo o reconhecimento merecido.
Em 2021, Paulina Chiziane eternizou mais uma vez o seu nome nos anais da história africana, ao receber o Prémio Camões, a mais alta distinção literária da língua portuguesa, tornando-se a primeira mulher africana a conquistar esse reconhecimento.
Mas, como ela mesma disse numa entrevista, “o prêmio é para todas as mulheres que, antes de mim, não puderam escrever”. Paulina é voz para muitas Mulheres.
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