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JESUS ESTÁ A VOLTAR - VIGIAI Por Moniz Sebastião "Igreja, desperta! Jesus está a voltar. Abandona as distracções e volta...
20/06/2025

JESUS ESTÁ A VOLTAR - VIGIAI

Por Moniz Sebastião

"Igreja, desperta! Jesus está a voltar. Abandona as distracções e volta ao teu propósito.
Aos cépticos, agnósticos, zombadores e ateus, deixo um aviso solene: haverá um dia em que todo o joelho se dobrará e toda a língua confessará — JESUS CRISTO É O SENHOR!"

A Bíblia é uma colecção de livros sagrados composta por diferentes autores, épocas e contextos históricos. Ainda assim, há entre eles uma unidade temática e teológica, construída em torno da revelação de Deus à humanidade. Assim como na construção de textos científicos se promove o diálogo entre autores diversos, também a leitura bíblica exige a escuta atenta das várias vozes que, inspiradas pelo Espírito, convergem numa mesma verdade: Jesus Cristo voltará. A esperança do Seu regresso percorre todo o Novo Testamento.

Nos evangelhos, Jesus alerta que o “Filho do Homem virá nas nuvens com poder e grande glória” (Mt 24:30), e exorta: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora virá o vosso Senhor” (Mt 24:42). Marcos e Lucas confirmam: “Então verão vir o Filho do Homem nas nuvens” (Mc 13:26), e “levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21:28).

Antes, porém, o próprio Jesus descreve os sinais que antecederiam a Sua vinda, conforme registrado em Mateus 24. Ele fala de falsos cristos que enganarão a muitos (Mt 24:5), de guerras e rumores de guerras (v.6), de nações contra nações e reinos contra reinos, fomes, pestes e terremotos em vários lugares (v.7), e alerta: “mas ainda não é o fim” (v.6b). Menciona perseguições, escândalos, traições, o aumento da iniquidade e o esfriamento do amor (v.9-12). E conclui: “Quando virdes todas estas coisas, sabei que Ele está próximo, às portas” (Mt 24:33). O aviso é claro: “Estai também vós preparados; porque o Filho do Homem virá à hora em que não pensais” (Mt 24:44).

Estes sinais não são mais apenas promessas futuras — eles estão à vista. A escalada de conflitos globais, a instabilidade climática, a degradação moral, o aumento das desigualdades e a recente pandemia da COVID-19 devem ser lidas como fortes alertas espirituais. A pandemia expôs, com clareza, a limitação da ciência, da política e da tecnologia diante de certos acontecimentos que transcendem o imaginário e a capacidade humana de resposta. O mundo estremeceu e percebeu que há forças que escapam ao nosso controlo. Quem tem ouvidos, ouça.

O apóstolo Paulo escreve com esperança e solenidade: “O Senhor mesmo descerá do céu [...] e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts 4:16), mas alerta: “O dia do Senhor virá como ladrão de noite [...] não durmamos como os demais, mas vigiemos” (1 Ts 5:2-6). Em 1 Coríntios, afirma: “Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados [...] ao som da última trombeta” (1 Co 15:51-52). Aos filipenses, recorda que “a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador” (Fp 3:20). E em 2 Tessalonicenses, aponta o dia em que Jesus será revelado com os anjos do seu poder para julgar os que rejeitaram a verdade (2 Ts 1:7-10).

Pedro, por sua vez, reconhece os escarnecedores dos últimos dias, que dizem: “Onde está a promessa da sua vinda?” (2 Pe 3:4), mas responde com firmeza: “O Dia do Senhor virá como ladrão” (2 Pe 3:10). Por isso, exorta: “Sede sóbrios e vigiai em oração” (1 Pe 4:7), e encoraja: “esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1:13).

A carta aos Hebreus lembra que Cristo “aparecerá segunda vez [...] aos que o esperam para salvação” (Hb 9:28), Tiago afirma que “a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5:8), e o Apocalipse declara: “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá” (Ap 1:7).

Diante desta verdade, a Palavra é clara: Jesus voltará. E o fará de forma súbita, visível e gloriosa. Por isso, hoje é tempo de vigiar, de viver sóbrios, com o coração em alerta e os olhos fitos no céu. É tempo de arrependimento. De abandonar as distrações, o pecado e a indiferença espiritual. O mesmo Cristo que subiu aos céus voltará. E quando isso acontecer, “todo o joelho se dobrará, e toda a língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor” (Fp 2:10-11). Que não sejamos apanhados desprevenidos. Vigia, pois, e arrepende-te, porque o Rei vem aí!

A TÚNICA COLORIDANa cultura judaica, mulheres virgens e princesas eram reconhecidas por suas vestes distintas, especialm...
26/05/2025

A TÚNICA COLORIDA

Na cultura judaica, mulheres virgens e princesas eram reconhecidas por suas vestes distintas, especialmente as túnicas coloridas. Essas vestimentas simbolizavam nobreza, pureza e um reconhecimento de posição especial. De forma semelhante, José, filho de Jacó, recebeu, ainda na infância, uma túnica colorida de seu pai, como símbolo de amor e predileção.

A Bíblia apresenta dois episódios marcantes relacionados ao uso dessas túnicas e as consequências de possuí-las: a história de José e a de Tamar, filha de Davi. Ambos enfrentaram violência e oposição, em parte devido à simbologia que suas vestes representavam.

Desde cedo, algumas pessoas manifestam sinais de grandeza ou singularidade, traços que podem prenunciar um futuro promissor. Esses sinais podem surgir na forma de habilidades excepcionais, carisma ou uma capacidade única de enfrentar adversidades. No entanto, tais qualidades, em vez de apenas inspirarem admiração, frequentemente despertam também inveja e ressentimento.

Essa verdade é evidenciada nas Escrituras:

Gênesis 37:3-4 (ACF)
"Israel amava mais a José do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente."

2 Samuel 13:18 (ACF)
"E trazia ela uma túnica de várias cores, porque assim se vestiam as filhas virgens dos reis, suas irmãs."

Esses relatos revelam uma realidade marcante: pessoas amadas e dotadas de dons e talentos extraordinários, que expressam pureza e nobreza (representadas pela "túnica de muitas cores"), frequentemente enfrentam oposição e ataques. O brilho de alguém pode ser fonte de inspiração para uns, mas motivo de incômodo e inveja para outros.

Por isso, é essencial aprender a lidar com os desafios que acompanham os dons e talentos concedidos por Deus. Seja inteligência, liderança, habilidades artísticas ou outro diferencial, é necessário maturidade para enfrentar as reações adversas, especialmente quando elas vêm de pessoas próximas, muitas vezes do próprio círculo de convivência.

A lição aqui é clara: reconhecer o valor dos dons que Deus te deu e usá-los com sabedoria, mantendo o foco no propósito maior para o qual foste chamado.

Vista a tua "túnica colorida" com coragem, confiança e determinação, lembrando que Deus não apenas escolhe, mas também capacita aqueles a quem confia um propósito. Lidar com oposição requer paciência, resiliência e uma firme convicção de que os dons recebidos não são apenas para benefício pessoal, mas para servir a um chamado divino.

Moniz Sebastião

DEUS GUIA-SE POR PADRÕES SUPERIORESA fé cristã não é uma chamada para a fuga do mundo, mas para a transformação dele. Em...
26/05/2025

DEUS GUIA-SE POR PADRÕES SUPERIORES

A fé cristã não é uma chamada para a fuga do mundo, mas para a transformação dele. Embora Deus nos oriente a não nos contaminarmos, a não adorarmos outros deuses e a apartarmo-nos do mal, Ele, por Sua soberania, pode nos colocar exactamente nesses ambientes. E não o faz para nos testar ou punir, mas para revelar Seu poder e fazer de nós instrumentos vivos da Sua glória.

Jesus usou duas metáforas poderosas para descrever o papel de Seus seguidores no mundo: o sal e a luz (Mateus 5:13-16). O sal, fora do alimento, não recebe atenção, mas sua ausência é imediatamente notada. Da mesma forma, a luz só faz sentido onde há trevas. Isso significa que a presença dos justos deve fazer a diferença em ambientes inóspitos e difíceis, mesmo quando eles não escolheriam estar ali.

1. Nada Acontece Sem a Permissão de Deus

A Bíblia é clara ao afirmar que ninguém pode fazer acontecer nada se Deus não permitir:

"Quem poderá falar e fazer acontecer se o Senhor não tiver ordenado? Por ordem do Altíssimo acontecem tanto as coisas boas como as más." (Lamentações 3:37-38)

Isso mostra que todas as circunstâncias estão sob o controlo divino. Deus não apenas conhece o futuro, mas já determinou o que deve acontecer. Muitas vezes, não compreendemos Suas razões, mas Ele mesmo afirma:

"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos." (Isaías 55:8-9)

Jesus reforçou essa verdade ao advertir Seus discípulos sobre as dificuldades que enfrentariam, mas garantindo que não estariam sozinhos:

"No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." (João 16:33)

E Paulo nos lembra que, apesar das adversidades, tudo está cooperando para um propósito maior:

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." (Romanos 8:28)

2. Daniel: Um Exemplo de Fidelidade em Meio à Adversidade

A história de Daniel ilustra esse princípio de forma magistral. Ele foi deportado para a Babilónia contra sua vontade, um jovem israelita levado para uma cultura pagã, cercado por idolatria e corrupção. No entanto, Deus não apenas permitiu essa circunstância, mas a usou para cumprir Seus planos.

Mesmo em um ambiente hostil, Daniel permaneceu fiel. Ele recusou-se a se contaminar (Daniel 1:8), manteve sua devoção a Deus diante das ameaças (Daniel 6:10) e, através de sua sabedoria e dons, tornou-se um agente da revelação divina. Deus o colocou na corte babilónica não para que ele apenas sobrevivesse, mas para que transformasse aquele lugar.

Daniel não apenas sobreviveu no exílio, mas tornou-se um canal da revelação divina. Sua presença na Babilónia fez com que reis pagãos reconhecessem o Deus Altíssimo (Daniel 2:47; 4:34-37; 6:25-27). Isso nos ensina que, muitas vezes, Deus nos coloca em circunstâncias difíceis não para nos prejudicar, mas para que Sua luz brilhe através de nós.

3.Fomos Escolhidos para Propósitos Superiores

Deus não age de maneira aleatória. Ele nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos parte de Seu plano:

"Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adoptados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade." (Efésios 1:4-5)

Isso significa que, mesmo quando não compreendemos, há um propósito superior para cada situação. O que Deus preparou para nós vai além da nossa compreensão humana:

"O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e não subiu ao coração do homem é o que Deus preparou para aqueles que o amam." (1 Coríntios 2:9)

Como propriedades exclusivas de Deus, selados com o Espírito Santo, devemos nos submeter a Sua vontade, pois somos barro nas mãos do oleiro (Jeremias 18:6). Não temos capacidade de resistir aos Seus desígnios, pois os dons que Ele plantou em nós são irrevogáveis (Romanos 11:29).

4. Disponhamo-nos para Ser Luz Onde Deus Nos Colocar

Sai de Luanda onde tinha a minha vida. Trabalho, família, amigos, planos e oportunidades. Vim ao Bié em circunstâncias inesperadas. Trabalhei para um projecto de onde tive más experiências. Desde lá tenho ponderado deixar o Bié e regressar a Luanda, minha terra natal. No entanto, todas as vezes que me preparo para isso, surgem oportunidades de trabalho que pouco me agradam. Trabalhei para um e, muito recentemente, estou a trabalhar em três simultaneamente. O meu coração não quer ficar, mas a missão parece atrair-me.

Hoje, no meu devocional habitual, decidi estudar a vida de Daniel em profundidade, e o que colhi foi um banho de iluminação divina que resultou nesse artigo.

Muitas vezes, queremos estar apenas em lugares confortáveis, mas Deus nos chama para sermos sal onde há necessidade de sabor e luz onde há trevas. O verdadeiro cristianismo não é uma vida de isolamento, mas de impacto. Deus, em Sua sabedoria, nos coloca onde Ele quer que brilhemos.

Por isso, antes de questionarmos "Por que estou aqui?", devemos perguntar: "O que Deus quer que eu faça aqui?"

Disponhamo-nos para que Deus nos use, até em ambientes onde não queremos permanecer. Afinal, tudo é graça, e até as circunstâncias menos simpáticas podem estar dentro do plano soberano de Deus para revelar Seu poder ao mundo.

Moniz Sebastião

OS CASAIS DEVEM PARTILHAR TODOS OS SEGREDOS?Entre a Verdade, o Silêncio e o AmorNo âmago de todo matrimónio repousa uma ...
26/05/2025

OS CASAIS DEVEM PARTILHAR TODOS OS SEGREDOS?
Entre a Verdade, o Silêncio e o Amor

No âmago de todo matrimónio repousa uma tensão permanente entre dois polos essenciais: a unidade e a individualidade. Esta dualidade levanta uma pergunta delicada e complexa: deverão os cônjuges partilhar absolutamente tudo ou é legítimo guardar certos segredos?

A resposta não é simples nem universal. Conforme a abordagem – filosófica, psicológica, teológica ou cultural – emergem diferentes nuances que desafiam leituras simplistas.

1. A Visão Ético-Moral Tradicional: A Verdade como Pilar

A tradição cristã e a ética clássica ensinam que o matrimónio é uma aliança de transparência e entrega total. Aristóteles, ao abordar a virtude da veracidade, e Tomás de Aquino, ao definir o amor como doação plena de si, sugerem que esconder a verdade pode ferir a confiança conjugal.

Nesse sentido, a Bíblia convida à honestidade e à integridade: “Falai a verdade cada um com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Efésios 4:25). No contexto conjugal, essa verdade é expressão de maturidade e comunhão profunda. Ainda assim, esta abordagem pode resvalar para o idealismo, ignorando as complexidades do íntimo humano.

2. A Perspectiva Existencialista: O Respeito pelo Mistério Pessoal

Filósofos como Kierkegaard e Gabriel Marcel sublinham que o ser humano é, por essência, mistério. Mesmo o amor mais profundo não confere o direito de invadir completamente a interioridade do outro. Marcel afirmava: “Amar é dizer ao outro: tu não morrerás”, mas esse amor supõe respeito pelos espaços sagrados da alma.

A Escritura reconhece esse mistério: “O coração conhece a sua própria amargura, e o estranho não se pode intrometer na sua alegria” (Provérbios 14:10). Há silêncios que não são omissão, mas reverência pelo indizível.

3. A Psicologia Relacional: Entre o Trauma e a Transparência

Estudos contemporâneos, como os de Esther Perel e John Gottman, destacam que a comunicação é vital para a longevidade das relações. Porém, alertam que a hipertransparência pode tornar-se tóxica. Nem tudo precisa de ser dito de imediato ou em toda a sua crueza. Há dores que precisam de amadurecer no silêncio antes de serem partilhadas.

A questão-chave torna-se então: aquilo que guardo no coração protege ou distancia o meu cônjuge?

4. O Olhar Bíblico e Teológico: Discernimento, Amor e Unidade

Na Bíblia, encontramos figuras que, por discernimento espiritual, temor ou prudência, não partilharam de imediato os seus dilemas com os cônjuges: Ana (1 Samuel 1), Maria (Lucas 1-2), Abigail (1 Samuel 25), Ester (Ester 2-7) ou José, esposo de Maria (Mateus 1:19).

Nenhum deles foi condenado pelo silêncio temporário; antes, foram guiados pela sabedoria do Espírito. “Há tempo de estar calado, e tempo de falar” (Eclesiastes 3:7). O silêncio aqui não é traição, mas escuta interior e espera pelo momento certo.

A unidade conjugal – ser “uma só carne” (Génesis 2:24) – não implica fusão anuladora, mas comunhão respeitosa, conduzida pelo Espírito Santo que guia “em toda a verdade” (João 16:13).

5. A Perspectiva Cultural Africana: O Silêncio como Sabedoria

Em muitos contextos africanos, o silêncio conjugal é visto como estratégia de preservação da harmonia. As mais velhas aconselham: “Nem tudo se diz ao marido.” Esta sabedoria ancestral, ainda que por vezes encubra relações assimétricas, também reflecte um conhecimento intuitivo sobre o poder destrutivo ou curativo da palavra.

O silêncio, neste contexto, é uma arte de equilíbrio – um modo de proteger o lar, sem necessariamente esconder a verdade.

6. Casos Bíblicos Reveladores: Entre o Silêncio que Salva e o que Mata

Há segredos que revelam sabedoria, como os de Abigail, que evitou uma tragédia familiar sem informar Nabal (1 Samuel 25), ou o de Ester, que escondeu sua origem até ao tempo certo (Ester 2:10).

Por outro lado, há ocultações destrutivas: Rebeca, ao conspirar contra Isaque e favorecer Jacó (Génesis 27), semeou divisão e sofrimento. Ou Raquel, ao esconder os ídolos do pai e mentir a Jacó (Génesis 31), comprometeu a confiança.

A lição é clara: “O prudente encobre o conhecimento, mas o coração dos tolos proclama a estultícia” (Provérbios 12:23). O segredo, por si só, não é virtude nem pecado – depende da intenção e do fruto que gera.

Em jeito de conclusão, pode-se afirmar que a maturidade conjugal não reside na ausência de segredos, mas na sabedoria de discernir o que deve ser partilhado, quando e como. O silêncio que protege o outro e amadurece o amor é diferente do silêncio que esconde, distancia ou sabota.

O matrimónio é uma caminhada espiritual, ética e emocional. Exige não apenas sinceridade, mas também prudência, empatia e escuta. Às vezes, amar é falar. Outras vezes, é calar. Muitas vezes, é orar antes de decidir o que fazer com a verdade que se carrega no coração.

Moniz Sebastião

O AMOR NÃO SE QUANTIFICAMuitos conflitos que estão na base de algumas crises conjugais decorrem de um falso sentido de j...
26/05/2025

O AMOR NÃO SE QUANTIFICA

Muitos conflitos que estão na base de algumas crises conjugais decorrem de um falso sentido de justiça originado pela percepção dos cônjuges. No seio dos relacionamentos, existe uma expectativa implícita de equilíbrio na troca de gestos de afecto, como se o amor pudesse ser medido e repartido em partes iguais. No entanto, _raramente o amor e os actos de carinho são oferecidos na mesma proporção pelos parceiros. Há, frequentemente, a tendência de um dar mais que o outro_, o que pode gerar sentimentos de injustiça e frustração.

Entretanto, _quem oferece mais, em termos de quantidade, não necessariamente ama mais_. Muitas vezes, a diferença reside na natureza individual de cada um. _Algumas pessoas têm uma maior predisposição para demonstrar afecto de forma abundante, enquanto outras, ainda que sintam profundamente, expressam seus sentimentos de maneira mais contida. O facto de alguém oferecer menos não é, necessariamente, um reflexo de egoísmo ou falta de amor, mas sim da sua capacidade emocional e da forma como aprendeu a amar._

Podemos ilustrar essa dinâmica com um exemplo prático: se pegarmos uma garrafa de um litro de água e despejarmos todo o seu conteúdo em um copo de 200 mililitros, o copo enche e transborda, desperdiçando o excesso. Se, em seguida, tentarmos devolver a água do copo para a garrafa, esta última não ficará cheia. O copo deu tudo o que tinha, mas a garrafa, que inicialmente era capaz de dar muito mais, pode sentir-se injustiçada por receber de volta uma quantidade menor. Essa analogia ajuda-nos a compreender que, nos relacionamentos, um pode ter mais para oferecer do que o outro, e isso não significa que o amor seja menor ou desigual — apenas que cada um tem uma capacidade diferente de dar.

Se compreendermos que as pessoas possuem temperamentos distintos, foram educadas em contextos diferentes e interpretam o mundo à sua maneira, poderemos evitar cobranças desnecessárias e construir relações mais saudáveis. O amor não é uma troca exacta de gestos e palavras; é um compromisso baseado na aceitação, no respeito e na disposição de entender a individualidade do outro. Quando nos libertamos da necessidade de medir e comparar o amor, damos espaço para que ele floresça de maneira mais genuína e harmoniosa.

Moniz Sebastião

O PERIGO DE JULGAR SEM CONHECER O CONTEXTOHá uma história didáctica que ilustra o perigo de julgar o comportamento dos o...
26/05/2025

O PERIGO DE JULGAR SEM CONHECER O CONTEXTO

Há uma história didáctica que ilustra o perigo de julgar o comportamento dos outros sem antes analisarmos o contexto e as circunstâncias de uma acção.

_Certo dia, um homem viajava de avião de uma cidade para outra, acompanhado de três crianças, sendo uma delas de colo. Durante a viagem, já na calada da noite, no momento em que quase todos os passageiros dormiam, a criança de colo começou a chorar. Com o passar do tempo, os choros e gritos intensificaram-se, tornando-se cada vez mais perturbadores para os demais passageiros._

_Aos poucos, o desconforto generalizou-se. Alguns passageiros começaram a murmurar, outros, mais impacientes, dirigiram palavras duras ao homem, acusando-o de ser um pai negligente e permissivo. "Como é possível que uma criança chore tanto e o pai nada faça para acalmá-la?", questionavam indignados._

_Sob intensa pressão e visivelmente aflito, o homem ergueu-se, respirou fundo e, com a voz embargada, pediu desculpas a todos. Em seguida, explicou: "Esta criança é minha filha. Sua mãe está no porão deste avião... Ela faleceu recentemente, e estamos a trasladar o corpo para nossa cidade, onde será sepultada. Peço desculpas pela minha falta de jeito, mas, sinceramente, não sei o que fazer."_

_O silêncio tomou conta da cabine. As expressões de irritação transformaram-se em olhares de compaixão e arrependimento. Uma senhora, que também levava um bebê ao colo, ofereceu-se para amamentar a criança, percebendo que o choro poderia ser de fome. Outros passageiros pediram para aconchegar as duas crianças mais velhas, tentando confortá-las diante da dor que enfrentavam. O que antes era um cenário de impaciência e hostilidade transformou-se em uma onda de solidariedade, compreensão e empatia._

A situação em si não mudou, mas a perspectiva e a atitude dos passageiros mudaram completamente ao entenderem o contexto por trás do que viam. Esse episódio revela uma lição valiosa: quantas vezes julgamos os outros sem conhecer suas histórias? Quantas vezes nossas opiniões precipitadas acrescentam peso à dor alheia?

Antes de julgar, procure compreender. Desenvolver empatia, tolerância e respeito pelo sofrimento dos outros torna-nos pessoas mais humanas e menos apressadas em apontar dedos. Afinal, nunca sabemos que batalhas os outros estão a enfrentar.

Moniz Sebastião

QUE PALAVRAS VOCÊ DECLARA SOBRE SUA PRÓPRIA VIDA?A Bíblia afirma, com clareza e firmeza: “A morte e a vida estão no pode...
26/05/2025

QUE PALAVRAS VOCÊ DECLARA SOBRE SUA PRÓPRIA VIDA?

A Bíblia afirma, com clareza e firmeza: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto” (Provérbios 18.21). Este versículo nos confronta com uma verdade muitas vezes negligenciada: as palavras que proferimos têm o poder de edificar ou destruir, curar ou ferir, levantar ou derrubar. Em tempos difíceis, o que você diz sobre si mesmo pode ser a diferença entre a derrota e a vitória, entre se afundar e permanecer de pé.

O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, com a capacidade única de se expressar verbalmente e de moldar o mundo à sua volta com as palavras. Somos filhos de um Deus que criou todas as coisas pela Palavra. Isso significa que as nossas declarações não são meros sons, mas sim sementes espirituais com poder de gerar realidades.

No entanto, desde a Queda, o pecado obscureceu a identidade do homem e distorceu o uso da palavra. Em vez de declarar vida, o homem passou a murmurar, a amaldiçoar, a duvidar. O diabo, inimigo da alma, sabe disso e trabalha incansavelmente para roubar a consciência da nossa identidade em Deus, usando as circunstâncias adversas para nos calar ou nos fazer declarar mentiras sobre nós mesmos.

Este texto é um convite à reflexão e à prática: o que você tem declarado sobre sua vida? O que sua boca profere em meio à dor, à crise, à solidão? A Palavra de Deus nos chama à responsabilidade de falar com fé, declarar a verdade, confessar a nossa filiação divina mesmo nos dias mais sombrios.

1. Desperte sua alma para a verdade – Aprenda com David

“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.” (Salmo 103.1)

David entendia que, em tempos de aflição, o primeiro inimigo a ser vencido está dentro de nós: a alma abatida, esquecida dos benefícios de Deus. Por isso, ele fala consigo mesmo, convoca sua alma à adoração, à lembrança, à fé. Suas palavras actuam como despertador espiritual.

2. Declare sua esperança – A firme confissão de Job

“Porque eu sei que o meu Redentor vive…” (Job 19.25)

Em meio à tragédia, Job não silenciou sua fé. Ele falou, e essa declaração atravessou séculos como testemunho de que a esperança verbalizada tem poder de sustentar a alma. Job escolheu declarar vida, mesmo cercado pela morte.

3. Reconheça quem você é – A volta do filho pródigo

“Levantar-me-ei e irei ter com meu pai…” (Lucas 15.18)

Mesmo sujo, ferido e envergonhado, o filho pródigo falou consigo mesmo. Sua decisão começou com uma frase – uma declaração de volta à origem, de reconexão com a identidade. O pecado o afastou, mas a palavra o reposicionou.

4. Declare o milagre – A mulher do fluxo de sangue

“Se eu apenas tocar nas suas vestes, serei curada.” (Marcos 5.28)

Ela não gritou, mas também não se calou. Sua declaração interior, silenciosa, moveu o céu e tocou o poder de Deus. A fé falada, ainda que em pensamento, atrai o sobrenatural.

5. Crer é falar – O princípio vivido por Paulo

“Cri, por isso falei.” (2 Coríntios 4.13)
“Com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação.” (Romanos 10.10)

Paulo revela o princípio essencial da fé cristã: ela nasce no coração, mas ganha forma com a boca. O silêncio, muitas vezes, é cúmplice da incredulidade. A fé exige voz, exige confissão. Se você crê, fale!

6. Lute pela sua identidade – Recuse o silêncio imposto pela dor

Jesus nos advertiu: “Neste mundo tereis aflições…” (João 16.33). Diante disso, o desafio é não permitir que a dor dite nossas palavras. A aflição tenta calar o filho de Deus. Mas é justamente nessa hora que precisamos nos levantar e dizer: “Eu sou filho! Eu sou amado! Eu sou herdeiro!” As palavras são armas na batalha da fé.

7. Porque crer também é falar: a atitude de Josué e Caleb

Diante da terra prometida, enquanto a maioria dos espias trouxeram relatórios de medo e incredulidade, Josué e Caleb decidiram ver com os olhos da fé. Eles reconheceram os desafios, mas não se deixaram dominar por eles. Ao invés de murmurar, declararam com ousadia: “Subamos animosamente e possuamo-la em herança; porque certamente prevaleceremos contra ela” (Números 13.30). Essa atitude de confiança e positividade foi recompensada: todos os outros pereceram no deserto, mas Josué e Caleb entraram na terra prometida. Isso nos ensina que ganha-se mais tendo fé e sendo optimista do que sendo céptico e pessimista. O que sai da nossa boca pode definir o rumo da nossa jornada.

8. Um testemunho pessoal: palavras que moldaram a realidade

Na realidade, as muitas coisas que vivo hoje são fruto de declarações de fé que fiz há muitos anos, nos momentos mais desafiadores da minha vida, quando ainda vivia sob dependência de outras pessoas. Escrevia os meus sonhos nas paredes do quarto, lia-os e recitava-os o tempo todo. Às vezes, falava aquilo durante as pregações. Confesso que em certos momentos achava que estava a exagerar e sentia receio de que tais declarações proféticas não se cumprissem. No entanto, a minha confiança em Deus era superior aos meus medos e às dúvidas que o inimigo me lançava com os seus dardos inflamados.

Hoje, olhando para trás, vejo que aquelas palavras não foram em vão. Eram sementes plantadas em solo fértil de fé. Deus honrou cada declaração feita com sinceridade, mesmo quando tudo ao redor parecia contradizer o que eu dizia. A Palavra teve poder. A fé falou mais alto. A realidade obedeceu.

Em conclusão, escolha declarar vida.

A pergunta permanece: Que palavras você tem proferido sobre si mesmo? São palavras de fé ou de medo? De identidade ou de confusão? De vida ou de morte?

Não se cale. Não se condene. Fale à sua alma. Declare com fé. Confesse com gratidão. Você é filho de Deus. A sua boca deve reflectir essa verdade todos os dias, especialmente nos dias maus.

Diga com ousadia: Sou filho de Deus. Sou amado eternamente. Sou herdeiro das promessas. A minha boca profere vida, e não morte.

Porque crer também é falar.

Moniz Sebastião

O SILÊNCIO DE DEUS É UMA BÊNÇÃONo meu devocional desta manhã, fui profundamente impactado pela mensagem do reverendo Her...
26/05/2025

O SILÊNCIO DE DEUS É UMA BÊNÇÃO

No meu devocional desta manhã, fui profundamente impactado pela mensagem do reverendo Hernandes Dias Lopes, pastor presbiteriano brasileiro, reconhecido pela sua lucidez, sabedoria e fidelidade ao texto bíblico. Com uma pregação centrada na Palavra, HDL — partilhou uma reflexão com o título "Agradeça o não de Deus e veja o milagre", disponível no YouTube, com cerca de 26 minutos de duração. A mensagem é uma provocação à nossa lógica humana, que muitas vezes insiste em confundir bênçãos com conquistas, respostas com confirmações, e silêncio com ausência.

Citando o também pastor presbiteriano Josué Rodrigues, Hernandes reforça que “portas abertas e portas fechadas por Deus são a mesma coisa”. E vai mais longe ao afirmar que “o não pode ser a maior expressão da misericórdia de Deus”*. De forma ponderada, mas incisiva, adverte: “Não é sábio arrombar portas que Deus fecha.”

Essas palavras despertaram em mim o desejo de investigar, à luz das Escrituras, o valor do silêncio e da negação divina. À primeira vista, ouvir um “não” de Deus ou experimentar Seu silêncio pode parecer rejeição ou castigo. Mas será mesmo?

A Bíblia é clara ao advertir que “há caminhos que ao homem parecem retos, mas ao final conduzem à morte” (Provérbios 14:12). Esta é uma das mais profundas revelações da limitação humana. Somos prisioneiros da memória do passado, da consciência limitada do presente e da ilusão sobre o futuro. Aquilo que hoje nos parece indispensável pode ser, na verdade, o início da nossa queda.

Tiago também nos exorta: *“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”* (Tiago 4:3). Ou seja, _nem sempre o que pedimos é o que realmente precisamos_. Há um abismo entre desejos e necessidades. E o Pai, que é bom, muitas vezes responde com silêncio ou negação, não por indiferença, mas por amor.

A Bíblia apresenta vários episódios em que pedidos insistentes resultaram em tragédias:

1. Sansão, juiz separado por Deus desde o ventre, ignorou a orientação dos pais e insistiu em se casar com uma mulher filisteia (Juízes 14). Forçou um "sim" onde Deus dizia "não". O fim foi trágico: cegueira, humilhação e morte precoce.

2. O filho pródigo (Lucas 15:11-32), impaciente, exigiu sua herança antes do tempo. Pensando saber o que era melhor para si, mergulhou na miséria, solidão e humilhação. Só reencontrou dignidade ao regressar ao pai.

3. O profeta Elias, abalado por perseguições e ameaças, pediu a morte (1 Reis 19:4). Mas Deus, que vê além da dor do momento, preparava para ele algo maior: não a morte, mas a transladação gloriosa ao céu, sem provar a morte (2 Reis 2:11).

Essas narrativas mostram que a vontade de Deus — embora nem sempre compreensível de imediato — é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2). Elas ensinam-nos que confiar em Deus é sempre o melhor caminho, mesmo quando não entendemos Seus silêncios.

É verdade que Jesus nos ensina a orar com perseverança: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mateus 7:7). No entanto, o mesmo Jesus ensina a orar dizendo: “Seja feita a tua vontade” (Mateus 6:10). A oração não é um meio de manipular Deus, mas um espaço de entrega.

Paulo, escrevendo aos Romanos, reconhece que *“não sabemos orar como convém”*, mas o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Romanos 8:26). Isso porque o coração humano é enganoso (Jeremias 17:9), e muitas vezes não sabemos discernir entre o que é pão e o que é pedra, entre o que é bênção e o que é armadilha.

Jesus reforça isso ao dizer: “Qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe o filho pão, lhe dará uma pedra? [...] Ora, se vós, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus...” (Mateus 7:9-11). O Salmo 24:1 nos lembra que tudo pertence ao Senhor — o mundo, os seus habitantes e a plenitude da terra — logo, Ele conhece e governa sobre todas as coisas.

É por isso que Jeremias, profetizando em nome de Deus, declarou: “Eu é que sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jeremias 29:11). E Isaías completa com uma revelação avassaladora: “Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos” (Isaías 55:8-9).

O silêncio de Deus, então, pode ser um escudo. Uma protecção contra os nossos próprios impulsos. Uma pausa necessária para amadurecermos. Uma bênção disfarçada.

Quantos pais, mesmo desejando ver seus filhos felizes, adiam presentes porque sabem que o tempo ainda não é apropriado? Um skate pode ser perigoso numa rua movimentada. Um carro veloz pode ser fatal para um adolescente impetuoso. O amor não é permissividade. O verdadeiro amor protege, corrige, adia — se necessário — e até cala.

Deus é esse Pai. Amoroso, presente e zeloso. E quando Ele silencia, não é porque está ausente. É porque está cuidando.

Em tempos de incertezas, perdas ou portas fechadas, que possamos lembrar: a nossa vida está nas mãos d’Aquele que tudo vê. E isso é suficiente para descansarmos.

O silêncio de Deus é, sim, uma bênção.

Moniz Sebastião

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