20/10/2025
                                            SEJA UM REBELDE LÚCIDO
O nosso dilema: continuar ajoelhados ou levantar-nos como povo livre?
> “O homem nasce livre, mas por toda a parte encontra-se acorrentado.” — *Jean-Jacques Rousseau*
Nós, angolanos, vivemos hoje o mais profundo dos dilemas: continuar a ser (des)governados por um regime tirânico e cleptocrático, mascarado de democracia, ou erguermo-nos contra o sistema e lutar pela construção de um Estado verdadeiramente livre, justo e humano.
Dilema, segundo o dicionário, é uma situação sem saída satisfatória. Mas em Angola, a verdadeira tragédia é que nos habituámos à insatisfação. O sofrimento tornou-se rotina; a injustiça, cultura; e a submissão, método de sobrevivência.
Como bem observou Noam Chomsky, “a manipulação das consciências é a forma mais eficaz de dominação”.
E é precisamente isso que enfrentamos: um sistema que nos quer dóceis, desinformados e gratos por migalhas, enquanto poucos decidem o destino de milhões.
Maquiavel ensinou que quem controla o medo, controla o poder. Por isso, o regime alimenta o medo, medo de falar, de pensar, de sonhar, de agir. Mas esquece-se de um princípio eterno, lembrado por Sócrates: _“Nenhum poder é mais forte do que a consciência desperta.”_
Penso que a nossa luta já não é apenas política, é certamente moral e filosófica.
_Queremos continuar como súbditos obedientes ou assumir-nos como cidadãos conscientes do nosso próprio valor?_
_“Cada geração deve descobrir a sua missão, cumpri-la ou traí-la.”_ *Frantz Fanon*. E a nossa missão é clara: libertar Angola da ilusão da independência, da escravatura mental e da corrupção institucionalizada que nos mantém reféns há meio século.
A verdadeira independência não se mede por bandeiras nem hinos mede-se pela coragem de um povo em dizer basta.
> Rebeldia é pensar livremente num país habituado a obedecer.
> Lucidez é o primeiro passo da nossa libertação.