
28/07/2025
REFLEXÃO SOBRE A CONVULSÃO SOCIAL EM ANGOLA
Há cinco anos, fiz uma abordagem sobre o risco de uma convulsão social no nosso país. Volto a falar, porque os fenômenos que então identifiquei continuam vivos e pulsantes no chão da nossa sociedade: a exclusão social, a ausência de mobilidade entre as classes, a manutenção do poder a qualquer custo e a má governação são realidades que assolam o povo angolano, especialmente a juventude — que representa o futuro da nação.
A juventude angolana já nasceu enfrentando essas feridas abertas no tecido social.
Como disse o Dr. Jonas Savimbi (em memória):
“Nenhuma arma do mundo é capaz de calar a vontade do povo.”
O povo é soberano.
Os acontecimentos trágicos de hoje são mais do que uma paralisação — são a expressão de uma convulsão social em estado bruto, potencialmente a mais grave já vivida em Angola. Ainda que eu acredite que esta violência não reflita a vontade genuína do povo, há sinais de mãos invisíveis, forças ocultas e inimigos da democracia, que tentam adiar, mais uma vez, o sonho dos angolanos: a alternância do poder político.
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Aos líderes do Governo do MPLA:
Teimoso sofre.
• Parem de usar a força contra o povo.
• Parem de violar os direitos constitucionais.
• Parem de impedir a manifestação pacífica dos cidadãos.
Respeitem o direito à autodeterminação do povo — não apenas no ato de protestar, mas também no exercício livre e transparente do voto.
Não adulterem os resultados das eleições!
Quem o povo escolher deve governar.
Se persistirem na fraude eleitoral, a convulsão social que hoje se desenha na capital poderá alastrar-se por todo o território nacional, com consequências imprevisíveis.
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Aos governantes e políticos:
• Ouçam o povo.
• Pensem no país, não no vosso partido.
• Sejam líderes, não apenas ocupantes de cargos.
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À juventude angolana:
• Vamos agir com sabedoria.
• Não à violência — sim à organização e à reforma.
• Lutemos por reformas políticas, sociais e econômicas reais.
Se este país é deles, é muito mais nosso.
O futuro exige de nós coragem, inteligência e ação.
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Pensar Angola é pensar em nós.
Pensar Angola é construir um futuro justo.