24/08/2025
Reflexão sobre o
O evento tinha como missão central a solidariedade expressa através da entrega de donativos. Infelizmente, essa essência foi em grande parte negligenciada. Observou-se que muitos artistas estavam mais empenhados em garantir a sua atuação do que em contribuir para o verdadeiro propósito do encontro: estender a mão a quem precisa.
É preciso sublinhar que o palco não deve ser prioridade quando a causa é humanitária. A música é importante, mas, neste contexto, deveria ser apenas a ponte para mobilizar corações e despertar a generosidade, e não a razão maior da presença dos músicos.
Outro aspecto preocupante foi a evidente falta de organização. Não se pode realizar um evento desta dimensão sem listas claras de atuação e horários bem definidos. Quando não existe ordem, cria-se espaço para pressões desnecessárias, para músicos que querem subir ao palco fora do tempo, exigindo que se “apague um” para “meter outro”. Isso não só atrapalha o andamento do espetáculo, como mancha a seriedade do evento.
É urgente que os próximos shows tenham planeamento rigoroso, com lista oficial dos artistas e sequência respeitada, evitando improvisos que abrem portas ao desrespeito e à indisciplina.
Também é importante frisar: artistas que circulam sem rumo, que esperam ser chamados ou que exigem ser procurados para subir ao palco, revelam falta de profissionalismo. Este tipo de postura compromete não só a imagem individual de cada músico, mas também a credibilidade de um evento que carrega um nome tão nobre como “solidariedade”.
É hora de os nossos músicos compreenderem que a fama e a visibilidade só têm real valor quando servem para impactar vidas positivamente. O espetáculo passa, mas o gesto de solidariedade f**a na memória de quem recebeu ajuda.
Solidariedade não é palco, é entrega.
Solidariedade não é vaidade, é responsabilidade.