24/07/2025
Ao clarear do dia no rincão sagrado,
o galo canta firme, num tom abençoado.
O mate já chia na cambona fumegante,
e o céu se derrama num azul deslumbrante.
O campo se espreguiça sob o véu da alvorada,
e a alma se aquieta — a lida está chamada.
Gaudério se levanta, chapéu firme na testa,
pois Deus lhe deu o dia, e nisso há uma festa.
Nosso Senhor campeia pelas coxilhas em flor,
abençoa o que planta, acalenta a dor.
E cada novo sol que desponta no sul
é a mão do Criador, tão forte quanto um urso bravio.
Deus mora na brisa que sopra no potreiro,
na reza singela ao pé do candeeiro.
Mora na fé simples do peão que agradece,
e no céu que se abre, quando a tormenta fenece.
Desperta, gaudério! Que o dia é presente,
de um Pai que é bondoso, justo e clemente.
Na cruz e na terra, seguimos o trilho —
Deus sempre adiante, e nós no seu brilho.