
25/08/2025
Muitos pentecostais interpretam o “batismo com fogo” como uma bênção extra de poder espiritual, mas o texto bíblico não permite essa leitura. Em Mateus 3:11-12, João Batista declara: “Eu os batizo com água, em sinal de arrependimento. Mas em breve virá alguém mais poderoso que eu... Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele está pronto para separar o trigo da palha, com a pá em sua mão. Juntará o trigo em seu celeiro, mas queimará a palha no fogo que nunca se apaga” (NVT).
No grego, a construção ἐν πνεύματι ἁγίῳ καὶ πυρί (“com o Espírito Santo e fogo”) liga os dois batismos de forma distinta. João não está dizendo que o mesmo grupo recebe ambos, mas que há dois destinos diferentes: os que são regenerados pelo Espírito e os que serão consumidos pelo fogo. O versículo 12 esclarece sem deixar dúvidas: o “trigo” é recolhido, a “palha” é queimada. Esse fogo, portanto, não é poder espiritual, mas juízo escatológico.
Essa interpretação é reforçada pela recorrência do “fogo” nas Escrituras como símbolo da ira divina (Isaías 66:15-16; Malaquias 4:1; 2 Tessalonicenses 1:7-8). Quando Paulo fala do juízo final, usa imagens semelhantes: “Ele trará julgamento com chamas de fogo e infligirá castigo eterno” (2 Tessalonicenses 1:8, NVT). Logo, entender o batismo com fogo como bênção é ignorar o contexto imediato e toda a teologia bíblica.
A teologia pentecostal, ao transformar esse fogo em uma experiência mística de êxtase e dons, desvia a verdade e cria expectativas que o texto nunca prometeu. O crente deve buscar ser cheio do Espírito Santo (Efésios 5:18), mas jamais desejar o fogo, pois este é reservado aos que rejeitam a Cristo.
A exegese fiel nos mostra que o “batismo com o Espírito Santo” é vida, enquanto o “batismo com fogo” é condenação. Duas realidades distintas, dois destinos eternos. O evangelho não promete experiências emocionais, mas salvação em Cristo para os que creem.
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