18/07/2025
Explosão de casos e mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave acende alerta na região de Rio Preto (SP)
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tem causado preocupação crescente em São José do Rio Preto (SP) e em toda a região, com um aumento expressivo de casos, internações e mortes neste ano. Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que, até esta sexta-feira (18/07/2025), o Departamento Regional de Saúde 15 (DRS-15), com sede em Rio Preto e abrangência em 102 municípios, já registra 3.410 casos confirmados da doença, 896 internações em UTI e 34 mortes desde janeiro.
Entre as cidades mais afetadas da região estão Guapiaçu e Potirendaba (SP), ambas com 8 óbitos pela doença. Em Guapiaçu, foram 70 casos registrados e 15 internações em UTI. Já em Potirendaba, os números são ainda mais alarmantes: 145 casos, 8 mortes e também 15 pacientes internados em estado grave. Em Bady Bassitt, chama a atenção a quantidade de internações, com 21 pessoas em UTI, além de 93 casos confirmados e 6 óbitos.
Na maior cidade do noroeste paulista, Rio Preto, os números são extremamente preocupantes. Nestes sete meses do ano já são 1.312 casos, 148 mortes e 422 pacientes internados.
No total, o estado de São Paulo já acumula 39.285 casos de SRAG e 3.426 mortes, com 11 mil pessoas internadas em unidades de terapia intensiva. A doença, que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos como vírus e bactérias, acomete principalmente o sistema respiratório, provocando inflamação nos pulmões, insuficiência respiratória e, nos casos mais graves, a morte.
Segundo o infectologista, Rafael Pires, diz que a doença é extremamente perigosa, especialmente para grupos de risco. “Idosos, pessoas com doenças crônicas como diabetes, asma, problemas cardíacos ou imunidade baixa são os mais vulneráveis. É fundamental que essas pessoas mantenham as vacinas em dia, como a da gripe e da COVID-19, e busquem atendimento médico ao primeiro sinal de dificuldade respiratória”, alerta.
Rafael também destaca que há vacinas que ajudam a prevenir alguns dos agentes causadores da SRAG, como os vírus Influenza e o SARS-CoV-2. “Não são todas as causas que têm vacina, mas se proteger contra a gripe e a COVID-19 já reduz signif**ativamente os riscos de evoluir para casos graves de SRAG”, completa.
A escalada de mortes tem deixado famílias devastadas na região. Em Guapiaçu, uma família perdeu recentemente o pai, de 66 anos, que havia se queixado de cansaço e febre. Mesmo vacinado contra a gripe, ele foi internado com sintomas de falta de ar e febre alta e, em poucos dias, não resistiu. “Foi tudo muito rápido. Pensamos que fosse só uma gripe forte, mas ele não voltou para casa”, contou a filha, emocionada.
Com a persistência do tempo seco e a circulação de vírus respiratórios, autoridades de saúde reforçam o alerta: manter a vacinação atualizada, higienizar as mãos frequentemente e evitar aglomerações em ambientes fechados são medidas essenciais para conter o avanço da doença.
A Secretaria de Estado da Saúde informa que segue monitorando os casos e que, mesmo com a diminuição da atenção pública após a pandemia de COVID-19, a SRAG continua sendo uma ameaça séria, especialmente em períodos de maior circulação viral. A recomendação é que qualquer sintoma respiratório mais intenso, como tosse persistente, febre alta ou falta de ar, seja investigado imediatamente em uma unidade de saúde.
Por Luiz Aranha/Gazeta do Interior