08/08/2025
O desaparecimento de cargueiro da Varig segue sem solução após décadas
Um dos episódios mais enigmáticos da história da aviação ainda permanece sem resposta. Trata-se do sumiço do avião cargueiro Boeing 707 da companhia aérea brasileira Varig, registrado em 30 de janeiro de 1979, durante o voo RG 967.
A aeronave partiu do Aeroporto de Narita, em Tóquio, com destino final ao Rio de Janeiro. Estava prevista uma escala em Los Angeles, nos Estados Unidos, para reabastecimento. Aproximadamente meia hora após a decolagem, o avião desapareceu completamente dos radares, e nenhuma outra comunicação foi feita com os controladores de tráfego aéreo.
O último contato com a torre foi realizado pelo comandante Gilberto Araújo da Silva, informando a posição da aeronave. O segundo contato, que ocorreria cerca de uma hora depois da decolagem, jamais aconteceu. Estima-se que o desaparecimento ocorreu a cerca de 500 quilômetros da costa japonesa, sobre o oceano Pacífico.
Com o sumiço da aeronave, as autoridades japonesas iniciaram buscas logo na manhã seguinte, já que o incidente ocorreu à noite. As operações de resgate concentraram-se na área onde o avião teria desaparecido, mas nenhuma evidência foi encontrada: não houve registro de destroços, manchas de combustível ou corpos dos tripulantes.
Com o passar do tempo, a região de busca foi ampliada, porém, mesmo após meses de investigações, nenhuma pista foi descoberta. A Varig divulgou, à época, que não foi possível identificar qualquer causa para o ocorrido, e o caso permanece oficialmente sem explicações.
A bordo estavam seis membros da tripulação: os comandantes Gilberto Araújo da Silva e Erni Peixoto, os copilotos Evans Braga e Antonio Brasileiro da Silva Neto, e os engenheiros de voo Nicola Esposito e José Severino de Gusmão Araújo.
Curiosamente, o comandante Gilberto Araújo da Silva já havia protagonizado outro incidente grave anos antes. Em 1973, ele pilotava um Boeing 707 no voo RG 820, que voava do Rio de Janeiro para Paris e seguiria para Londres. Próximo ao Aeroporto de Orly, um incêndio se iniciou na cabine de passageiros, supostamente causado por uma bituca de cigarro descartada de forma inadequada.
A fumaça densa obrigou o piloto a realizar um pouso de emergência em um campo próximo ao aeroporto. O acidente foi trágico, com 123 vítimas fatais, a maioria por inalação de fumaça. Sobreviveram o comandante, nove tripulantes e um único passageiro.
Apesar dos esforços de busca e investigações posteriores, o desaparecimento do voo RG 967 permanece um dos maiores mistérios da aviação internacional, sendo frequentemente comparado ao sumiço do voo MH370 da Malaysia Airlines, ocorrido em 2014, que também desapareceu sem deixar rastros.
Foto: Reprodução/Wikipédia