26/11/2025
🇧🇷⚖️ O Senado ressuscitou uma velha obsessão da classe política: remodelar o país do jeito que melhor garanta sobrevivência aos próprios caciques. A PEC 12/2022, que pode acabar com a reeleição para presidente, governadores e prefeitos, está sendo negociada a portas fechadas. O relator Marcelo Castro conversa daqui, Davi Alcolumbre aperta dali, e a engrenagem segue girando.
Mas o que deveria ser um debate sério sobre modelo de governo vira, como sempre, um festival de adaptações convenientes. A melhor prova disso é a pressão escancarada para aprovar a emenda de Ciro Nogueira, permitindo que prefeitos eleitos em 2024 disputem um terceiro mandato. Sim, o mesmo Congresso que diz que quer “mudar o sistema” tenta criar um atalho para beneficiar grupos políticos locais.
Nada disso mexe na vida de Lula para 2026, mas mexe diretamente na lógica de poder que dá sustentação às velhas estruturas municipais. A discussão sobre mandatos de 10 anos para senadores, cinco anos para o Executivo e possibilidade infinita de reeleição para Legislativo revela bem onde está o foco: garantir longevidade política a quem já está sentado na janela.
Enquanto isso, as necessidades reais do país seguem esperando. Educação, saúde, saneamento, combate à fome e políticas públicas de verdade ficam em segundo plano diante da eterna prioridade nacional: costurar acordos para manter os mesmos nomes no comando.
A reforma política que o Brasil precisa é a que melhora a vida das pessoas, não a que alonga carreiras de quem já vive de mandato em mandato.
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