Lembram da nossa existência apenas em época de eleição. Afirmar que a história de Delfinópolis está sempre vinculada a geração de energia estando sempre este município em detrimento para beneficiar um número maior de pessoas. Na década de 1970, o jornal O Globo relatava a mudança de expectativa da população com relação ao isolamento. Isolados dos municípios vizinhos pelos intransponíveis paredões
da Serra da Canastra e pelas águas da represa de Peixotos, os habitantes de Delfinópolis, a última cidadezinha do sudoeste de Minas na fronteira com São Paulo, transformaram seu isolamento numa arma para preservar a cidade de alguns problemas causados pelo progresso. O “confinamento” de Delfinópolis, perdia entre montanhas e lagos, é a razão de felicidade dos tranquilos e alegres habitantes do local. O isolamento aconteceu e foi aceito por políticos e moradores da cidade conforme relata SOBRINHO, 2004:
Não se quer, nesta História, culpar ninguém pelo que fez ou pelo que deixou de fazer. Também não se quer perguntar por que o DR. Wellinton Brandão, o grande advogado da Emanciapação, foi dispensado, pela prefeitura da época, de defender os interesses da Cidade e do Município, em relação à construção da barragem, que ao ver a sua procuração dispensada, procurou pelos amigos, da ex-Comissão emancipadora e com os olhos lacrimados, assim expressou: “Meus amigos, acabo de assistir ao sepultamento de nossa querida Delfinópolis, por no mínimo 30 anos, etc. etc.!” _ Também não se quer perguntar por que a Companhia que represou o Rio Grande, não construiu outra em cima dos pilares da Ponte de Surubim. Ninguém é culpado sozinho. Toda população deu um cochilão!(SOBRINHO, 2004, PAG. 61)
Esquecida a inundação, pois a população que na época somava em média 12.000 habitantes, atualmente aproxima-se de 8.000 habitantes. Cada dia que passa somos prejudicados. Em 2014, entregaram um ofício ao Prefeito Pedro Paulo Pinto Dizendo que teriam que baixar o nível da represa para gerar energia para São Paulo e Rio de Janeiro. O prefeito não consentiu. Lutou na justiça, um processo que está claro que Furnas se tivesse consciência do tamanho do estrago e prejuízo que estabeleceu e estabelece da maneira e forma que quer, faria o bem por Delfinópolis. Chegaria aqui e dizia:
“NÃO TEM MAIS PROCESSO NA JUSTIÇA, VAMOS CONSTRUIR A PONTE, POIS VOCÊS TINHAM A PONTE É DIREITO DE VOCÊS E DEVER NOSSO. VAMOS REDUZIR A TARIFA DE ENERGIA DE VOCÊS E QUEREMOS SABER DO PREFEITO, E DA POPULAÇÃO O QUE MAIS PODEMOS AJUDAR.”
O que venho pedir aos senhores é simplesmente o nosso DIREITO DE IR E VIR. Providenciem com urgência uma balsa em condições de uso que suporte o trafego de veículos de Delfinópolis. E construam em regime de urgência uma PONTE PARA DELFINÓPOLIS. ESTÁ NA HORA DE TRATAR DELFINÓPOLIS COMO PRIORIDADE E NÃO COMO OPÇÃO. Na esperança de ser atendida, antecipadamente agradeço. Fabiana Lopes de Oliveira Cardoso