05/06/2024
Não abro mão do caderno
É diferente kkkkkkk, aprendi a desenhar as letras para ter uma caligrafia que todos entendessem, cadernos e cadernos, lápis, borracha, canetas, era uma diversão e tanto.
O caderno era um companheiro que sempre me ouvia, sempre me entendia, a ele eu contava todos os meus segredos, relatava fatos que não poderia mais lembrar se não estivesse registrado.
Mas eu precisava aprimorar, pois, o comercio já pedia algo além do caderno, então tive que aprender datilografia, poxa, que difícil, o Zé ou a dona Aparecida me tampavam as letras da máquina e eu não conseguia ver mais nada, kkkkkk, fazia parte do aprendizado, quatro dedos ao centro nas letras a, s, d, f, isso na mão esquerda, duas letras soltas ao meio, g e h, e com a mão direita, quatro dedos nas letras, j, k, l, ç, as outras letras a gente se virava subindo e descendo os dedos, cara!, era incrível ver a habilidade que a gente ia adquirindo com o passar do tempo, todas as letras eram cobertas com pedacinhos de fita isolante para a gente aprender as teclas sem enxergar. E não é que deu certo!
Ainda assim, tive que usar canetas bico de pena um tempão, pois, os livros de contabilidade e de notas fiscais, só assim eram aceitos. Que barato.
Um belo de um dia, chegou no escritório que eu trabalhava uma máquina elétrica kkkkkkk, não eram todos que podia usar, era muito caro e dengosa viu, pensa num troço pra fazer barulho, o escritório inteiro ouvia o barulho das teclas, mas agilizava muito, era bem mais rápida.
Nossa, a coisa começou a andar, chegou uma máquina eletrônica, que chique, que dó, as maquinas simples começaram a sumir, funcionários também kkkkkkk, a gente f**ava esperando o próximo a ser chamado no escritório kkkkkk.
Agora o bicho pegou, chegou uma máquina diferente que tem uma televisão na frente, que estranho, parece que o nome é computador, tudo que vc digita nele f**a lá naquela televisão, rapaz! Que bonito de ver.
Pra falar a verdade daí pra frete vieram tantas coisas, que vcs conhecem bem melhor que eu.
Se sabe que eu ainda não consegui abrir mão da caneta e caderno, mas claro que não fico mais sem os teclados. É diferente kkkkkkk