10/10/2024
"Hoje, escrevo esta carta com o coração pesado, mas também com uma clareza que eu não tinha antes. Por tanto tempo, me perdi tentando consertar algo que sempre me quebrou, acreditando que o problema estava em mim, em como eu poderia ser melhor, mais forte, mais compreensiva. Mas, aos poucos, entendi que o que estava nos destruindo não era algo que eu pudesse consertar, porque esse peso nunca foi meu para carregar.
Passei por dias em que me perguntei onde foi que eu me perdi, quando deixei de ser eu mesma para me transformar numa versão diminuída de quem eu era. O silêncio, as palavras duras, as manipulações... tudo isso me foi tirando pedaços, e eu permiti, na esperança de que o amor pudesse vencer essa dor. Mas amor não é dor. Amor não é medo, nem humilhação, nem a sensação constante de andar em círculos, buscando um pedaço de paz que nunca chega.
Chegou a hora de dizer adeus. Adeus às promessas vazias, às desculpas que nunca mudaram nada, e às tentativas incansáveis de te agradar enquanto eu me anulava. Eu precisei de coragem para entender que não é egoísmo escolher a mim mesma, é sobrevivência. Eu mereço mais do que essa constante guerra emocional. Eu mereço paz, respeito e, acima de tudo, mereço me reconectar com quem eu sou, sem ser moldada pelo medo ou pela necessidade de ser aceita por alguém que nunca viu o meu real valor.
Não foi fácil chegar até aqui, mas é necessário. Eu estou escolhendo a minha vida, os meus sonhos e a minha liberdade. Estou dizendo adeus ao relacionamento que me aprisionava, e também a essa parte de mim que acreditou por tanto tempo que amor era sofrimento.
Espero que um dia você entenda o porquê desta despedida, mas se não entender, tudo bem. Eu finalmente entendo, e isso é o que importa. Adeus."