
21/07/2025
Seria este o Mike Ross de Suits da vida real?
Imagine enganar juízes, defender clientes em tribunais e sair vitorioso 26 vezes seguidas — tudo isso sem nunca ter pisado em uma faculdade de Direito. Pois é exatamente o que fez um homem no Quênia, ao assumir a identidade do advogado Brian Mwenda Ntwiga. Ele invadiu o portal da Law Society of Kenya, alterou seus dados e até incluiu sua foto, conquistando autorização oficial para atuar em Nairóbi.
Durante meses, o impostor subiu ao palco jurídico diante de magistrados e desembargadores da Corte de Apelações, sustentando defesas tão convincentes que não perdeu um único caso. O verdadeiro Brian Mwenda só percebeu a fraude quando não conseguiu mais acessar sua própria conta online. Depois de denunciar a invasão, as autoridades prenderam o farsante em setembro de 2023.
A notícia se espalhou rápido nas redes: há quem chame o jovem de “gênio fora da lei” e louvem sua ousadia. A Central de Sindicatos do Quênia (COTU) chegou a homenagear sua “mente brilhante”, e o ex-governador de Nairóbi, Mike Sonko, também manifestou apoio público.
Mas até onde vai o limite entre astúcia e crime? A Lei queniana classifica isso como falsa identidade e prática ilegal da advocacia, crimes graves que agora podem render anos de prisão. Mais do que espetáculo, o caso expõe falhas de segurança digital em sistemas oficiais — afinal, se um impostor consegue alterar dados de um órgão regulador, quantas outras brechas ainda existem?