06/07/2025
As novas unidades do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) que começarão a funcionar em Santos e Guarujá terão cursos na área portuária, com início das aulas em 2026, informaram as prefeituras. Essa era a ideia original quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a implantação dos campi nos municípios, em fevereiro de 2024.
Santos
O IFSP será instalado de forma provisória no Parque Tecnológico de Santos (Rua Henrique Porchat, 47, Vila Nova) por cinco anos, tempo em que a Prefeitura pretende encontrar um local definitivo. Uma equipe do instituto deve propor medidas de adequação de dois andares do prédio ainda este mês.
Em relação aos cursos que serão ofertados na unidade santista, em breve haverá audiências públicas para que a população ajude a definir, diz a Prefeitura. A Secretaria de Assuntos Portuários e Emprego de Santos afirma, em nota, que a instalação do IFSP na Cidade “representa mais uma oportunidade para qualificar a mão de obra local de forma alinhada aos desafios e transformações do porto do futuro, preparando profissionais para um setor cada vez mais moderno, eficiente, digital e sustentável”.
O IFSP também informou que, a partir das audiências públicas, será definida a grade de cursos, planejamento orçamentário e de pessoal, além do lançamento do primeiro processo seletivo. Não foram informadas datas para as audiências pretendidas.
Guarujá
Segundo o IFSP, o prédio da Escola Municipal Primeiro de Maio (Avenida Adriano Dias dos Santos, 611, Jardim Boa Esperança, Vicente de Carvalho), cedido pela Prefeitura de Guarujá, ainda passará por adequações e reforma para abrigar as instalações iniciais do campus, como salas de aula, laboratórios e áreas administrativas.
Escolha
A Prefeitura de Guarujá informa que os cursos voltados ao setor portuário ainda não foram definidos. Porém, a Secretaria Municipal de Educação propôs a criação de uma comissão para definir quais serão os cursos disponíveis na unidade.
Essa comissão será composta por alunos, professores, equipe técnica, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais de Guarujá e Região (Siproem), e Sindicato de Servidores Municipais de Guarujá (Sindserv).
Guarujá também terá audiências públicas para ajudar na escolha, sem datas definidas. Há duas possibilidades consideradas pela Prefeitura: resgatar cursos tradicionais, como manutenção de aeronaves, e a implementação de um novo curso, como o de manutenção de embarcações.
A Prefeitura também cita que faz levantamentos periódicos sobre as necessidades das empresas locais, para que os cursos sejam direcionados de acordo com a carência.
Gestor diz que aulas devem focar em desafios atuais
Para o diretor de Gente e Gestão da Santos Brasil, Marcelo Redoschi de Carvalho, as formações mais estratégicas para as unidades do Instituto Federal na região são aquelas que dialogam diretamente com os desafios atuais da cadeia logística e portuária.
“Cursos técnicos e superiores em logística, manutenção e elétrica, segurança do trabalho, comércio exterior, operação portuária, engenharia e tecnologia da informação são fundamentais. Formações voltadas à digitalização, automação de processos e análise de dados também ganham destaque”.
Ele diz que o mercado busca profissionais com sólida base técnica, familiarizados com as exigências operacionais do setor e alinhados às melhores práticas de segurança, eficiência e ESG (ambiental, social e governança). “Além disso, competências socioemocionais, como comunicação eficaz, raciocínio analítico, capacidade de aprendizado e adaptabilidade, são cada vez mais valorizadas, especialmente diante de um ambiente operacional dinâmico e em constante evolução”, afirma Carvalho.
O diretor de Gente e Gestão conta que, com a maior oferta de formação técnica e especializada na região, a tendência é elevar o nível de qualificação da mão de obra disponível, tornando o processo seletivo das empresas portuárias mais competitivo. “Esse cenário é positivo tanto para o setor, que passa a contar com profissionais mais preparados, quanto para a comunidade local, que encontra novas oportunidades de crescimento profissional em um dos segmentos mais estratégicos da economia brasileira”.
Fonte: Atribuna