14/10/2024
Uma semana sem o radialista Hernando Cardoso em nosso meio
Eleições e neste periodo nos deixou o radialista Hernando Cardoso, um dos ícones do rádio itapetinguense. O corre-corre do dia dia e um mal estar no último final de semana não permitiram que eu comentasse sobre ele e nem ao menos ir ao seu velório, estava muito mal. Apenas fiz um recorte de uma entrevista cedida à TV Catolé em um jogo comemorativo no Primaverão e postei nas redes sociais como homenagem.
Em seu programa de Rádio diário, Edilson Lima e Adreane Brito comentaram sobre a morte de Hernando e fizeram homenagens através de áudios de arquivos, registros da atuação de Hernando Cardoso no Rádio. O radialista e apresentador de TV Cláudio Luiz, também prestou sua homenagem nas redes sociais, bem como como outros colegas em diversos meios.
O Hernando se foi, mas teve um momento em que quero compartilhar com vocês. Por mais que eu seja radialista por profissão, Deus permitiu que esse sonho fosse realizado em minha vida, gosto muito de atuar nos bastidores, montar material, ver a "coisa funcionando", curto muito isso, mesmo que eu não esteja lá, com o microfone na mão, ou hoje, diante das câmeras, em fim, não tenho essas vaidades, sempre comento que minha vaidade é ver os sistema funcionando, esteja eu à frente ou de preferência que não, quem alguém competente esteja executando tal função.
Em um desses momentos de bastidores, em uma lacuna das transmissões da TV Catolé, fui técnico de Rádio em transmissões de futebol. Era responsável pela montagem do matérial para transmissão da equipe esportiva da Rádio Cidade FM, 94,3. Em uma das partidas do Intermunicipal fomos transmitir um jogo em Vitória da Conquista. Hernando Cardoso fazia parte da equipe como repórter. Durante a transmissão ouvir um elogio Hernando Cardoso no Lomantão: "Foi o melhor retorno de áudio que eu tive ao longo de toda a minha vida como repórter esportivo".
Era um desafio até então termos um sinal de qualidade, seja na transmissão do áudio para o estúdio bem como do estúdio para o estádio, o chamado retorno. Há 10 anos ainda usavasse um sinal fixo da operadora de telefone.
Era uma luta pra pedir uma linha telefônica, além dos custos, o sinal era horrível. Como sempre o curioso aqui gostava de bisbilhotar ir em busca de fazer aquilo tudo, mas de forma mais moderna. Para isso um dia em Ibicaraí, observei o técnico da Rádio Difusora de Itabuna, também já falecido, com uma maleta usando dois equipamentos com chip de celular. Era pra mim ali o início de uma nova fase para as transmissões esportivas em Itapetinga. E foi isso que aconteceu, conseguir trazer aquele modelo de transmissão para a cidade. Comecei com a Vida Nova FM, depois com a Rádio Cidade e acabei compartilhando a nova tecnologia para outras equipes em Itapetinga e também na região.
Usei esse sistema naquela partida em Vitória da Conquista e foi um show nossa transmissão e o elogio de Hernando Cardoso me motivou a investir mais na técnica, procurando aprimorar a cada dia. Mesmo fora do Rádio, isso já faz alguns anos, continuo a aprimorar, buscando inovações. As transmissões via chip de celular já são coisas do passado. A internet tem proporcionado transmissões com qualidade de áudio e video incríveis. Mas isso é assunto para outra crônica.
Um salve ao grande Hernando Cardoso, saudades!
Por Gilson Vasconcellos, radialista, pai da Heloisa, Arthur e Joanna, editor do site ItapetingaNews e CEO da TV Catolé.
