04/08/2025
REFLEXÃO: Uma parábola "Quando Davi se Cala e Absalão se Levanta – A Morte invisível dos Urias".
Havia uma vez um reino em pleno avivamento. A casa estava cheia, a arca estava no lugar certo, os levitas tocavam, os profetas falavam, e o povo chorava. Tudo começou com um homem chamado Davi — um pastor que virou rei, ungido por Deus, amado pelos homens, temido pelos inimigos. Um homem segundo o coração de Deus.
Mas o tempo passou. O homem vigoroso envelheceu. A espada que antes cortava gigantes agora descansava sobre o colo. A voz profética que outrora confrontava reis agora se calava em deferência aos “bons administradores”. Davi ainda estava no trono... mas não mais no campo de batalha.
E foi aí que Absalão se levantou. Jovem. Bonito. Persuasivo. Ele não foi contra Davi — não de imediato. Não rasgou mantos. Não pregou divisão. Não anunciou rebelião. Ele apenas conquistava o coração do povo pelas portas da cidade (2 Samuel 15.1–6). Começou organizando, depois decidindo, depois mandando. E, por fim, determinando quem deveria aparecer... e quem deveria desaparecer.
O Davi cansado — ou iludido? — permitia. Afinal, era tão bom ver alguém “produtivo” ocupando os espaços. Mas por trás da produtividade, havia estratégia. E por trás da estratégia, havia ambição. E por trás da ambição, havia sangue... o sangue de Urias.
URIAS NÃO MORREU APENAS EM 2 SAMUEL 11
Urias, o heteu, foi fiel. Lutava enquanto Davi descansava. Carregava o peso do reino enquanto o rei planejava o adultério. Recusou conforto enquanto seus companheiros estavam no campo (2 Samuel 11.11). E morreu — não nas mãos dos inimigos, mas por ordem indireta do próprio Davi. Uma morte arranjada. Disfarçada de guerra, mas nascida da conveniência.
Hoje, Urias continua morrendo. Morre nas igrejas. Morre nos bastidores dos ministérios. Morre nas trocas políticas do altar. Morre nas reuniões onde se decide o futuro... sem ouvir os fiéis do passado.
Urias é aquele que não se dobra. Que não bajula. Que não negocia.
E justamente por isso, torna-se incômodo. Para Absalão, ele precisa ser tirado. Para Davi, ele pode ser ignorado. Afinal, “há outros soldados”. Há sempre outro guerreiro para colocar na linha de frente, desde que o palácio continue em silêncio e a imagem continue bonita nas redes.
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A MORTE DOS URIAS MODERNOS
Os Urias modernos não têm espaço no palco. São cortados das fotos. São omitidos dos vídeos. São retirados das programações. E se alguém perceber, a desculpa é pronta:
“Não coube na câmera.”
“Não foi intencional.”
Mas... por que cortaram justamente ele?
A Bíblia diz:
> “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade.”
(Isaías 5.20)
Há um tempo em que se começa a chamar de “eficiência” o que, na verdade, é assassinato de memória.
Se chama de “organização” o que é exclusão velada.
Se diz “renovação” o que é substituição cruel de quem foi leal.
E DAVI, ONDE ESTÁ?
Davi... aquele que um dia levantou tantos, agora permite indiretamente que sejam mortos, ainda que com palavras doces, sorrisos ensaiados e pretextos técnicos.
Será que a idade lhe roubou a sensibilidade?
Ou será que o medo de confrontar Absalão o tornou cúmplice da sua ascensão?
> “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.”
(1 Pedro 3.12)
CUIDADO: O ABSALÃO ATUAL ESTÁ VIVO E É SUTILMENTE CRUEL!
Ele talvez nunca morra como o antigo.
Talvez nunca seja punido em praça pública.
Talvez chegue ao posto que tanto almeja: o de Davi.
Mas até lá, muitos Urias já terão morrido.
Silenciosos. Honrados. Fiéis.
Esquecidos, não por Deus, mas pelos homens.
> “Honra seja dada a quem honra merece.”
(Romanos 13.7b)
“Maldito aquele que ferir em oculto o seu próximo.”
(Deuteronômio 27.24)
OBSERVA-SE QUE,
Chega o momento em que os arranjos humanos, os conluios bem maquiados, os interesses travestidos de fé, e os Absalões disfarçados de companheiros leais, dominam o cenário.
Eles controlam a imagem.
Manipulam os registros.
Influenciam “contra” aqueles cuja história desejam apagar.
Até o “diretor de mídia” sob ordem ou não retoca o passado e prepara o palco do novo rei.
Mas um dia... alguém vai acordar e perguntar:
“Onde está o Davi que ajudou e levantou tanta gente?” que não suportava ver um amigo ser injustiçado? Ah! Quanto a mídia:
“Por que cortaram justamente aquele Urias da foto?”
E aí será tarde demais para responder.
Quanto ao "Absalão" não se sabe se realmente acredita no que prega, se crê na salvação ou se apenas ama o status e o poder. Ao final: todos serão salvos?
Por fim. Tudo o que fazemos deve visar única e exclusivamente a glória de Deus, jamais a promoção de uns em detrimento de outros.