01/10/2025
MAIS DE 29 MIL EMPRESAS ENCERRAREM ATIVIDADES NA BAHIA EM 2025
De janeiro a setembro de 2025, 29.270 empresas encerraram suas atividades na Bahia, segundo dados divulgados pela Junta Comercial do Estado da Bahia (Juceb). O segmento mais afetado foi o de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, que somou 13.704 extinções no período.
Apesar do número expressivo, especialistas destacam que o dado não representa necessariamente um cenário negativo para a economia baiana. Para Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio-BA, o desempenho do setor foi positivo neste ano.
“O setor de veículos nunca foi tão agitado e beneficiado por uma conjuntura tão boa como agora. Eu não consigo analisar essas 13.704 empresas fechadas como algo negativo. Tudo me leva a crer que há um cenário positivo e esses dados sejam de um parâmetro normal”, avalia.
Além do comércio, outros setores também registraram alto volume de fechamentos:
• Alojamento e alimentação: 2.141 empresas
• Indústrias de transformação: 1.916
• Atividades profissionais, científicas e técnicas: 1.706
• Atividades administrativas e serviços complementares: 1.672
Nem sempre o fechamento é imediato
A Juceb ressalta que as estatísticas não refletem, obrigatoriamente, o encerramento no mesmo ano da atividade. Muitas empresas encerram operações antes de se comunicar oficialmente à Junta Comercial, o que pode gerar distorções na análise. Além disso, não há detalhamento completo sobre os motivos do fechamento de todas as empresas. Entre as causas mais comuns apontadas estão: baixa demanda, alta concorrência e competitividade do mercado.
Falta de planejamento é um dos principais fatores
Para Liliane Rocha, analista do Sebrae Bahia, a ausência de planejamento estratégico continua sendo uma das principais causas do fechamento de empresas no estado.
“Muitas empresas começam a empreender e não fazem a gestão financeira adequada do negócio, não fazem a precificação correta e a análise de mercado adequada. Algumas não sabem sequer calcular a margem financeira para saber se está tendo lucro ou prejuízo”, explica.
Ela acrescenta que a dificuldade em se adaptar às mudanças de mercado também contribui para o encerramento precoce de negócios.
“A falta de planejamento impossibilita a adequação de tecnologias por falta de orçamento. Aliado a isso, há também a falta de conhecimento sobre qual a melhor linha de crédito para o negócio, bem como fatores externos ligados à economia”, complementa.
Apesar das dificuldades enfrentadas, especialistas reforçam que o fechamento de empresas faz parte do ciclo natural do ambiente de negócios e não deve ser interpretado, isoladamente, como sinal de retração da economia baiana.