26/08/2025
Rondônia pode ser a nova fronteira de 'terras raras'
PORTO VELHO — Longe da fantasia do 'Senhor dos Anéis', as chamadas "terras raras" são, na verdade, um conjunto de 17 elementos químicos cruciais para a tecnologia moderna. Apesar de não serem tão raras assim, a sua exploração em Rondônia pode mudar o cenário econômico do estado. Recentemente, a descoberta de depósitos desses elementos na região de Rondônia, no Oeste amazônico, acendeu uma nova esperança para o setor de mineração local.
O termo "terras raras" surgiu em 1787, quando um militar sueco encontrou esses minérios perto de Estocolmo. Embora a princípio parecessem difíceis de encontrar, logo se descobriu que são mais abundantes do que se imaginava. O verdadeiro desafio, porém, está na complexidade de sua extração, um processo que exige alta tecnologia e gera um impacto ambiental considerável, por isso a mineração precisa ser feita de forma consciente.
Os rare earth elements (REE), como são conhecidos pela sigla em inglês, estão no coração de nossa vida cotidiana, mesmo que não os percebamos. Eles são componentes essenciais em produtos que usamos o tempo todo, como celulares, computadores, televisores e lâmpadas de LED. Além disso, desempenham um papel vital em tecnologias de ponta, incluindo veículos elétricos, painéis solares, turbinas eólicas e equipamentos médicos de raio-X.
Com a crescente demanda global por esses elementos, a exploração em Rondônia pode posicionar o estado como um ator importante no mercado internacional. A mineração de terras raras pode alavancar a economia local, gerar empregos e atrair investimentos significativos. No entanto, o sucesso dessa empreitada dependerá de uma abordagem equilibrada, que priorize tanto o desenvolvimento econômico quanto a proteção ambiental, garantindo que o progresso não custe caro à rica biodiversidade da Amazônia.