26/05/2025
FOGO ESTRANHO E O CULTO EVANGÉLICO
1 – Introdução.
Nos dias atuais, quando cristãos professos consideram inovações, acomodações culturais e a modernização do culto público a Deus como boas e necessárias para fins de entretenimento, relevância e crescimento da Igreja, um trecho das Escrituras que precisa ser considerado é Levítico 10:1 – 6 (ACF): — “E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho perante o Senhor, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor. E disse Moisés a Arão: — Isto é o que o Senhor falou, dizendo: — ‘Serei santificado naqueles que se chegarem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo’. Porém Arão calou-se. E Moisés chamou a Misael e a Elzafã, filhos de Uziel, tio de Arão, e disse-lhes: — ‘Chegai, levai a vossos irmãos de diante do santuário, para fora do arraial’. Então chegaram, e os levaram nas suas túnicas para fora do arraial, como Moisés lhes dissera. E Moisés disse a Arão, e a seus filhos Eleazar e Itamar: — ‘Não descobrireis as vossas cabeças, nem rasgareis vossas vestes, para que não morrais, nem venha grande indignação sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem este incêndio que o Senhor acendeu’”.
Este trecho é fundamental, pois nos orienta sobre como devemos nos aproximar do único Deus verdadeiro, infinitamente justo e santo, de forma geral, e nos ensina, de maneira particular, como adorar a Yahweh no culto. Antes de discutirmos os detalhes específicos desta seção das Escrituras, é necessário considerar algumas questões introdutórias.
2 – Ocasião e contexto.
Primeiro, a ocasião e o contexto deste incidente são significativos. Em Levítico 8, Arão e seus filhos foram separados e ordenados para seu ofício sacerdotal especial. Isso foi um evento público, realizado em estrita conformidade com o mandamento de Deus em Êxodo 29. Toda a congregação se reuniu diante do recinto da tenda da congregação, onde estava o grande altar de bronze, para assistir ao serviço de ordenação e à consagração do tabernáculo. Arão e seus filhos foram lavados com água, vestidos com suas vestes sacerdotais especiais e ungidos com óleo. Tudo isso foi seguido por uma oferta de santificação–purificação. Wenham explica: — “Se Deus estivesse presente nos sacrifícios oferecidos pelo sacerdote, seu santuário precisava ser purificado da poluição do pecado, especificamente das poluições introduzidas pelos próprios sacerdotes. Para esse fim, o primeiro sacrifício foi uma oferta de purificação em nome de Arão e seus filhos: — eles impuseram as mãos sobre o novilho (Levítico 8:14). O sacrifício segue exatamente as instruções em Êxodo 29:10 – 14, e é muito semelhante ao ritual estabelecido para a oferta de purificação de um sacerdote em Levítico 4. Aqui, no entanto, Moisés oficia no lugar dos sacerdotes, que ainda não foram ordenados, e o sangue é aplicado ao altar de holocaustos, em vez de no véu e no altar de incenso (Levítico 4:6, 7)”.
A oferta pelo pecado, na qual Arão e seus filhos impuseram as mãos sobre um novilho, simbolizava a imputação de seu pecado e culpa a Cristo, a verdadeira e perfeita oferta pelo pecado. Isso foi seguido por um holocausto que simbolizava o holocausto que Jesus suportou como resgate pelo pecado. Identificando-se com o animal limpo, abatido e consumido, eles estavam dedicando-se publicamente ao serviço de Deus por meio do sacrifício perfeito que viria. Tudo isso foi seguido por uma oferta pacífica, com parte do sangue da vítima sacrificial aplicado na orelha direita, no polegar direito e no dedo grande do pé direito, bem como nas vestes de Arão e seus filhos (Levítico 8:23, 24, 30). “O sangue indica (Êxodo 24) que, no Pacto, Israel se tornou o povo de Deus. Assim, aqui o sangue liga Deus e Arão, mostrando de maneira visível que ele é agora o homem de Deus, seu representante especial entre Israel”.
R.K. Harrison explica a importância desta cerimônia: — “A aplicação do sangue em partes específicas dos corpos de Arão e seus filhos foi um gesto altamente simbólico, relacionado diretamente ao sacerdote e seu trabalho. De maneira simbólica, todo o corpo foi consagrado ao serviço do Senhor, e, ao aceitar a aplicação, o sacerdote reconhecia as obrigações inerentes ao simbolismo. Doravante, ele deveria ouvir cuidadosamente os pronunciamentos de Deus para proclamá-los corretamente. Suas mãos deveriam ser dedicadas inteiramente às coisas relacionadas ao trabalho do Senhor, para não ser tentado a realizar atos malignos. Seus pés deveriam ser sempre direcionados de tal maneira que estivessem continuamente andando nos caminhos do Senhor. O uso do sangue neste ritual separava o sacerdote das preocupações mundanas e o dedicava completamente ao serviço de Deus”.
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1 – Introdução. Nos dias atuais, quando cristãos professos consideram inovações, acomodações culturais e a modernização do culto público a Deus como boas e necessárias para fins de entretenimento, relevância e crescimento da Igreja, um trecho das Escrituras que precisa ser considerado ...