23/08/2024
Eu estava na Canção Nova. Pedi à minha noiva registrasse esse momento; eu à frente das árvores com as raízes à mostra. Isso me inspirou, profundamente.
Nelas (árvores) podemos ver que o que as mantém de pé são a profundidade das raízes. Notem bem: a exuberância dos galhos e das copas somente são possíveis porque há algo quase imperceptível que os ampara.
O tempo estava calmo. Sei, porém, que tais árvores já suportaram - desde ventos fortes e chuvas torrenciais - a dias de intenso calor.
O que possibilitou? As raízes. Nelas pode a árvore se manter ao baçançar dos ventos, e se nutrir de água na profundidade do solo, onde o calor não impede o encontro com a umidade.
A verdade é que dei sorte. Pude ver as raízes.
Entretanto, a maioria das árvores não mostram suas raízes; elas ficam no anonimato, sem, porém deixar de ser a base, o sustento.
A vida do homem é a mesma coisa. Nossas raízes se constituem daquilo que é imaterial. Nossos valores, princípios, virtudes, espiritualidade. Tudo isso, inegavelmente, passa imperceptível aos olhos alheios. Mas, sem isso, somos apenas uma casca. Um rosto. Uma conquista. Uma profissão, enfim... Somos galhos e copas sem sustento. Não passamos de sensação. No dia mal (e ele sempre chega), se não tivermos raízes para nos sustentar nas tempestades existenciais, ou profundidade para nos nutrirmos por ocasião da secura dos desertos da vida, não vamos resistir, por mais exuberantes que possam parecer nossas copas; nossa aparência.
Crie raízes. Cresça para dentro.