
14/07/2025
Em meio à celebração dos 80 anos do Jornal oGuaporé, a comunidade agropecuária de Rondônia se vê em um impasse, questionando a atuação de seus representantes no Senado Federal diante de uma recente e impactante decisão comercial dos Estados Unidos. Os senadores Marcos Rogério, Confúcio Moura e Jaime Bagatoli, cujos redutos políticos se concentram no pujante agronegócio rondoniense, com forte base eleitoral em cidades como Ji-Paraná, Ariquemes e Vilhena, estão sob os holofotes pela aparente inação diante da imposição de uma taxa de 50% pelos EUA sobre a carne bovina oriunda do estado.
A medida americana representa um golpe significativo para os criadores de gado de Rondônia, um setor vital para a economia local. A expectativa era que seus representantes no Congresso Nacional, especialmente aqueles com forte ligação com o setor agropecuário, se manifestassem veementemente e buscassem soluções para mitigar os impactos dessa taxa. No entanto, a ausência de posicionamentos públicos ou ações concretas tem gerado frustração e um sentimento de desamparo entre os produtores.
A situação é ainda mais complexa ao considerar o alinhamento político dos três senadores com o bolsonarismo. A postura do ex-presidente Donald Trump em relação a tarifas e protecionismo econômico, que agora se reflete na decisão sobre a carne rondoniense, encontra eco em parte da base ideológica que apoia esses senadores. Essa conexão levanta questionamentos sobre a priorização dos interesses locais em detrimento de posicionamentos políticos mais amplos, deixando os criadores de gado de Rondônia em uma posição vulnerável.
A esperança de que seus líderes defenderiam os interesses da agropecuária rondoniense parece diminuir à medida que o tempo passa sem uma manifestação clara. A comunidade aguarda explicações e, acima de tudo, ações que demonstrem o compromisso dos senadores com aqueles que os elegeram e que agora enfrentam um cenário econômico desafiador. A reputação de Rondônia como um dos celeiros do Brasil e a subsistência de milhares de famílias dependem, em grande parte, da capacidade de seus representantes em Brasília de proteger e promover os interesses do agronegócio local.