11/06/2025
iMaranhense
A movimentação em torno do nome de Orleans Brandão como possível candidato ao governo do Maranhão em 2026 chama atenção mais pela pressa do que pela viabilidade. Secretário de Assuntos Municipalistas e sobrinho do governador Carlos Brandão , Orleans surge como aposta pessoal do chefe do Executivo estadual. No entanto, a tentativa de alavancar seu nome sem uma trajetória pública consolidada soa, no mínimo, precipitada — e levanta questionamentos sobre os reais critérios que pautam a sucessão no grupo governista.
Em um estado com histórico de oligarquias e concentrações familiares de poder, a postulação de Orleans Brandão parece reforçar uma lógica de sucessão por afinidade de sangue, e não por densidade política ou respaldo popular. A ausência de cargos eletivos em seu currículo, a baixa projeção entre a população e a dependência direta do prestígio do tio governador dificultam a tarefa de apresentar sua pré-candidatura como um projeto legítimo aos olhos do eleitorado.
Enquanto isso, nomes com maior presença pública, como o vice-governador Felipe Camarão — que já declarou ser pré-candidato ao governo com ou sem o apoio de Brandão —, e o prefeito de São Luís, Eduardo Braide , surgem como opções com mais musculatura eleitoral. Há ainda o nome de Dr. Lahesio Bonfim , com forte apelo popular no interior, que segue sendo uma pedra no sapato do campo governista. Em meio a esse cenário, a candidatura de Orleans corre o risco de não apenas ser engolida pela disputa, mas também de comprometer a imagem do grupo caso seja percebida como um projeto personalista e desconectado da realidade política.
Antecipar Orleans Brandão ao governo, sem que esses critérios estejam atendidos, é apostar em um jogo de alto risco — e com consequências que podem extrapolar o insucesso de uma campanha e atingir diretamente o capital político de Carlos Brandão.
Pindaré News