
25/07/2025
"O poeta também usa fantasia para criar, o que lhe permite habitar um mundo paralelo. Mas com noção que além do mundo imaginado existe a realidade que nos circunda, da qual ele faz parte e que tem leis diversas das de seu mundo de criação.
Artistas criam, como expressão artística de seus desejos, guiados pela estética que compõe com traços sutis representações de experiências humanas, muitas vezes dolorosas que perpassam o mundo da realidade.
Eles fazem uso de signos artísticos para trazer à luz aquilo que se esconde, que está em suspenso, que se camufla, mas que habita sua produção e nos toca no momento da contemplação, instante que podemos ir do prazer a um incômodo insuportável, onde se faz sentir um estranhamento, justo aí nos encontramos com a experiência estética.
Mas o que atravessa estes dois mundos: o do brincar infantil e do fantasiar do poeta? A linguagem, preciosa para nós analistas, pois traz à cena as palavras. Palavras aqui entendidas como tesouro do signif**antes. É preciso observar as palavras, sentir as palavras, perceber as palavras, deixá-las fazer morada no corpo, criar as palavras, lembrar das palavras, repetir as palavras até que se tornem, lembranças, memórias. Movimento expresso no texto freudiano, Recordar, repetir, elaborar (1914)."
📝 Sobre a autora: Iara Maria Fernandes Pereira é psicanalista, membro da APPOA.
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