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Correio da APPOA Publicação digital mensal organizada pela Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA). Pensamos em um site de fácil navegação e de agradável leitura.

Levando em consideração que um dos traços marcantes do Correio da APPOA sempre foi o de estar atento aos movimentos da Cultura, acreditamos que esta passagem do papel para o virtual diz da possibilidade de a nossa já consagrada publicação manter-se em sintonia com os tempos em que vivemos. Tivemos como preocupação maior a facilidade de compartilhamento dos textos, permitindo, deste modo, que os es

critos possam chegar cada vez a mais pessoas. É a nossa forma de agradecer àqueles que com tanta diligência têm contribuído com o Correio da APPOA, seja como autores, seja como leitores. O site foi pensado de modo a poder ser acessado confortavelmente em todas as plataformas: computadores pessoais, tablets, smartphones. O conteúdo se adapta automaticamente às diversas dimensões de tela, de modo que a leitura sempre se mantenha fluida. Para os saudosos do papel, mantivemos - em todos os textos - a possibilidade de impressão rápida do conteúdo. Há também a possibilidade de que o leitor construa a sua coleção de artigos preferidos, escolhendo aqueles textos que gostariam de arquivar para fácil e ágil acesso. É uma forma de estabelecer com o nosso leitor uma relação ainda mais próxima - forma de laço, aliás, que também é uma marca da nossa publicação desde o começo. Assim, agradecendo a todos os que nos ajudaram nesta iniciativa, a todos os colegas que partilharam desta ideia, aos pioneiros do Correio da APPOA, e também, especialmente, aos nossos leitores, convidamos todos a visitar o site e também a fazer sugestões e comentários:

http://www.appoa.com.br/correio/

Desejamos a todos uma ótima leitura - no papel, no computador, no tablet...

"O poeta também usa fantasia para criar, o que lhe permite habitar um mundo paralelo. Mas com noção que além do mundo im...
25/07/2025

"O poeta também usa fantasia para criar, o que lhe permite habitar um mundo paralelo. Mas com noção que além do mundo imaginado existe a realidade que nos circunda, da qual ele faz parte e que tem leis diversas das de seu mundo de criação.

Artistas criam, como expressão artística de seus desejos, guiados pela estética que compõe com traços sutis representações de experiências humanas, muitas vezes dolorosas que perpassam o mundo da realidade.

Eles fazem uso de signos artísticos para trazer à luz aquilo que se esconde, que está em suspenso, que se camufla, mas que habita sua produção e nos toca no momento da contemplação, instante que podemos ir do prazer a um incômodo insuportável, onde se faz sentir um estranhamento, justo aí nos encontramos com a experiência estética.

Mas o que atravessa estes dois mundos: o do brincar infantil e do fantasiar do poeta? A linguagem, preciosa para nós analistas, pois traz à cena as palavras. Palavras aqui entendidas como tesouro do signif**antes. É preciso observar as palavras, sentir as palavras, perceber as palavras, deixá-las fazer morada no corpo, criar as palavras, lembrar das palavras, repetir as palavras até que se tornem, lembranças, memórias. Movimento expresso no texto freudiano, Recordar, repetir, elaborar (1914)."

📝 Sobre a autora: Iara Maria Fernandes Pereira é psicanalista, membro da APPOA.

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www.appoa.org.br/correio

"A fantasia nos mostra a existência de uma instância psíquica que corresponde tanto à exterioridade quanto à interiorida...
22/07/2025

"A fantasia nos mostra a existência de uma instância psíquica que corresponde tanto à exterioridade quanto à interioridade do sujeito, revelando a ele, o que é mais valioso: sua relação com o desejo. Portanto, a arte participa dessa equação, pois é a via de acesso da fantasia: o ato da criação, seja visual, auditiva ou escrita.

A criação artística sensibiliza, proporciona prazer e insatisfação. Aos poucos, vamos nos adaptando ao imaginário que nos é colocado pelo artista. O produto artístico encontra estímulos na vida, são representações simbólicas dos desejos do homem.

Em 1900, com a Interpretação dos Sonhos, Freud mostra que o conceito de fantasia não é mais apenas um recurso imaginativo do sujeito para encobrir a realidade, mas considerou a realização do desejo e permaneceu assim até o fim de seus escritos. Desse modo, o conceito de fantasia acaba por defrontar-se com a própria elaboração do inconsciente.

Já em 1915, ele nos diz que as fantasias se aproximam da consciência e permanecem imperturbadas, enquanto dispõem de uma catexia intensa, mas tão logo excedem certo grau de catexia, são lançadas para trás: isso ocorre devido à ação do ego.

Dessa forma, é possível notar que Freud não procurou estabelecer uma localização para a fantasia, pelo contrário, procurou mostrar o quanto ela possui autonomia comunicativa em relação ao psiquismo e que seu objetivo é claro: a realização do desejo.

Logo, a fantasia do sujeito revela-o em relação ao seu desejo. Freud percebia nos escritores criativos um conhecimento sobre o psiquismo que a razão, os cientistas (incluindo ele próprio) não poderiam ter: ele mesmo se pergunta se não seria a arte que não resistiu a um exame científico, mas a ciência que não resistiu à criação do escritor (1908).

Assim, a psicanálise enquanto pretensão científ**a, considerava o acesso ao inconsciente através da interpretação psicanalítica das manifestações na consciência, através da materialização dos sonhos, chistes, atos falhos e criação artística."

📝 Sobre a autora: Rosana Tavares Araújo é psicanalista (APPOA).

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"A fantasia, diz Freud (1911/2016), é a moeda neurótica, um destino dado a esses investimentos objetais com a finalidade...
21/07/2025

"A fantasia, diz Freud (1911/2016), é a moeda neurótica, um destino dado a esses investimentos objetais com a finalidade de se esquivar da ferida narcísica imposta pela socialização. Também nos diz (1908) que, das fantasias, surge nosso maior conhecimento – o que nos faz sofrer – nos dando a possibilidade de fundamentar a suspeita de que os psicóticos não nos comunicam nada diferente do que os sujeitos neuróticos também poderiam experimentar.

Diante disso, poderíamos pensar que o sintoma comporta uma fantasia? Ou que a fantasia comporta um sintoma? Freud (1908/2020) coloca que “As fantasias são as mais próximas preparações anímicas dos sintomas de sofrimento, dos quais queixam-se nossos doentes. Aqui se apresenta um largo caminho em direção às patologias” (p. 59). Portanto, no sentido freudiano de fantasia – sim, o sintoma pode comportar uma fantasia.

Sabemos que as psicopatologias não se configuram pelos signos norteadores de um diagnóstico orgânico, mas sim pela estrutura psíquica que organiza a relação de cada um com o mundo em que vive.

Portanto, diante dessas colocações de Freud, poderíamos pensar que a fantasia está muito próxima do sintoma, ambos comportam um núcleo de Real e um objeto parcial em questão.

Diante disso, chegamos a pensar que na origem de qualquer sintoma psíquico pode existir uma fantasia inconsciente que faz questão! E que através do sintoma, o sujeito obtém certa satisfação fantasística substituindo a satisfação pulsional por meio de uma nova forma de satisfação.

Na linguagem topológica, no Seminário R.S.I (1973 - 74) dizemos que o sintoma é um reflexo do Simbólico, projetado no campo do Real, ou seja, é uma sombra, uma invasão do simbólico sobre o campo do Real e está enlaçado pelos gozos (O e fi) e pelo objeto a.

E em torno da fantasia há a intersecção dos três registros Real, Simbólico e Imaginário. No campo do Real, por isso a fantasia comporta uma condição de gozo, no campo simbólico por isso é traçada pelas palavras e no campo imaginário, por isso é formada por imagens, elucubrações..."

📝 Sobre a autora: Jaqueline Bendini é psicanalista (APPOA).

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"A escolha de Freud por das Phantasieren indica-nos que ele coloca o acento na atividade de fantasiar, índice de um suje...
15/07/2025

"A escolha de Freud por das Phantasieren indica-nos que ele coloca o acento na atividade de fantasiar, índice de um sujeito, em detrimento da fantasia como uma representação ou uma cena. A atividade é relativa a algo que se produz em exercício e, como tal, implica uma posição de domínio e saber, de um lado, e uma posição de alienação e ignorância, de outro (Costa, 2001).

Isso f**a evidente na atividade do fantasiar na infância. Brincar “como se fosse” um adulto não se reduz a um puro jogo imitativo, índice de uma condição alienante da criança ao desejo do Outro parental; também é uma atividade de separação. Se não, como compreender a afirmação freudiana de que o brincar da criança tem como finalidade realizar seu desejo de tornar-se adulto?

O brincar, o devanear e o criar literário são atividades do fantasiar, que correspondem a diferentes posições do sujeito em relação ao Outro e que se desdobram temporalmente. Em Freud (1908/1988) o olhar do Outro é o fio que percorre cada atividade do fantasiar e engendra diferentes lugares do Outro.

Nossa hipótese para responder à questão acerca da diferença entre o fantasiar do devaneio do púbere e o da criação literária do escritor sustenta-se na mudança do endereçamento do olhar (da cena).

A cena da fantasia do artista é compartilhável e tem o poder de nos afetar na medida em que constrói o olhar do espectador como o lugar do terceiro ausente, o sujeito do inconsciente."

📝 Sobre a autora: Valéria Rilho é psicanalista (APPOA). Doutora em Psicologia clínica e cultura/UnB.

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"O desejo está marcado pela relação do sujeito com o signif**ante. Os efeitos metonímicos da poesia articulam algo para ...
14/07/2025

"O desejo está marcado pela relação do sujeito com o signif**ante. Os efeitos metonímicos da poesia articulam algo para pensarmos a estrutura das relações postas em pauta no desejo. Tendo a referir deslizamento signif**ante, pela marca da metonímia que ele denota.

Quanto a Preliminares, título que dei a este trabalho, não desconhecendo o apelo erótico aí exposto, assinalo que há um universo semântico que tal palavra abrange podendo produzir sentidos e sensações.

E está ao final deste texto de 1908 que ora nos propusemos ler, reler, O poeta e o fantasiar. É a partir de uma pergunta que também Freud encerra ou abre perspectivas para seguir, para deixar sentidos em suspenso.

Como o escritor consegue transformar o que seria motivo para despertar repulsa ou vergonha em algo que produz prazer e encantamento? Este parece ser o seu segredo mais íntimo. Freud aponta um método empregado que é o de suavizar por meio de alterações ou disfarces (o egoísmo contido em seus devaneios, por exemplo).

A isto ele chama de “prêmio de estímulo” ou prazer preliminar: “Em minha opinião, todo o prazer estético que o escritor criativo nos proporciona é da mesma natureza desse prazer preliminar e a verdadeira satisfação que usufruímos de uma obra literária procede de uma liberação de tensões em nossas mentes (Freud, 1908/1976, p. 158)."

📝 Sobre a autora: Liliane Seide Froemming é psicanalista, membro da APPOA.

Para ler o texto completo, acesse:
www.appoa.org.br/correio

A palavra é como o vento,ela sopra e encontra o seu caminho!(Sabedoria contida no Odu Ògundá Meéji - Corpus de Ifá)Ao es...
11/07/2025

A palavra é como o vento,
ela sopra e encontra o seu caminho!
(Sabedoria contida no Odu Ògundá Meéji - Corpus de Ifá)

Ao escrever O poeta e o fantasiar (1908), Freud parece estar atravessado por uma questão: "de que fontes esse estranho ser, o poeta, retira seu material, e como consegue nos impressionar com o mesmo e despertar-nos emoções das quais talvez nem nos julgássemos capazes?"

No decorrer deste seu texto, ele nos conduz, através de sua própria experiência, a pensarmos a aproximação entre o poeta, o sujeito do inconsciente, o fantasiar na infância e a posição do analista. Possivelmente por entender que as forças dinâmicas que movem o poeta seriam da mesma ordem dos conflitos vivenciados pelo sujeito em sua divisão. Forças estas que se encontram presentes também nas tensões inerentes ao laço social, bem como nas instituições.

Potência contida no infantil, por vezes chocante, causa de vergonha e repulsa, mas que integram o infamiliar de cada história. Avançando nesse trabalho, Freud chega a concluir que “o poeta suaviza o caráter de seus devaneios egoístas por meio de alterações e disfarces, e nos suborna com o prazer puramente formal, isto é, estético, que nos oferece na apresentação de suas fantasias."

Portanto, f**a subentendido que o ponto de convergência entre o fazer do poeta e do analista seria a capacidade de atuar no campo da linguagem pela via estética!

A possibilidade de atravessar o recalque, a censura e outras defesas, até o ponto do bem dizer o sintoma, seja ele do sujeito ou social. A capacidade de lidar com o recalque e com seus retornos tornando-os inscrições, monumentos artísticos de nossa história.

No que concerne aos retornos do recalcado, no formato de diferentes expressões de ódio, de intolerância às diversidades, entre outros desafios sociais atuais, não seria também de se esperar impactos estéticos de deslocamentos, como efeitos do fazer psicanalítico, frente a tais configurações de laço social?

Acesse a página do Correio para ler o Volume 12, n. 06: Relendo Freud: O poeta e o fantasiar (1908).O link para acesso a...
09/07/2025

Acesse a página do Correio para ler o Volume 12, n. 06: Relendo Freud: O poeta e o fantasiar (1908).

O link para acesso ao número completo está na bio, em nosso perfil.

📬 O Correio da APPOA é uma publicação digital mensal, organizada pela Associação Psicanalítica de Porto Alegre.

Entre os dias 23 e 25 de maio de 2025 nos reunimos em Canela para mais uma edição do nosso tradicional evento anual Rele...
08/07/2025

Entre os dias 23 e 25 de maio de 2025 nos reunimos em Canela para mais uma edição do nosso tradicional evento anual Relendo Freud e Conversando sobre a APPOA. Este ano, o texto freudiano escolhido para trabalharmos foi O poeta e o fantasiar, publicado em 1908.

Neste texto, Freud, na posição do leigo, se pergunta quais são as fontes que sustentam o ato criativo do artista, aproximando-o do brincar infantil. A criança, afinal, seria aquela que se comportaria “ao modo de um artista”, criando suas brincadeiras e encenando as suas fantasias de maneira explícita – de forma contrária ao adulto que, diante delas, se envergonha e as encobre.

Ao se posicionar enquanto leigo, Freud pode ler este saber (do poeta e, portanto, do inconsciente) sem precisar defini-lo, à medida que as suas interrogações fazem um contorno, uma margem em torno do tema e da sua própria curiosidade, acabando por demarcar, assim, o campo dos psicanalistas e dos artistas. Freud acessa o lugar do pesquisador, sem abandonar o lugar do analista.

Nas fantasias que dão suporte aos processos de criação e aos devaneios, estão o que Freud chamou de “resíduos arcaicos”, pedaços mnêmicos que formam um mosaico, partes de um texto pulsional que o escritor/poeta movimenta ao submeter-se ao trabalho de criação, a partir de uma montagem que enlaça presente, passado e futuro. Freud diz de uma forma mais bonita: “[...] passado, presente e futuro se alinham como um cordão percorrido pelo desejo”.

Neste cordão que percorre o desejo, a criação literária passa a ter a ver com um certo modelo de ficção que cada um cria para si, mas que não é inteiramente seu, uma vez que nele constam muitos “outros”: o semelhante, a cultura, a linguagem, a História.

Podemos pensar, com Freud, que a criação literária e artística seriam, então, uma maneira de dar uma destinação aos restos, sejam os restos do infantil - que não se perdem, como lembra o autor, mas derivam, por continuação ou substituição -, como os restos do inconsciente, que insistem e repetem, assim como os restos da História que, não elaborados, fazem sintoma na cultura.

[...]

Desejamos uma boa leitura a todos!

📨 O Correio da APPOA está no ar!👁 Para conferir o número, acesse:www.appoa.org.br/correioLink disponível na bio.📬 O Corr...
07/07/2025

📨 O Correio da APPOA está no ar!

👁 Para conferir o número, acesse:
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📬 O Correio da APPOA é uma publicação digital mensal, organizada pela Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA).

No mês de julho, o Memória homenageia o Correio "Falas da clínica", publicado em 2000.Abaixo destacamos um trecho do tex...
04/07/2025

No mês de julho, o Memória homenageia o Correio "Falas da clínica", publicado em 2000.

Abaixo destacamos um trecho do texto "Psicanálise nas instituições: ruídos na transmissão", escrito por Liz Ramos e publicado no número homenageado:

"Talvez esse seja um diferencial de uma prática exercida em instituições psicanalíticas, que não escapa a nenhuma dessas dificuldades, mas talvez favoreça a saídas interessantes.

A instituição psicanalítica, à princípio, vem marcar que a formação, a prática da psicanálise e a transmissão dessa experiência operam pela via do inconsciente na transferência, e é sempre com ruídos, sustentando, no exercício transferencial, que a transmissão de conhecimentos, pura e simples, na psicanálise, é impossível.

Essa é uma impossibilidade com a qual nos deparamos e, sob muitas formas, isso se encobre. Não é raro que os mesmos problemas ocorram num serviço de atendimento de uma instituição psicanalítica, mas a efetivação de laços não fundados na consistência do Outro deslocam o "observador" da exclusão e rompem com a idealização de um saber universal. Na experiência do Fórum essa intervenção se mostrou definidora de rumos."

Foi à propósito da transferência que evoquei, no título, os ruídos na transmissão, a partir de duas imagens: as transmissões de rádio, do início do século, e as ligações telefônicas recentes.

Em ambas, as falhas estão presentes, sem que, por isso, se desista de falar e ouvir. Essas imagens ajudam a considerar que, mesmo avançando um século, na psicanálise, não há "tecnologia conceitual" que elimine os "ruídos", presentes tanto nas instituições como nos consultórios."

www.appoa.org.br/correio/memoria

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A psicanálise é conhecida como a arte da escuta. Nos primórdios do século passado, Freud aventurou-se à talking cure, à ...
03/07/2025

A psicanálise é conhecida como a arte da escuta. Nos primórdios do século passado, Freud aventurou-se à talking cure, à cura através da escuta dos analisandos, aqueles por ele convidados à falar por livre associação.

Por ser a clínica da escuta, não raro o psicanalista recebe a imagem caricata daquele que, em seu ofício, “não fala”. Neste mês, o Memória vem lembrar a importância de falar a clínica, diferentemente de falar na clínica.

Com o ensino de Lacan, advimos ao “quarto pé” da formação do analista (somado ao tripé freudiano: análise, estudo e supervisão). Trata-se de partilhar, entre os pares, sua prática, através da transferência de trabalho, e operar a transmissão da psicanálise.

Rememorando o Correio de Junho de 2000, somos advertidos de que a sobrevivência da psicanálise como discurso depende da qualidade desta transmissão. Para tanto, é preciso questionar as formas como tornamos públicos os efeitos de uma análise.

Soma-se à questão, a forma como somos interpelados pela cultura e a importância de realizarmos a constante crítica ao pertencimento institucional. Em toda instituição, mesmo que psicanalítica, aventamos riscos: da formação de grupos, da diluição das singularidades e da busca por reconhecimento e garantias, que suspenderiam o movimento desejante.

Para a psicanálise, falar a clínica é transmitir o gume da experiência, no que o desejo do analista se sustenta na escuta do inconsciente e no que os laços sociais permitem considerarmos que “o Inconsciente é a política”, como diz Lacan.

Desejamos uma ótima releitura do Correio de número 80, “Falas da Clínica”!

www.appoa.org.br/correio/memoria

Memória Correio APPOA, n. 31: Falas da clínica (Número 80, junho de 2000).Conheça o projeto 'Memória Correio APPOA' aces...
02/07/2025

Memória Correio APPOA, n. 31: Falas da clínica (Número 80, junho de 2000).

Conheça o projeto 'Memória Correio APPOA' acessando o destaque "Memória", fixado aqui na página.

Para acessar as edições do Correio, acesse: www.appoa.org.br/correio

(Link na bio).

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