18/09/2025
"Algumas crianças falam pouco ou quase nada, e a inventividade de alguns psicanalistas foi muito bem-vinda. Winnicott, tendo escrito sobre o objeto transicional e colocando da relevância de um espaço transicional em que a criança e o psicanalista pudessem compartilhar o trabalho clínico, contribuiu com a técnica do rabisco.
Nesta técnica, também chamada de técnica da garatuja, alternadamente, sobre uma folha de papel, paciente e analista, desenham um traço que talvez componha um desenho cujo resultado não se conhece de antemão. F. Dolto trouxe a “boneca flor”, para construir narrativas.
É evidente como, dentre essas diferentes abordagens, há algumas escolhas que são congruentes com o referencial teórico, e mesmo estilo de cada analista, quanto ao material – concreto, jogos, papel, lápis, argila, brinquedos – que se oferecem ao sujeito que chega.
Há, contudo, perguntas a manter vivas, e elas dizem respeito ao não apressamento por compreender ou interpretar conforme o figurativo.
Em algumas situações clínicas, o brincar aponta uma cena, um enredo, cuja fantasia, ou poderíamos dizer fantasmática, diz respeito mais à família do que àquela criança em sua singularidade. Por vezes, a criança é porta-voz de um sofrimento que ultrapassa a cena individual, e neste sentido a posição dos pais na clínica deve ser cuidadosamente pensada."
📝 Sobre a autora: Marta Pedó é psicanalista, membro da APPOA.
Para ler o texto completo, acesse:
www.appoa.org.br/correio