18/10/2025
Sou feita de lastros... de laços... de fita, de lã, de cordas... laços de afetos e desafetos... laços de vida...
sou feita de histórias escritas em papel branco sem histórias e tantas outras em papel amarelado com histórias sobre histórias.
Sou feita de vento, brisa que acarinha, refresca e vai... e sou feita de tempestades e vendavais que quando passam nada f**a em pé.
Sou o filhote que ainda mama e quer colo e comida na boca... que ri, morde, chora e br**ca. E sou a fêmea que escolhe sua alma gêmea ou escolhe uma alma contrária a si mesma.
Sou o por de sol, de lua... que amanhece velho e se põe novo.
Sou a estrela distante do sonho impossível, e sou o vaso na varanda de quem não tem terra para ter jardim mas não deixa de plantar, nem sonhar.
Sou a montanha bela de longe, mas que me mata de frio mesmo se me leva ao sol...
Ah... sou o longe, inalcançável, impossível, improvável... mas sou também o que toco, habito, tomo posse... abraço...
Sou de carne, osso, pele, rugas e possuo cicatrizes que ganhei de presente por existir aqui...
Sou os pés rachados descalços na terra...
Sou os pés de bailarina dançante... de salto alto exultante... caminhante nos ventos, nas águas nos sonhos.
Sou todos os mares em praias calmas e belas e sou as ondas que metros acima se mostra dona de todas as terras.
Sou o Rio de água doce, serena e amorosa mas que pode trazer de sua cabeceira um volume de águas que em instantes poderá afogar...
Sou todos os dias e noites
Início que nunca houve
Fim que nunca chegará
Sou o feminino de alma, que traz em si toda imensidão do universo... completo... e sou o feminino que traz em si um espaço vazio do mesmo tamanho do universo, para criar... Recriar... infinitamente
Sou o infinito
O sempre
O nunca
Sou Uttu, a tecelã de vidas... de almas... de mundos.
Sou você
E você é quem de fato, tece.
Texto: Carmen k'ardana
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