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Via Cesar Ailson Barros DENOTATIVOS E CONOTATIVOS‘Moleque’ é uma palavra ra***ta?👦🏿Meu pai não gostava que eu empregasse...
12/09/2025

Via Cesar Ailson Barros

DENOTATIVOS E CONOTATIVOS

‘Moleque’ é uma palavra ra***ta?

👦🏿
Meu pai não gostava que eu empregasse a palavra ‘moleque’. “Fala ‘menino’, ‘garoto’, ‘criança’.., Não fala ‘moleque’, não!”, dizia ele. Essa é a mais antiga lembrança de censura de palavra que eu tenho.

Ele não queria que eu proferisse um termo supostamente vinculado a um demônio citado em vários livros da Bíblia. É que ele soube por um certo pastor que ‘moleque’ viria etimologicamente de ‘Moloque’ (‘Moloch’, em hebraico), um deus dos antigos amonitas e descrito como um diabo no cristianismo.

Pergunta importantíssima: o que, de fato, justif**aria o banimento duma palavra? Ora, quando eu dizia, e ainda digo, ‘moleque’, jamais estava fazendo alusão a um deus jordânico do século IV a.C., nem mesmo ao capeta (apesar de conhecer muitos moleque encapetados). Mas, pelo raciocínio do meu pai, a etimologia popular que lhe foi ensinada bastaria para que tal vocábulo se tornasse tabu.

Um pouco mais crescido, eu descobri por meio da enorme praticidade que os dicionários sempre se dispuseram, que ‘moleque’ nada tem a ver com Moloque. O termo vem de ‘muleke’, que na língua quimbundo (falada em Angola) signif**a ‘garoto, filho pequeno’. Essa é ap***s mais uma das várias palavras que herdamos dalgumas línguas africanas, agregadas à língua portuguesa à época do Brasil escravocrata.

Há, porém, um motivo totalmente ilógico ao qual várias cartilhas de censura se atêm para exigir o desuso de várias palavras e expressões. É o simples fato de determinado termo ter ligação à escravidão brasileira dos negros, ocorrida durante os períodos colonial e imperial – o que, muitas vezes, aliás, provém duma pseudo-história (não tem fundamento, nem registro, nem evidência, nem nada).

Trago quatro exemplos curtinhos. No livro ‘Expressões ra***tas: por que evitá-las’ (2022), do Tribunal Superior Eleitoral (que deveria cuidar só de eleições), condena-se a palavra ‘criado-mudo’ porque “o simples fato de seu uso ser relacionado com a escravização de pessoas negras é justif**ativa suficiente para o abandono de seu uso vocabular”.

A mesma publicação também reprova o emprego do termo ‘meia-tigela’. Afirmando que poderia vir da “distribuição de alimentos às trabalhadoras e aos trabalhadores escravizados(as)” cuja “refeição seria reduzida a meia tigela se o trabalho fosse avaliado como insuficiente ou ineficiente.”

A cartilha desaprova de igual forma o uso de ‘boçal’ e ‘crioulo’ porque, no período escravagista, designavam, respectivamente, “pessoa escravizada que não sabia falar português” e “descendente de pessoa escravizada”. Por isso, os vocábulos estariam impregnados de preconceito.

Quanto às apresentadas origens das palavras ‘criado-mudo’ e ‘meia-tigela’, é importante salientar que são pseudoetimologias – origens populares, sem confirmação científ**a. Os signif**ados originais de ‘boçal’ e ‘crioulo’ procedem.

Para a censura, a justif**ativa geral desta e doutras publicações congêneres (listas de palavras e expressões proibidas) é a de que “a possibilidade de serem compreendidas como memória da escravidão é justif**ativa suficiente para que as expressões sejam substituídas por outras”.

Pois nessa linha de raciocínio (raciocínio raso, diga-se), penso que se deveria, então, tomar tal justif**ativa como padrão e aplicá-la a toooodas as palavras e expressões que assim se enquadram. Tudo que remetesse a algo vinculado à escravidão deveria ser extinto do vocabulário.

Anote aí: seria o caso de ‘moleque’.

Segundo o dicionário Houaiss, ‘moleque’ é um termo com primeiro registro em nossa língua em 1716. Hoje, tem principalmente o signif**ado de ‘menino novo, garoto de pouca idade’, mas originalmente seu signif**ado era outro e bastante específico.

No romance ‘O mulato’ (1881), do escritor maranhense Aluísio Azevedo, o senhor de engenho Sebastião fazia distinção no tratamento: “Preto é preto; branco é branco! Moleque é moleque; menino é menino!”

O senhorio estava aplicando o entendimento de ‘moleque’ de sua época. O lexicógrafo português Raphael Bluteau, no primeiro dicionário monolíngue da língua portuguesa, o ‘Vocabulario portuguez & latino’, de 1712, assim apresentou o termo ‘moleque’: “pequeno escravo negro”.

No seu ‘Diccionario da lingua portugueza’ (1891), o lexicógrafo carioca Antônio de Morais Silva trouxe mais informações: “Preto pequeno, e escravo. Dizia-se também do mulato, e era injuria aplicar este termo aos livres. Terminada a escravidão continuou o termo a ser do mesmo modo aplicado para designar rapazes de côr, e mesmo brancos, sem educação, garotos. § (fig.) Indivíduo de baixo procedimento, de más acções; brejeiro.”

‘Moleque’ – essa sim é uma palavra historicamente carregada de preconceito. O menino deseducado, arteiro, atentado, endiabrado, sempre pensando em traquinagens, era ap***s o negro, segundo o antigo pensamento preconceituoso. É por isso que você encontrará nos dicionários ‘moleque’ signif**ando ‘garoto travesso’, ‘indivíduo sem integridade, canalha’, ‘mau-caráter e irresponsável’, ‘menino de rua’ e (😮) ‘diabo’.

Entretanto, é óbvio que, hoje, bastante ressignif**ado, podemos empregar o termo ‘moleque’ em situações ultrapositivas. Vemos os rapazes se congratulando com um jovial “Ah, moleque!” e a turma de amigos se tratando por ‘molecada’; senhoras se gabando por serem ‘molecas’ e pais (de qualquer etnia) orgulhosos de seus molequinhos.

Por que não há nenhuma proposta de banimento à palavra ‘moleque’ já que ela se enquadra totalmente nos mesmos motivos de reprimenda a outras palavras?

É porque etimologia não justif**a censura e o que vale sempre, sempre, sempre é o signif**ado atual, avaliado unicamente dentro do contexto em que o termo é empregado.

⁂ Gostou? Então leia mais um tantão de histórias bacanas nos livros ‘100 etimologias para curtir e compartilhar’ e ‘50 pseudoetimologias para deixar de compartilhar’. Estão disponíveis no linque do primeiro comentário. 😉

📚 Referência: ‘Dicionário etimológico da lingua portuguesa’, por Antenor Nascentes (1952).
🖼️ Figura da capa: Matthew Cain/Vecteezy (mai. 2023).
🗣️ Sugestão: Maria Luiza Cysne Gomes.

08/09/2025

A Franquia da República

By Hermes Magnus

Há um princípio quase didático no universo dos seguros: nas perdas parciais aplica-se uma franquia, mas nas perdas totais não há franquia alguma. A lógica é cristalina — se o bem foi destruído por inteiro, o segurado não pode ser penalizado com um acréscimo de sofrimento. Mas se ap***s um fragmento foi danif**ado, é justo que ele arque com uma fatia do prejuízo. Simples, razoável, até elegante.

Pois bem: transportemos essa lógica para os “atônitos” de Brasília. Alguns, embalados por fanáticos de redes sociais, youtubers pseudo-apocalípticos e procuradores políticos de generais encastelados — como Ana Priscila Azevedo, sombra do general Mourão, aquele que foi defenestrado do Comando Militar do Sul por falar demais em uma loja maçônica e, desde então, delega sua ousadia a terceiros. Um general que não vai à linha de frente, mas manda proxies — não um estrategista, mas um covarde com assessoria.

E eis que, em janeiro, esses desorientados invadiram palácios: alguns depredaram, outros ap***s se refugiaram como se o Congresso fosse um abrigo comunitário. Houve de tudo: o relógio de Balthazar Martinot, presenteado a D. João VI, foi destruído; móveis históricos foram dilacerados; e até a cena patética de um sujeito se instalando na mesa de um ministro do Supremo, como se aquilo fosse uma piada em cadeia nacional. Foi grotesco, mas sobretudo revelador de uma gente sem noção, mais caricatural do que revolucionária.

O sistema, no entanto, célere e punitivo, lançou-lhes a conta como se cada estilhaço fosse a implosão da República. Contudo, o país sofreu ap***s um sinistro parcial — nada de instituições abatidas, nenhum golpe consumado. E, ainda assim, a franquia está custando caro aos desavisados, muitos sem uniforme, sem patente — ap***s com um olhar perdido em meio a vidros quebrados.

Porque se a República tivesse sido realmente implodida — uma perda total — talvez, paradoxalmente, não houvesse franquia alguma: o custo seria socializado, o trauma histórico, e os generais, antes tímidos, talvez surgissem como salvadores da pátria. Mas como se tratou ap***s de um vandalismo grotesco, a fatura sobrou para os que estavam no recinto errado, no momento errado, e — ainda pior — sem cláusula de proteção.

No fim, a lição é cruelmente irônica: em Brasília, como nas apólices de seguro, quem paga a franquia não costuma ser quem causou o sinistro, mas quem não tinha nem cobertura.

Influência ou Negócio? O Jogo por Trás dos SeguidoresAté que ponto o engajamento de um influenciador digital com 1 ou 2 ...
27/08/2025

Influência ou Negócio? O Jogo por Trás dos Seguidores

Até que ponto o engajamento de um influenciador digital com 1 ou 2 milhões de seguidores é genuíno — fruto de opinião e debate autêntico — e até que ponto é ap***s uma engrenagem mercadológica?

Um youtuber ou perfil no X que se posiciona politicamente, sobretudo quando ataca a direita em defesa da esquerda, pode faturar entre R$10 mil e R$50 mil por publicação. Mas será que esse “poder” de mobilizar multidões nasce de convicções pessoais ou se trata, na prática, de um negócio bem embalado para quem paga mais?

Quando os discursos começam a soar ensaiados, quando as narrativas parecem milimetricamente desenhadas para polarizar, atrair cliques e empurrar uma pauta específ**a, a autenticidade se perde. O seguidor está participando de um diálogo aberto ou ap***s sendo conduzido como parte de um rebanho digital cuidadosamente manipulado?

No fim das contas, o que pesa mais: ideologia ou mercado?

Copyright Hermes Magnus

Alguns acreditam que tudo é negociável. Mas princípios não são moeda de troca.Quem relativiza o certo uma vez,acaba cede...
18/08/2025

Alguns acreditam que tudo é negociável. Mas princípios não são moeda de troca.

Quem relativiza o certo uma vez,
acaba cedendo de novo. E de novo… Até não reconhecer mais aquilo em que dizia acreditar.

Primeiro, aceita uma exceção.
Depois, se cala diante do erro. Mais adiante, passa a justif**ar o injustificável, como se fosse normal. E quando percebe, não foi o mundo que perdeu os valores. Foi você que abriu mão dos seus.

Princípios não se barganham.
É a fidelidade a eles que distingue integridade de conveniência.

Juiz Bretas

DOOMS DAY“No livro “Sem ‘data venia’: um olhar sobre o Brasil e o mundo”, o ministro Luís Roberto Barroso dedica um tópi...
17/08/2025

DOOMS DAY

“No livro “Sem ‘data venia’: um olhar sobre o Brasil e o mundo”, o ministro Luís Roberto Barroso dedica um tópico inteiro da parte autobiográf**a da obra para falar sobre sua intimidade com os Estados Unidos (1ª ed. Rio de Janeiro: História Real, 2020, p. 30-34).

Sem ruborizar, louva os méritos dos EUA advindos da economia liberal, ao mesmo tempo em que confessa, ainda em solo norte-americano, ter se dado ao trabalho de registrar-se na embaixada brasileira em Washington para votar em Brizola, no primeiro turno das eleições de 1989. E em Lula, no segundo — o mesmo Brizola que, segundo Barroso, deu ocasião para que deixasse a carreira na procuradoria do estado do Rio de Janeiro, quando “a grana no serviço público ficou bem apertada” já no segundo mandato do governador socialista.

Barroso foi aluno de intercâmbio no Meio-Oeste dos EUA ainda aos 15 anos. Estudou em Yale. Trabalhou no escritório Arnold & Porter. Foi Visiting Scholar na Faculdade de Direito de Harvard.

Os EUA pareciam ser uma segunda casa. “Ia em janeiro, em julho e nos feriados prolongados, para estudar e escrever”, conta. E mais adiante confessa: “A verdade é que me apaixonara por Cambridge — cidade da Universidade de Harvard, ao lado de Boston”; confidenciando: “Fiz do lugar meu refúgio acadêmico, onde me escondo para escrever e estudar”, mesmo já após envergar a toga de ministro do Supremo.

Com todo direito, se gaba: “Hoje, tenho uma posição na Harvard Kennedy School, de Senior Fellow. Dou palestras para os professores, para estudantes e para o board do Carr Center for Human Rights Policy, ao qual sou afiliado.” Já ministro do STF, conta: “Volto a Yale uma vez por ano, para um encontro de juízes de supremas cortes de diferentes partes do mundo” (Global Constitutionalism Seminar).

Embora Barroso não conte no livro, jornalistas já apuraram que o ministro guarda parcela considerável do seu patrimônio em empresas americanas; é proprietário de imóveis nos EUA; e, segundo a Revista Timeline, o filho de Barroso vive nos EUA, onde trabalha numa instituição financeira.

Mesmo o famigerado “Perdeu, mané”, lacônico, mas cheio de signif**ado, foi pronunciado em solo americano, quando Barroso se encaminhava para uma conferência do Grupo LIDE, em Nova Iorque.
A vida de Barroso é meio lá, meio cá. Se o Brasil é seu lar, os EUA são seu templo. Um lugar para comungar das oblações à deusa da razão. Um lugar para professar a fé do Iluminismo. Os EUA encarnam, em grande medida, os valores liberais que Barroso confessa, e se tornaram seu local de culto.

Quando teve seu visto cancelado por ordem do Secretário de Estado dos EUA, Barroso tremeu. Ninguém noticiou, mas me permito imaginar que, ao descobrir o infortúnio, anos a fio do esbulho constitucional que cometeu de repente lhe passaram às vistas como um filme. De chofre, as pupilas dilataram e escamas de mentiras quebraram e caíram dos olhos.

Se já ao senso comum parece que os tumultos de 8 de janeiro de 2023 não foram mais do que vandalismo, sem liderança, sem armas, sem vítimas, em pleno recesso, em pleno domingo… a Barroso, que sabe ponderar, deve ter ocorrido a epifania de enxergar o exagero que foi chamar aquilo de "tentativa de golpe de Estado", condenando milhares de pessoas à prisão só para garantir a ruína de um inimigo político.

Ao receber a notícia do visto cancelado, febril, a parcialidade exsudava pelos poros como um suor amarelo e acre: a bile dos juízes facciosos. Já com a perda do visto, Barroso evitou falar sobre o assunto. Seus pronunciamentos transpareciam o abalo. As olheiras, a voz fraca e reticente, o cenho deprimido, a postura cabisbaixa. Barroso se transfigurou.

Mas, agora que declarações de órgãos de Estado dos EUA dão conta de que o ministro se acha na iminência de sofrer as p***s do Global Magnitsky Act, e ser listado entre violadores contumazes de direitos humanos, seria como morrer. Morrer em vida, e tornar-se o primeiro zumbi na Suprema Corte: eis aí uma minoria sem representatividade.”

REVELAÇÕES DE IA() Qual empresa f**ava nesse endereço "Rua Professor Antonio Martins Franco, 733, Novo Mundo, Curitiba, ...
15/08/2025

REVELAÇÕES DE IA

() Qual empresa f**ava nesse endereço "Rua Professor Antonio Martins Franco, 733, Novo Mundo, Curitiba, PR"

A empresa que f**ava nesse endereço era a Principio Consultoria, Assessoria e Pesquisa Ltda (Principios), de Margarida Cristina de Quadros e Rosangela da Silva (Janja), sócias por 20 anos. A companhia está baixada desde 2022.

Essa empresa f**ava em um barraco?

Sim, o endereço abriga uma casa de madeira deteriorada e modesta na periferia de Curitiba, frequentemente descrita como "barraco" em relatórios jornalísticos. Imagens confirmam a aparência humilde, sem indicativos de estrutura comercial sofisticada.

*TODO PORCO GRITA QUANDO SABE QUE VAI MORRER*_"Foi necessária a ameaça de uma águia para criar desordem no chiqueiro. Po...
01/08/2025

*TODO PORCO GRITA QUANDO SABE QUE VAI MORRER*
_"Foi necessária a ameaça de uma águia para criar desordem no chiqueiro. Porcos batendo uns nos outros, se ralando nas cercas, escorregando no mar de lama antes tão confortável e seguro. Mesmo assim é difícil prever até quando teremos que aturá-los gritando."_
*Leia na íntegra, clique no link.*

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Não podemos nos assustar com os gritos. São altos, fortes, mas inúteis.

DESFAZENDO MENTIRASINFORMAÇÃO IMPORTA 🧠A imagem do bebê Mohammed, em Gaza, rodou o mundo como símbolo de “fome causada p...
28/07/2025

DESFAZENDO MENTIRAS

INFORMAÇÃO IMPORTA 🧠

A imagem do bebê Mohammed, em Gaza, rodou o mundo como símbolo de “fome causada por Israel”.
Mas a verdade?

Ele sofre de uma doença muscular rara — fato confirmado pela própria CNN.

E o detalhe mais revelador?
O irmão saudável do lado dele foi apagado da reportagem.

A narrativa foi editada para emocionar, não para informar.

Manipular a dor de uma criança para fins políticos é desumano.

Espalhe a verdade. A compaixão começa com honestidade!

GOOGLE EXCLUI 11.000 CANAIS DE PROPAGANDA NO YOUTUBE!De acordo com a CNBC, o YouTube acaba de eliminar quase 11.000 cana...
21/07/2025

GOOGLE EXCLUI 11.000 CANAIS DE PROPAGANDA NO YOUTUBE!

De acordo com a CNBC, o YouTube acaba de eliminar quase 11.000 canais vinculados à propaganda estrangeira da China, Rússia, Irã e outros países.

Canais ligados à China divulgaram conteúdo pró-Xi Jinping em chinês e inglês.

Os russos eram multilíngues, anti-Ucrânia e anti-Ocidente, incluindo alguns ligados a influenciadores americanos indiciados.

Tudo isso faz parte da repressão do Google às operações globais de desinformação.

21/07/2025

Coronel Gerson Gomes.

Tarifas de Trump e mandados contra Bolsonaro têm relação?

19/07/2025

O Sorriso Que Vende: Um Ensaio Sobre a Gentileza Americana e a Antropologia do Troco em Bala

A gentileza americana no comércio é um fenômeno digno de estudo antropológico. Ela não se limita ao “posso te ajudar?” ou ao sorriso profissional no caixa. Ela é um modo de estar no mundo. Uma predisposição cultural — treinada, ensaiada, mas ef**az — de fazer o outro se sentir visto, mesmo que seja só para te vender uma lâmpada de LED.

Nos Estados Unidos, até quem vai te cobrar uma multa sorri. E o faz com uma gratidão quase comovente, como se estivesse te agradecendo pelo privilégio de te multar. Você atravessa a porta de uma loja, e alguém segura para você com um sorriso que, se fosse no Brasil, seria imediatamente interpretado como cantada, ameaça ou tentativa de assalto.

Mas nos EUA, não: ali existe uma cultura. A cortesia, mesmo que automática, funciona. E mais do que isso — ela constrói algo. Confiança, conforto, repetição.

Enquanto isso, em terras tropicais…

O comerciante brasileiro, especialmente aquele que habita o setor de luxo (o Olimpo dos perfumes importados e das sacolas metalizadas), vive sob a crença profunda de que está te fazendo um favor. Um grande favor. E o cliente que lute para demonstrar gratidão por estar sendo tolerado naquele ambiente. A primeira diferença é de linguagem corporal: nos EUA, o corpo sorri. No Brasil, o corpo bufa. O olhar do vendedor diz: “você vai levar ou vai f**ar só atrapalhando minha paz?”

Se o cliente ousa pedir para ver outro modelo, outro tamanho, outro sabor, será imediatamente agraciado com a mais refinada forma de passivo-agressividade já registrada nas relações humanas. Um suspiro. Um olhar para o teto. Um “então… deixa eu ver se tem no estoque” que soa como “então… eu preferia estar morrendo agora”.

E aí vem o clássico: o troco em bala. Nos EUA, o troco vem contado, plastif**ado, até com recibo impresso. No Brasil, a pessoa sai da loja com um punhado de balas mastigáveis como se tivesse acabado de passar o Halloween. Você foi comprar um pão de queijo e saiu com glicose extra porque a moça do caixa decidiu que 5 centavos são uma abstração contábil que pode ser substituída por um floco de açúcar industrial. E se você ousar protestar, ela responde com naturalidade olímpica: “Mas é bala, moço! Todo mundo gosta.” O troco em bala é a materialização do desprezo institucionalizado: uma forma sutil e peçonhenta de dizer “você é irrelevante demais para merecer precisão monetária.”

Devolver um produto no Brasil — ou tentar — é uma epopeia. Nos EUA, devolver um item é quase terapêutico. O funcionário pergunta se você ficou satisfeito, se quer crédito, se quer reembolso, se quer um abraço. Já no Brasil, devolver algo é como tentar se divorciar de uma seita. Você precisa justif**ar, argumentar, implorar. Em alguns casos, apresentar laudos técnicos, fotografias, testemunhas oculares e uma carta de recomendação do Papa. E ainda assim, há uma chance razoável de sair com um vale-troca que só pode ser usado às quartas-feiras, em anos bissextos, para compras acima de R$500, exceto se for feriado no Uzbequistão.

O setor de luxo brasileiro é um caso à parte. Um habitat natural da soberba. O cliente entra numa loja de grife com o cartão na mão, e o vendedor o analisa como um fiscal da Receita olhando um sonegador reincidente. Há ali uma simbiose rara — uma união estável entre desprezo mútuo e fetiche pelo poder de compra. Quem compra se sente melhor que o mundo. Quem vende se sente parte de uma casta sacerdotal que protege os portões do Olimpo do consumo. O resultado é um ambiente hermético, onde a arrogância não só é permitida, como é celebrada com prosecco quente e cara amarrada.

Nos EUA, curiosamente, o luxo não é exclusão. Ali, o pobre e o rico conseguem disputar o mesmo espaço dentro da loja e serem atendidos com o mesmo respeito. Ambos se portam com dignidade diante do comércio, porque há uma base civilizacional comum que não exige pedigree para ser respeitado. O atendente da loja de departamento não precisa olhar o seu sapato para decidir se vai sorrir ou não — e o cliente, mesmo milionário, não acha que pode humilhar alguém só porque está pagando. Parece banal, mas é revolucionário quando contrastado com o Brasil.

Porque dizem que o Brasil vive um racha — como se fosse uma novidade. Mas a verdade é que a população brasileira é sectária desde que foi parida. No Brasil, convivem vários Brasis, que se toleram em espaços públicos com um grau de desconforto mal disfarçado. A loja de luxo é um dos poucos lugares onde essas bolhas se encontram — e o resultado quase sempre é fricção, não integração.

A pergunta que f**a é: de onde vem essa gentileza americana? A resposta é longa, mas clara: ela é histórica, cultural, funcional. Vem da ética protestante, da lógica do consumo, do medo de processos judiciais e do hábito educacional de dizer please e thank you como se fosse parte do código genético. Não é só simpatia. É um sistema inteiro de relações humanas que valoriza o conforto mútuo — mesmo que seja superficial. E funciona. Funciona muito.

Do meu ponto de vista, observando à distância, o Brasil ainda não está pronto para ser gentil. A empatia parece um luxo. A cortesia, uma excentricidade. O cliente, um estorvo. E, ironicamente, ainda há quem se orgulhe de sermos “um povo caloroso”. Caloroso até demais, talvez — a ponto de derreter a paciência de qualquer um que tente exercer um mínimo de civilidade.

Talvez um dia a gentileza vire moda no Brasil. Nem que comece devagar, com o simples gesto de segurar a porta para alguém — sem cara feia, sem suspiro e, por caridade, sem bala de troco.

Ah! E antes que falem… Sou Canadense e olho de fora os dois povos, antes não tinha coragem - talvez até vergonha.

E um excelente fim de semana a todos que não se encaixam em estereótipos.

Por Hermes Magnus
Ex-asilado brasileiro e hoje cidadão canadense.

Hum, meio exagerado. MAGNISTKY, pode até ser, porque já era esperado como último recurso.ÚLTIMA — Tarifas de até 100%, b...
19/07/2025

Hum, meio exagerado. MAGNISTKY, pode até ser, porque já era esperado como último recurso.

ÚLTIMA — Tarifas de até 100%, banimento de aeronaves brasileiras no espaço aéreo americano, bloqueio de GPS e satélites, iniciativas internacionais em conjunto EUA-OTAN e aplicação da Lei Magnitski (banimento de indivíduos do sistema financeiro global) estão na mesa do governo americano contra o Brasil, segundo múltiplas fontes nos EUA.

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Rio De Janeiro, RJ

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