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30/08/2025

PEREIRA PASSOS – O ENGENHEIRO QUE SONHOU CIDADES

Francisco Pereira Passos nasceu em 29 de agosto de 1836, na serenidade da Fazenda do Bálsamo, na antiga Província do Rio de Janeiro. Filho do Barão de Mangaratiba, cresceu envolto por um ambiente em que a honra aristocrática se encontrava com a disciplina do trabalho. Desde cedo, revelou aptidão para as ciências exatas e sensibilidade para os enigmas da forma e da proporção — aptidão rara em uma terra ainda marcada pela rusticidade do engenho e pela solenidade da Corte.

Aos catorze anos foi enviado à capital imperial, onde ingressou na Escola Militar, depois convertida em Escola Politécnica. Em 1856, formou-se em Ciências Físicas e Matemáticas, adquirindo o diploma de engenheiro civil, título de alta distinção intelectual naqueles anos. Entre seus colegas de turma encontrava-se Benjamin Constant, outro espírito inquieto que mais tarde se inscreveria nos fastos da República.

O destino, contudo, não lhe reservava horizontes provincianos. Entre 1857 e 1860, na luminosa Paris do Segundo Império, frequentou a célebre “École des Ponts et Chaussées”, respirando o ar de modernidade da capital transformada por Haussmann. Ali, entre avenidas abertas sobre o tecido medieval e ferrovias que uniam regiões outrora isoladas, amadureceu sua visão: a cidade era organismo vivo, e ao engenheiro cabia o dever quase sacerdotal de reordenar seus fluxos.

Retornando ao Brasil em 1860, trouxe consigo essa herança intelectual e estética. Tornou-se um dos grandes artífices da era ferroviária, participando da construção da Santos–Jundiaí, da expansão da estrada de ferro D. Pedro II, e da ousada linha que escalava as encostas de Petrópolis, até conceber a pioneira Estrada de Ferro do Corcovado. Em cada trilho e cada ponte, não se via apenas o engenheiro, mas o urbanista em potência, sonhando já com a cidade renovada.

Na década de 1870, servindo como engenheiro do Ministério do Império, Pereira Passos integrou a comissão encarregada de estudar o Plano Geral de Reforma do Rio de Janeiro. Era ainda um esboço do que viria décadas depois: ruas mais largas, avenidas abertas ao mar, uma cidade mais respirável e menos sufocada por becos e cortiços.

Seu apogeu se deu em 1902, quando o Presidente Rodrigues Alves o nomeou prefeito do Distrito Federal. Aí, Pereira Passos transfigurou-se em símbolo de uma época. Durante quatro anos (de 1902 a 1906) empreendeu a célebre reforma urbana conhecida como “Bota-Abaixo”. Com mão firme, demoliu cortiços, abriu a monumental Avenida Central (hoje Rio Branco), fez surgir o Theatro Municipal, a Avenida Beira-Mar, e canalizou rios que antes corrompiam a cidade. Não se limitou a construir: refundou a imagem do Rio de Janeiro, convertendo-o de “cidade insalubre” em vitrine da Belle Époque tropical.

Sim, houve resistências e tensões, como a célebre Revolta da Vacina, e críticas pela brutalidade de certas medidas. Mas, ao fim, o traço que deixou foi perene. Poucos homens, no Brasil, tiveram a ousadia de reconfigurar tão radicalmente o espaço urbano. Poucos, também, carregaram consigo tamanha herança da formação imperial: ordem, disciplina, senso estético e a convicção de que a civilização se constrói tanto nos códigos quanto nas ruas.

Pereira Passos faleceu em 12 de março de 1913, a bordo do navio Araguaia, em travessia atlântica, como se sua vida tivesse sido uma viagem constante entre continentes, ideias e civilizações.

Hoje, contemplar a sua obra é compreender o gesto de um homem que foi filho da monarquia, discípulo de Paris e artífice do Rio moderno. Um engenheiro que sonhou cidades, e que deixou, nas pedras e nos bulevares, a assinatura indelével de um Brasil que ousava dialogar com a grandeza do mundo.

Carlos Egert
Presidente Geral do Diretório Monárquico do Brasil

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