
04/08/2024
Uma das coisas que mais aprecio na cultura japonesa é a contemplação.
O foco em apreciar o momento presente, tendo consciência de sua impermanência e imprevisibilidade.
A atenção nos pequenos detalhes, talvez ordinários e pouco "emocionantes" à primeira vista.
Não é à toa que de uns tempos pra cá comecei a me interessar por fotografia analógica. De certo modo ela materializa essa perspectiva.
E esse livro é sobre isso.
A história gira entorno de um estúdio fotográfico que funciona como uma passagem entre a vida e a morte.
Nesse lugar, cada pessoa tem o direito de olhar uma foto de cada dia de sua vida. Tendo, ao final, que escolher 1 para cara ano, montando um caleidoscópio que formará seu último vislumbre da sua vida antes de partir.
Como seria estar nessa posição? Quais momentos escolheria pra rever uma última vez?
Escolher o que de fato é importante é algo que não fazemos com a frequência que gostaríamos.
E isso pode nos impedir de dar valor a momentos que merecem nossa atenção.
Perdemos este costume. Muitas vezes nem tivemos.
Mas obras como essa nos fazem parar pra refletir se de fato estamos aproveitando a vida como deveríamos.
Se a velocidade do dia a dia não está tirando nossa capacidade de parar e apreciar pequenos momentos.
O que você está fazendo pra não deixar sua vida passar em branco?