Vitor Bruno

Vitor Bruno 💍 Noivo de
🏛 Teologia pelo .ipb
⛪️ Seminarista na
🏫 Capelania escolar na
📍 SP

02/07/2025
Grande és Tu, Senhor — e grandemente digno de ser louvado; insondável é Teu poder, e sem medida a Tua sabedoria. E o hom...
20/06/2025

Grande és Tu, Senhor — e grandemente digno de ser louvado; insondável é Teu poder, e sem medida a Tua sabedoria. E o homem, tão pequeno, anseia por louvar-Te — o homem, frágil centelha de Tua criação, que traz em si a sombra da mortalidade, o testemunho do pecado, a marca de que resistes aos soberbos. Ainda assim, ó mistério bendito, o homem — pó e sopro — deseja louvar-Te.

Tu mesmo o despertas para o encanto do Teu louvor, pois nos formaste para Ti, e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Ti.

Concede-me, Senhor, saber — e bem entender — o que precede: invocar-Te ou louvar-Te? Conhecer-Te ou antes invocar-Te? Pois quem poderá clamar por Ti, se não Te conhece? Aquele que Te ignora pode, por engano, clamar por outro. Ou será que Te invocamos para então conhecer-Te? Mas como invocarão Aquele em quem não creram? E como crerão, se não houver quem anuncie?

Mas é certo: os que buscam ao Senhor hão de louvá-Lo, pois os que O buscam, O encontrarão, e os que O encontram, O louvarão.

Assim, eu Te buscarei, Senhor, invocando-Te; e Te invocarei, crendo em Ti, pois Teu nome nos foi anunciado. A fé que me deste, ó Senhor — essa Te invocará. Fé que derramaste sobre mim, que inspiraste ao meu ser, por meio da santa humanidade do Teu Filho, pelo ministério daquele que O proclamou.

05/06/2025
28/05/2025
21/05/2025

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14/05/2025

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Diante do conclave e da eleição do papa Leão XIV, muitos olhos se voltam novamente para Roma, como se ali estivesse a fo...
11/05/2025

Diante do conclave e da eleição do papa Leão XIV, muitos olhos se voltam novamente para Roma, como se ali estivesse a fonte da fé cristã. No entanto, é justamente nesse momento que se faz necessário recordar, com seriedade e fidelidade à história, que a doutrina da supremacia papal jamais foi ensinada pelos antigos pais da Igreja. Muito pelo contrário — ela foi expressamente rejeitada por homens piedosos, pastores fiéis e mestres respeitados pela Igreja primitiva.

Gregório Magno, celebrado até mesmo pelos católicos romanos como um dos grandes doutores da Igreja, foi categórico: ele rejeitou tanto o título quanto a ideia de que algum bispo — inclusive o de Roma — tivesse jurisdição universal sobre os demais. Em sua Carta 33 do Livro VII, Gregório não mediu palavras:

“Afirmo com confiança que quem quer que se chame, ou deseje ser chamado, Sacerdote Universal [Papa], é, em sua exaltação, o precursor do Anticristo, porque se orgulha de se colocar acima dos outros.”

Essa declaração é um testemunho direto contra o cerne da teologia papal. Gregório via a busca por uma autoridade centralizada como algo perigoso, anticristão, uma traição à humildade exigida de um servo de Deus. Mais ainda, em correspondência com o bispo de Alexandria, ele rogou:

“Peço à sua dulcíssima Santidade que não volte a me chamar de Bispo Universal [Papa], pois o que é concedido a outro além do que a razão exige é subtraído de você mesmo... Sou verdadeiramente honrado quando não é negada a eles a honra devida a todos e cada um.”

Gregório compreendia que a honra do ministério pastoral está na comunhão entre os bispos, não em sua subordinação ao bispo de Roma. Ele defendeu uma primazia de serviço, nunca de domínio.

Agostinho de Hipona, outro gigante da patrística, também se opôs à ideia de que Roma fosse a sede da autoridade universal da Igreja. Para Agostinho, a autoridade dada a Pedro era um símbolo da autoridade de toda a Igreja, e não um monopólio romano. Ele declara em sua Carta 53:

“O que é dado a Pedro na pessoa de Pedro é dado à Igreja como um todo, e não somente à pessoa do Papa.”

E mais: em sua obra Contra os Donatistas, Agostinho deixa claro que a Igreja não está limitada a Roma nem tem sua legitimidade presa àquela sé episcopal.

O que vemos aqui não são protestos modernos, mas a voz unânime de líderes respeitados dos primeiros séculos do Cristianismo, denunciando a mesma ambição centralizadora que hoje se celebra nos conclaves e nas coroações papais. A Reforma Protestante não foi uma ruptura com a tradição, mas um retorno às Escrituras e à fé da Igreja antiga. O papado romano, ao contrário, foi se desenvolvendo por meio de acúmulo de poder, documentos forjados (como a Donatio Constantini) e decisões políticas — não pela autoridade de Cristo nem pela doutrina apostólica.

É profundamente lamentável que Roma, outrora bastião da ortodoxia e da confissão trinitária contra as heresias dos primeiros séculos, tenha se afastado tanto do espírito e da doutrina dos próprios Pais que ela diz venerar. O Gregório que eles chamam “Magno” jamais reconheceria o papado moderno. O Agostinho que eles citam como “Doutor da Graça” não se submeteria ao atual sistema romano. Roma não é mais a guardiã da verdade — tornou-se seu obstáculo.

SOBRE A UNIÃO DOS PROTESTANTESSe tem uma coisa que realmente me deixa admirado, é ver protestantes caindo no velho argum...
10/05/2025

SOBRE A UNIÃO DOS PROTESTANTES

Se tem uma coisa que realmente me deixa admirado, é ver protestantes caindo no velho argumento católico-romano de que somos divididos, enquanto a Igreja de Roma seria unida. É surreal, porque o indivíduo, sendo protestante, muitas vezes nem sabe o próprio lugar no mundo.

É evidente que as Igrejas Protestantes não se veem como autoexcludentes. Cada igreja local não é uma nova religião, nem se considera a única verdadeira, mas reconhece muitas outras como irmãs e compartilha com elas as doutrinas essenciais da fé.

Um católico romano, no auge da sua santa ignorância, chega a afirmar que uma Igreja Reformada Continental seria uma religião distinta de uma Igreja Reformada da Ilha, mesmo que os reformados jamais se vejam assim — como se fossem religiões diferentes ou grupos sectários dentro do cristianismo.

Assim como Nicodemos, na conversa com Jesus registrada no capítulo três do Evangelho de João, não entendia a diferença entre nascer de novo e voltar ao ventre materno — pois era incapaz de enxergar espiritualmente, sendo um homem carnal — os católicos romanos não conseguem ver unidade senão sob um papa visível. Para eles, não basta que sejamos Igrejas autocéfalas que se reconhecem mutuamente como cristãs por servirem ao verdadeiro Papa: Jesus de Nazaré.

Se uma igreja que serve a Cristo reconhece outra por também servir a Cristo, então estamos unidos pelo mesmo Cristo. E não importa quantas críticas uma faça à outra, pois não existe tempo ou lugar na história em que as críticas entre cristãos tenham sido inexistentes. Desde os Pais da Igreja, passando pelas chamadas Igrejas apostólicas e dentro da própria Igreja de Roma — mesmo debaixo de um papa visível — não faltaram anátemas e tentativas de silenciar ou extinguir grupos internos antagônicos. Só um cego não enxerga isso.

Sim, os protestantes são unidos. Somos Igrejas autocéfalas que reconhecem — ou não — outras Igrejas como verdadeiras igrejas de Cristo, com base no ensino que professam. Se o ensino é apostólico, reconhecemos. Se não é, não reconhecemos. Simples assim.

E não pensem que isso se resume ao conhecimento teológico, como se nos reconhecêssemos por gnose. Quem é espiritual sabe que existe uma união mística entre os protestantes, algo que os católicos romanos não compreenderiam nem em mais dois mil anos. Quem nunca chegou em uma roda de amigos no trabalho e instantaneamente soube quem era crente e quem não era? Quem nunca deu aquele riso de alegria ao descobrir que o colega de trabalho também é crente?

Por que um pastor batista pode pregar em uma igreja presbiteriana? Por que um leigo como eu pode ser convidado para pregar em uma conferência batista mesmo sendo presbiteriano? Por que Hernandes Dias Lopes pode pregar em uma Assembleia de Deus, e Augustus Nicodemus numa Lagoinha? Simples: além do reconhecimento doutrinário de que se trata de uma igreja de Cristo, existe uma união mística que só nós entendemos.

Quando nos reunimos com outros cristãos, sabemos quem são os nossos irmãos. Podemos passar horas conversando com alguém de crenças diferentes sem tocar nos pontos de divergência. Podemos orar juntos, nos alegrar juntos. O católico romano nunca vai saber o que é isso, porque sua “unidade” é meramente visível, superficial e carnal. A nossa é invisível e espiritual, é uma iluminação: sabemos, quase instintivamente, quem é de verdade — e quem é de mentira.

Por Francisco Tourinho

O papado não tem apoio patrísticoO arcebispo Kenrick, de St. Louis, nos EUA (H.W. Dearden, Modern Romanism Examined, 4ª ...
08/05/2025

O papado não tem apoio patrístico

O arcebispo Kenrick, de St. Louis, nos EUA (H.W. Dearden, Modern Romanism Examined, 4ª edição, p. 14), procurou na patrística a unanimidade dos “pais da Igreja” quanto à interpretação de Mateus 16.18. Vasculhou a obra Patrologiae Cursus Completus, de Jacques Paul Migne, composta por duas séries: a dos Padres Latinos, com 217 volumes in folio, e a dos Gregos, com 162 volumes — ao todo, 379 volumes in folio.

E chegou à seguinte e dolorosa conclusão: de tantos “pais da Igreja”, apenas 77 se manifestaram sobre o versículo-base da construção dogmática de Roma. Destes, 44 reconheceram ser a fé que Pedro confessara a rocha sobre a qual Jesus Cristo estabeleceu a sua Igreja. Dezesseis entenderam que o próprio Cristo é a rocha, e apenas 17 concordaram com a ideia vaticana de que Pedro é a pedra fundamental da Igreja.

De um total de 77, apenas 17 — ou seja, 22% — estiveram do lado da teologia papal; os outros 60 — isto é, 78% — sustentaram ponto de vista contrário. Se essa pesquisa tivesse sido realizada por um protestante, eu poderia levantar dúvidas. Que dúvidas, porém, poderia eu ter, sendo o pesquisador um arcebispo católico romano?

Launoy (Epist. VII, Genebra, 1731, vol. V, pt. 2, p. 99) teve a mesma diligência ao examinar a patrística com o mesmo propósito do arcebispo de St. Louis, chegando a resultados absolutamente iguais em números. E Launoy também era católico apostólico romano e doutor em Teologia pela Universidade da Sorbonne.

Esses poucos “pais da Igreja” (os 17), embora aceitem que Pedro seja a pedra da Igreja, jamais se referem ao bispo de Roma como sucessor de Pedro e, portanto, como constituído pedra da Igreja. Se aceitam esse privilégio ou encargo para Pedro, restringem-no à pessoa do pescador da Galileia.
Na ocasião do Concílio Vaticano I, em 1870, quando os debates sobre a proclamação do dogma da primazia jurisdicional do papa e sua consequente infalibilidade se acirraram, Langen, em seu livro El Dogma del Vaticano, salientou que nenhum dos “santos padres” interpretou o “esta pedra” como referência a um cargo particular e especial conferido a Pedro, com poderes de transmissão. Em sua Quaestio, o bispo Ketteler mostrou-se de pleno acordo com Langen.

O célebre bispo alemão Döllinger, ardoroso combatente do protestantismo e de Lutero, e acérrimo defensor do papado, reagiu vigorosamente, no fim de sua vida, contra a tese da primazia jurisdicional do papa e de sua infalibilidade. Por se opor aos intentos do Concílio Vaticano I, o papa Pio IX o excomungou, esquecendo-se de toda a sua luta anterior contra os protestantes.

“Quantos padres se ocuparam desta passagem!”, exclamava ele ao se referir a Mateus 16.18. “Contudo, nenhum daqueles cujos comentários possuímos — Orígenes, Crisóstomo, Hilário, Agostinho, Cirilo, Teodoreto — afirmou sequer uma sílaba sobre o primado de Roma como consequência da missão dada a Pedro e das promessas que recebeu.”

Dentre os santos Padres, sempre me impressionou João Crisóstomo, o “boca de ouro”, pela sua incomparável eloquência. Em sua Homilia LIII sobre Mateus 16.18, ele afirma claramente: “Sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, isto é, sobre a fé da confissão”. E, reafirmando na Homilia LIV, esclarece: “Jesus não disse que edificaria Sua Igreja sobre Pedro, porque não a edificou sobre um homem, mas sobre a fé. Que significa, então, ‘sobre esta pedra’? Significa: sobre a confissão contida em suas palavras. [...] SOBRE ESTA PEDRA, isto é, sobre a fé contida em tua confissão”.

Essa compreensão não é isolada. O bispo romano Félix III, em sua Epístola aos Bispos da Espanha, Gregório I, em sua Epístola 33 à rainha Teodelina, Cirilo de Alexandria em sua obra sobre Isaías, e Hilário de Poitiers, todos partilham da mesma leitura. Cirilo afirma: “Creio que pelo termo pedra deveis entender a fé inabalável dos apóstolos”. Hilário declara no De Trinitate, Livro II: “A pedra é a abençoada e única pedra da fé confessada por Pedro”. E ainda no Livro VI: “É sobre esta pedra da confissão de fé que a Igreja é edificada”. Jerônimo também, em seu Comentário sobre Mateus, Livro VI, é inequívoco: “Deus fundou Sua Igreja sobre esta pedra, e é desta pedra que Pedro recebeu o nome”.

Ainda adolescente, fui cativado por Agostinho de Hipona. Li suas Confissões com entusiasmo e mergulhei profundamente em seus escritos durante meus estudos na Faculdade Teológica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Copiei à mão muitos de seus sermões por não ter condições de adquiri-los. Tamanho era meu apreço que, ao escrever artigos, escondia-me sob o pseudônimo Augustinus.

Contudo, foi justamente Agostinho quem me impediu de seguir crendo na primazia de Pedro como fundamento da Igreja. Quando secretariou o Concílio de Milevis — o qual proibiu apelações ao bispo de Roma por parte dos africanos —, Agostinho deixou clara sua posição. No Comentário ao Evangelho segundo João (Tratado 124), ele escreve: “A Igreja está fundada sobre a PEDRA. [...] Não é da palavra Pedro que se deriva Pedra, mas o oposto. [...] O Salvador disse: ‘Sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja’, depois que Pedro dissera: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente’. E, na verdade, a PEDRA É CRISTO, e o próprio Pedro foi edificado sobre este fundamento”.

No Sermão 76, ele reforça: “PETRA é radical, e PETRUS se deriva de PETRA. [...] Eu edificarei a Minha Igreja sobre MIM, que sou o Filho do Deus Vivente; Eu te edificarei sobre Mim, e não Eu sobre ti”. E no Tratado II sobre a Primeira Epístola de João, reafirma: “Sobre esta pedra, ou seja, sobre esta fé”. Também no Sermão 13: “Sobre esta pedra que confessaste [...] edificarei a Minha Igreja — sobre Mim mesmo”.

Mais adiante, já convertido a Cristo, continuei admirando sua obra literária, especialmente suas Retratações. Nesse tratado, com humildade intelectual admirável, ele mesmo revisa e corrige seus próprios escritos. Em um trecho, reconhece: “Em certo passo, disse eu, do apóstolo S. Pedro, que a Igreja fora fundada sobre ele [...], mas lembro-me de que depois, e por muitas vezes, tenho explicado esta sentença do Salvador [...] neste sentido: que a PEDRA é Aquele que Pedro tinha confessado quando disse: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivente’. [...] Não diz Ele: tu és a PEDRA, mas tu és Pedro; porque a PEDRA era o Cristo, e Simão, tendo-O confessado, como toda a Igreja O confessa, foi por isso chamado Pedro”.

E conclui com sabedoria rara entre teólogos: “Harum autem duarum sententiarum, quae sit probabilior, eligat lector” — “Dessas duas interpretações, escolha o leitor a que lhe parecer mais provável”.

Sim, Agostinho facilita o livre exame. E, por mim, a escolha é clara.

30/04/2025

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São Paulo, SP

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