
29/07/2025
O silêncio que só uma mãe conhece
Há uma dor que mora no coração das mães de filhos crescidos.
Não é estrondosa.
Não faz alarde.
Ela vive em silêncio, escondida nos cantos da casa e do peito.
Sussurra durante a madrugada, enquanto o mundo dorme,
e se mistura ao aroma do café esquecido na mesa.
É uma dor que nasce quando os filhos ganham asas.
Quando deixam de pedir colo e passam a voar sozinhos.
Quando escolhem caminhos que não cabem mais no mapa do coração materno.
Quando erram, e só o tempo poderá ensiná-los.
Ah, como essa mãe queria poder voltar no tempo,
segurar firme aquelas mãos pequenas,
protegê-los do mundo, das quedas, das escolhas duras.
Queria dizer:
“Espere! Eu já estive aí. Eu sei onde dói.”
Mas ela sabe que não pode.
Agora são adultos.
E adultos precisam errar para aprender.
Precisam se perder para se encontrar.
Precisam viver por si mesmos — mesmo que isso parta o coração de quem os gerou.
E então, essa mãe aprende a arte do silêncio.
A difícil lição de amar de longe.
De apoiar sem interferir.
De estar perto, mesmo quando tudo exige distância.
Ela observa.
Ela confia.
Ela dobra os joelhos em prece quando ninguém vê.
E envia amor no invisível dos pensamentos, acreditando que ele os envolve, os toca, os guia.
Porque uma mãe, mesmo quando não pode mais segurar nos braços,
sempre os acolhe no coração.
E ali, no íntimo da alma, ela nunca deixa de ser abrigo.