10/06/2025
“A Vingança da Geladeira”
Rapaz… outro dia eu acordei achando que ia ser um dia normal, sabe? Aquele dia assim... com gosto de terça-feira sem graça. Mas eu devia ter desconfiado quando tropecei no chinelo dentro do meu próprio quarto. Chinelo meu, do meu pé, e ele me derrubou. Isso aí já era um sinal do universo, mas eu sou teimoso.
Fui pra cozinha, meio sonâmbulo ainda, e abri a geladeira com fé no coração e fome no estômago. Aí a geladeira, que eu jurava que era minha parceira de vida, só me ofereceu o quê? Um limão murcho, um resto de arroz parecendo areia de aquário e um ovo que tava me olhando com cara de "tenta fritar, tenta pra tu ver". Pensei: "vou no mercado, né?".
Desci do prédio, tomei uma chuva que parecia que o céu tava lavando a alma — a minha alma e as roupas que eu tava usando. Cheguei no mercado parecendo um cachorro molhado que perdeu a aposta. A moça do caixa ainda me perguntou: "choveu lá fora?". Eu quase respondi: "não, moça, é que eu fui batizado de novo, agora pelo dilúvio".
Peguei umas coisinhas: pão, queijo, presunto... e um leite que tava com preço de whisky. Voltei pra casa, tirei a roupa encharcada, fui guardar as compras e aí começou a vingança da geladeira. Sabe aquele momento em que você tenta equilibrar as coisas? Um pacote de presunto em cima do pote de sorvete falso (aquele que só tem feijão congelado), o suco em cima da margarina, e tudo encaixado com uma precisão que só o Tetris explicaria.
Fechei a porta da geladeira com um cuidado... parecia até que eu tava tentando fazer carinho num pitbull bravo. Tudo certo, né? Mas aí, bastou eu sentar no sofá, plim, ouvi um barulho.
Quando abri a porta, meu irmão... caiu tudo. Presunto voando, pote de feijão batendo no meu pé, o suco virou tsunami, e o ovo — sim, o ovo ameaçador — rolou, me encarou no chão e estourou como se tivesse ganhado a guerra. A geladeira? Silenciosa, fria... fingindo que não era com ela.
E eu lá, no meio do campo de guerra, segurando o pão e a dignidade pelo canto.
Moral da história? A geladeira não erra. Ela espera o momento certo pra se vingar. Nunca confie num eletrodoméstico com luz própria.
E se a vida te der um limão murcho... melhor pedir comida pelo app mesmo.