
15/09/2025
José Dirceu é desde a juventude uma usina de ideias de jerico. Foi inaugurada em 1968, quando botou na cabeça que o congresso da União Nacional dos Estudantes, com mais de mil participantes, tinha de ser realizado — clandestinamente — num sítio em Ibiúna, lugarejo perto de São Paulo. Dirigentes menos amalucados propuseram que o encontro ocorresse no campus da USP e às claras, o que talvez inibisse ações policiais. Dirceu manteve a decisão e deu no que deu. No primeiro dia, a chuva impenitente e a falta de acomodações com telhado submeteram a uma madrugada medonha centenas de jovens enrolados em ponchos. No segundo, alertada por moradores intrigados com o que viam, a PM invadiu o lugar e prendeu todo mundo. Dirceu teria ficado muito mais tempo na gaiola se não tivesse sido incluído no grupo libertado por exigência dos sequestradores do embaixador americano.
A fábrica de imbecilidades seguiu funcionando. O mineiro de Passa Quatro diplomou-se com o codinome Daniel num cursinho de guerrilha em Cuba, providenciou sucessivas mudanças de identidade, redesenhou o rosto com bisturi para tornar o nariz adunco e depois para retificá-lo e ameaçou derrubar o governo militar chefiando um grupo de guerrilheiros rurais até optar por quatro anos de sossego em Cruzeiro do Oeste, no Paraná. Disfarçado de dono de loja, casou-se com uma moça rica e gerou o filho que mais tarde viraria deputado com o codinome Zeca Dirceu. Só depois da anistia de 1979 retomou a vida que o transformaria, por decisão dos soldados rasos do PT, no guerreiro do povo brasileiro. Nos anos seguintes, mais de uma vez ele ameaçou enquadrar os reacionários “com uma ampla mobilização de movimentos sociais”. Uma tropa comandada por Dirceu só conseguiria matar de riso os atacados.
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