
26/08/2025
A montanha respira.
A névoa desliza suave, como se guardasse segredos antigos, murmurando histórias que só o silêncio consegue ouvir.
A cada olhar, é possível sentir que não se trata apenas de um encontro visual, mas de uma sintonia rara entre quem observa e o que é observado.
Esta imagem não nasceu apenas de um clique. Ela foi gestada no compasso da respiração do lugar, no ritmo lento das nuvens que abraçam a floresta, na textura viva das árvores que se erguem como guardiãs.
Aqui, a fotografia não é um registro frio do que os olhos veem, mas a tradução daquilo que o coração percebe.
Não é sobre técnica, embora a técnica esteja presente.
Não é sobre equipamento, embora a câmera seja a ponte. É sobre estar inteiro.
É sobre se entregar à atmosfera, deixar que ela invada, que conduza, que transforme.
Assim como Ansel Adams, que buscava a alma das paisagens do Parque Yosemite; como Sebastião Salgado, que se deixa tocar pela essência de cada lugar e de cada povo; ou como Caspar David Friedrich, que transformava montanhas em metáforas da própria existência, esta fotografia é construída na interseção entre visão e emoção.
O que vemos é uma montanha.
O que sentimos é um instante eterno.
E é nesse espaço invisível, entre a imagem e a sensação, que a fotografia cumpre seu papel mais nobre: fazer o tempo parar para que possamos, por um momento, estar verdadeiramente presentes.