22/08/2025
O primeiro sentimento é de quietude que pulsa — aquele instante em que o dia prende a respiração antes de existir por completo.
A luz nasce grande, sem pudor, e a serra responde com silêncio alto.
O som que ouço é um coro discreto: vento roçando folhas, pássaros dando as primeiras notas, um zumbido distante de insetos e, ao fundo, o estalo tímido da mata acordando. É um silêncio cheio.
Nasce o dia em preto e branco
para que a alma complete as cores.
A serra, antiga, segura o céu.
Entre a brisa e o estalo das folhas,
a vida se prepara —
e, por um segundo, tudo cabe
no gesto aberto de um galho.
Mais que um clique, esta fotografia é convite: entrar na paisagem para escutar o que a natureza diz quando fala baixo.
É arte que acontece do lado de fora — e termina de acontecer do lado de dentro.