11/08/2025
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu afirmou que “isolar a extrema direita” é fundamental para a defesa da soberania nacional. Em artigo publicado na revista Teoria e Debate, do Diretório do PT de São Paulo, ele disse que as sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), ao Brasil, contam com o apoio desse grupo político, que classificou como “única interessada e, na verdade, coautora” da medida.
Segundo Dirceu, a “única coisa que realmente interessa à extrema direita é livrar Jair Bolsonaro do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal e da prisão definitiva”. Ele argumentou que Trump defende a não punição do ex-presidente brasileiro “apenas, e tão somente, para o Brasil não abrir um precedente que possa vir a ser usado contra ele próprio, quando deixar a Casa Branca”.
O ex-ministro também atribuiu as sanções a interesses econômicos no setor de tecnologia norte-americano. “O que realmente irrita Trump é a possibilidade de o Brasil tornar inúteis os cartões de crédito e outros meios de pagamento digitais adotados por empresas norte-americanas, daí sua briga contra o Pix brasileiro, e a possibilidade de regular e taxar as plataformas digitais”, escreveu. Dirceu disse ainda que “as chamadas big techs apoiam fortemente o presidente norte-americano”.
Para ele, o Brasil deve negociar para evitar novas sanções impostas pela Seção 301, mas ir além das respostas defensivas. “Mais do que procurar culpados pela situação, o que parece importante, portanto, é o Brasil aproveitar a crise e não se limitar a reações defensivas, como ocorre habitualmente”, defendeu.
O petista citou o manifesto “Unidade em Defesa do Brasil”, assinado por partidos como PT, PC do B, PSB, PDT, Psol, Rede e PV, como exemplo de mobilização. Segundo ele, o texto deixa claro que “defender a nossa pátria e sua soberania é condição de ser brasileiro” e que “a taxação imposta por Trump vincula-se ao seu apoio político à impunidade de Bolsonaro e dos demais traidores da pátria”.