Ansiedade ? Nunca Mais.

30/03/2022

Quando estamos com um problema buscamos excessivamente focar em resolvê-lo, podemos nos perder tentando entender sua raiz, nossa responsabilidade diante dele, o que influencia a sua manutenção dentre tantas outras coisas. Passamos a enxergar somente o problema em nossa frente e tudo que orbita envolta dele. Esquecemos de observar o que já está funcionando em nossas vidas e como potencializar nosso bem estar.

Esse foco excessivo no negativo inviabiliza nossa percepção e passamos a respirar o problema. Não conseguimos enxergar outros aspectos a nossa volta. O problema se torna nosso mundo e drena nossa energia. As outras coisas vão perdendo a força e o sentido e o pensamento de que “só serei feliz quando resolver isso” pode ganhar força. Mas olha que interessante, muitos estudos científicos estão mostrando que o contrário é muito mais poderoso. Você focar no que funciona na sua vida pode te ajudar a resolver seus problemas.

Vamos a um exemplo: um casal está em uma crise devido a uma traição. Todos os dias discutem sobre o assunto. A confiança está abalada, a raiva e a mágoa estão a todo v***r. Esse grande monstro entre o casal é tudo que eles têm vivenciado na relação. Em uma situação como essa focar nas vivências boas que existiram, em como o casal funciona positivamente, o quanto cada um agrega à vida do outro, a admiração e esforço de cada um para relação se recuperar tem o poder incrível de dar clareza e potencializar a relação. Incrível, não?

Isso também acontece a nível individual. Uma pessoa com transtorno de ansiedade pode passar a evitar situações onde a ansiedade está presente e seu foco ser fugir de estímulos ansiosos. Durante esse processo é importante descobrir o que existe além da ansiedade, quais são as forças, qualidades, que atividades a fazem se sentir viva e o que ela pode experimentar de bom na vida apesar da ansiedade.

Essa mudança de perspectiva tem o poder de acrescentar mais sentido e qualidade à vida das pessoas. Novas emoções e uma relação mais amorosa consigo mesmo é construída e incrivelmente isso é capaz de reduzir a intensidade do que causa sofrimento mental. Dessa forma, os problemas vão perdendo sua força e a melhora passa a não ser apenas a resolução do problema mas também o ganho em saúde mental para além do problema.

Por isso práticas como escrever sobre três coisas no seu dia em que você é grato, contemplar a natureza, praticar o autoelogio, praticar a bondade e o altruísmo, sentir-se conectado ao presente, se divertir são tão poderosas. Então vamos pensar juntos, o que você pode fazer para viver uma vida incrível apesar dos seus problemas? Sabemos que nem eu nem você somos perfeitos, mas estamos vivos e cheios de vida para espalhar pelo mundo. Vamos fazê-lo?

30/03/2022

Já pensou acordar e de repente se sentir confiante? Esse é o sonho de muitos, mas a construção da autoconfiança não é um processo fácil. Requer empenho, dedicação, abertura para tentar coisas novas, desafiar as crenças que você tem sobre si mesmo e tolerar emoções desconfortáveis como medo e ansiedade. Então por que é importante desenvolver a autoconfiança? Hoje essa será nossa pauta.

O termo autoconfiança é amplamente conhecido pelo senso comum, mas quando vamos procurá-lo cientificamente, encontramos conteúdos escassos, ou muitas vezes profissionais de outras áreas de conhecimento o utilizando ou o definindo sem respaldo de estudos psicológicos. Na realidade, muitos autores da Psicologia compreendem e concordam que o terma autoconfiança é um sinônimo do termo autoeficácia. Este último já é amplamente estudado pela Psicologia. Nesse texto, quando me referir a eles, os usarei como sinônimos, ok?

A autoeficácia é a crença na própria capacidade de conseguir mobilizar o que for necessário para alcançar os seu objetivos. De forma simples quer dizer que uma pessoa autoconfiante é aquela que acredita que é capaz de lidar com os desafios e chegar a resultados positivos. Cabe ressaltar que ser autoconfiante não é saber as soluções, as respostas corretas, ou ter certeza que as coisas irão correr como o previsto, mas sim acreditar que diante do incontrolável você tem a capacidade de encontrar as respostas. Autoconfiança não é saber fazer, é acreditar que você tem a capacidade de aprender e executar.

Ao longo dos anos e tendo em vista os estudos produzidos, cada vez mais tem se tornado evidente que apresentar autoconfiança está atrelado a um bom desempenho, ou como alguns gostam de chamar “sucesso”. Quando apresentamos a crença da confiança isso pode influenciar positivamente nossos comportamentos e pensamentos de várias formas. Aqui vão alguns motivos para você desenvolver a autoconfiança:

O nível de esforço e dedicação dedicado a tarefa: a autoconfiança pode contribuir para nos dediquemos mais a conquistar nossos objetivos já que vislumbramos um desfecho positivo.
Perseverança: diante dos obstáculos e das possíveis emoções desconfortáveis que podem surgir ao longo do processo, a autoconfiança contribui para que permanecermos engajados nos comportamentos que nos levarão ao alcançar nossos objetivos.
Padrões de pensamento: a crença no desempenho positivo contribui para que diante de pensamentos negativos se torne mais fácil flexibilizá-los ou ter desfechos agradáveis. Novas formas de pensar e responder aos padrões de pensamentos distorcidos ficam mais suscetíveis de surgirem devido a autoconfiança.
Menor vulnerabilidade ao estresse: há diferentes formas de enfrentar a estresse. Algumas são mais assertivas que outras a depender do contexto. Mas um fato importante é que a forma como você imagina que o seu problema será solucionado pode atenuar a sua vulnerabilidade ao estresse. Se você acredita que mesmo que se sinta sobrecarregado será capaz de conseguir um desfecho positivo a sua tolerância ao estresse pode aumentar um pouco. Lembrando que nem sempre isso será saudável, mas em alguns cenários pode ser útil.
A presença de autoconfiança também é associada a bem-estar, vida social saudável, proteção contra transtornos mentais, e estilos saudáveis de enfrentamento ao estresse. Inclusive crianças autoconfiantes são bem sucedidas na escola e pessoas autoconfiantes apresentam chances de sobreviver a procedimentos cirúrgicos mais sérios (Mann et al., 2004).

Então o que você está esperando para colocar a mão na massa?

30/03/2022

Agrande maioria já passou por situações difíceis que foram marcantes e nos mudaram de alguma forma. Algumas talvez tão intensas que foi necessário pararmos um tempo para nos recuperarmos. O termo trauma vem da medicina e envolve lesões causadas por algo externo. Na psicologia, o trauma envolve vivenciar alguma situação onde a sua vida ou integridade foi ameaçada. Situações de violência, doença, abandono, negligência, falta de cuidados, lesão, acidentes são comuns de desencadearem traumas.

Já é evidente que presenciar o evento ou ter contato próximo com alguém que passou pela situação traumática pode desencadear sinais de necessidade de acolhimento psicológico. Um aspecto importante do trauma psicológico é que ele envolve uma avaliação individual e subjetiva do risco. Isso quer dizer que, mesmo que a situação não seja um risco real, caso a pessoa acredite que é isso pode desencadear as reações ao trauma, ok?

Os estudos da psicologia mostram que muitas pessoas passam por traumas, mas nem todas ficam traumatizadas. Em média 80% das pessoas que passam por situações traumáticas se recupera e a grande maioria de nós em passa por pelo menos um evento traumatizante ao longo da vida. Passar por um trauma não quer dizer que necessariamente você irá sofrer consequências emocionais desse dano a longo prazo. Hoje iremos compreender o que as pessoas têm feito superar traumas e o que tem dado certo.

Um fator determinante no estudo de como as pessoas se recuperam de traumas foi o atentado de 11 de setembro. As pessoas que presenciaram e sobreviveram foram acompanhadas e daí uma série de estudos sobre o tema Crescimento Pós-Traumático (CPT) foram realizados. Esse termo surge em contraposição ao Transtorno de Estresse Pós-Traumático, que foi “descoberto” e estudado após muitos dos soldados sobreviventes da II Guerra Mundial retornarem para casa com sérios problemas de saúde mental.

Os estudos sobre Crescimento Pós-Traumático iniciaram na década de 90 com Tedeschi e Calhoun. Os autores definem o CPT como a mudança psicológica positiva que é vivenciada como resultado do enfrentamento de circunstâncias altamente desafiadoras. Nas pesquisas realizados foram identificadas 5 áreas que sofrem mudanças positivas oriundas do CPT:

Aproveitamento de novas oportunidades – tanto no campo pessoal quanto no profissional.
Melhora relacionamentos pessoais e maior prazer derivado de estar perto de pessoas que amamos.
Um grande senso de gratidão pela vida como um todo.
Maior conexão espiritual.
Aumento da força emocional e resiliência.
O que pode te ajudar a desenvolver o Crescimento Pós-Traumático e superar traumas? Aqui vão alguns achados interessantes:

Expressar suas emoções através da escrita é poderoso

Escrever sobre o trauma e lembranças dolorosas ajuda a atribuir sentindo aos eventos dolorosos, regular as emoções, conectar-se melhor com as pessoas e traz efeitos positivos para saúde mental e física.

Praticar a autocompaixão te ajuda a lidar com emoções difíceis

A autocompaixão é uma prática que envolve reconhecer nossas necessidades emocionais, praticar a autobondade em vez do autojulgamento e sermos compreensivos com as nossas dores. Essa é uma forma de desenvolver estilos de enfrentamento à situações traumáticas que contribuem para o seu bem-estar.

Busque suporte em pessoas que você confia e se sente à vontade

Relacionamentos que te oferecem suporte e conforto te ajudam a acreditar em seu processo de melhora, a lidar com a tristeza de forma saudável e oferecem possibilidade de ressignificação positiva. Ter suporte emocional é um fator relevante em processos de Crescimento Pós-Traumático.

Traga emoções positivas para sua rotina

Além dos benefícios imediatos, as emoções positivas são uma forma de desenvolver novas formas de enfrentar o estresse e os desafios da vida. Elas ajudam o cérebro a desenvolver novos caminhos que possibilitam novas formas de agir.

Busque ser flexível

Quando se trata da nossa saúde nem tudo é preto no branco. A flexibilidade é uma característica associada ao Crescimento Pós-Traumático, pois nos abre para a novidade e auxilia na mudança de perspectiva sobre o passado, o presente e o futuro.

Construa novas narrativas sobre o trauma

Tentar colocar em perspectiva o trauma através da escrita, colocar em uma história como se fosse uma outra pessoa contando ou observando pode te ajudar a reinterpretar ou enxergar aspectos não percebidos antes.

Pratique a gratidão e a bondade

A gratidão e a bondade são emoções positivas que auxiliam na mudança de perspectiva, no senso de autoeficácia e diminuição de sinais de ansiedade e depressão. Essa emoções positivas podem desencadear outras e facilitam na construção de resiliência.

Invista no desenvolvimento da espiritualidade

A espiritualidade é um facilitador do CPT. Várias pesquisas mostram como aprofundá-la contribui para que o CPT aconteça. Lembrando que não envolve apenas a religião, mas práticas que te façam se sentir conectado com algo maior.

Liste as forças que te ajudaram a superar desafios na vida

Elenque uma lista de desafios que você já enfrentou e relacione quais características suas te ajudar a superá-los e como cada uma delas foi importante. Em se tratando do trauma em questão, busque relacionar como essas forças te ajudam ou se alguma nova força foi desenvolvida durante esse período.

Busque ajuda profissional se necessário

Por último mas não menos importante, busque ajuda profissional. Psicólogos são profissionais capacitados para te ajudar nesse processo e facilitar o seu Crescimento Pós-Traumático. Ter suporte durante esse processo faz total diferença.

Tenha em mente que superar um trauma é um processo e ter paciência consigo mesmo é essencial. Precisando de ajuda, é só falar com a nossa equipe ou buscar um profissional de sua confiança.

30/03/2022

No fundo, no fundo, ansiedade é medo. E assim, o transtorno de ansiedade generalizada corresponde ao medo generalizado, ou seja, uma sensação desagradável de apreensão e insegurança, por vezes mais consciente, por vezes subliminar, porém sempre presente. Em alguns, a experiência é predominantemente psíquica, com preocupações contínuas, insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração e memória; em outros, predominam os sintomas físicos, como sudorese fria, palpitações, “frio na barriga”, etc.

Obviamente muitos dos nossos medos são justificáveis, pois, de fato, a vida é imprevisível e em si arriscada. A qualquer momento, podemos sofrer um acidente grave, perder um ente querido, adoecer, fazer um mau negócio, ser envolvidos em litígios judiciais, ser vítimas de assédio, calúnias e difamação, etc. Tudo o que temos e com que nos identificamos pode se perder para sempre num segundo. Lidar com a transitoriedade e fugacidade da vida gera angústia em todos nós e muitas são as formas que usamos para lidar com isso.

Na maior parte do tempo, lutamos para não pensar na nossa condição e buscamos nos distrair com os vários conteúdos do cotidiano. O problema é que, apesar dessa repressão, a consciência dos perigos, riscos e vicissitudes e a consciência da morte persistem. Nesse contexto, a manifestação da ansiedade pode ser consequência da ilusão de que se conseguirmos ter o controle de tudo, ter em mente todas as possibilidades, prevenir todos os reveses, conferir todos os detalhes, a vida deixará de ser perigosa. Assim, ansiedade generalizada se associa a um comportamento inflexível, controlador e perfeccionista.

Tudo aquilo que tem um começo tem um fim.

30/03/2022

30/03/2022

30/03/2022