08/07/2025
*CASO ANA JULIA*
*Mãe e padrasto acusados de matar menina de 2 anos têm prisão convertida para preventiva*
*Mãe e padrasto levaram menina ao Hospital Getúlio Vargas alegando que ela havia se engasgado*
A Justiça do Rio determinou, neste domingo (6), a conversão da prisão em flagrante para preventiva da mãe e do padrasto acusados de ter matado uma menina de 2 anos, na sexta-feira (4), na Penha, Zona Norte do Rio. Géssika de Souza Anacleto, 30 anos, e Nicolas Souto Mesquita, 28, levaram a criança ao Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), alegando que ela havia se engasgado. Exames apontaram diversos hematomas pelo corpo e hemorragia em diferentes órgãos internos.
A decisão destaca elementos como a gravidade do crime e as evidências da autoria: “Salienta-se que, segundo os depoimentos prestados em sede policial e o exame de necropsia, a menor A.J. apresentava 72 equimoses pelo corpo, hemorragia interna e lesão de múltiplas vísceras, que seriam fruto de ação contundente. Ou seja, há fortes indícios de que a morte trágica da criança não tenha sido um acidente, mas decorrente de uma ação dolosa”.
O caso
De acordo com investigações da 22ª DP (Penha), a direção do hospital chamou policiais militares para um suposto caso de maus-tratos - crime pelo qual o casal foi detido em um primeiro momento.
Já na unidade, os PMs souberam dos indícios de espancamento detectados em exames e que os responsáveis não haviam mencionado nada relacionado. Assim, foram conduzidos à delegacia, onde prestaram depoimento. Géssika admitiu que Nicolas costuma fumar maconha e que havia feito uso da substância no dia das agressões.
Eles ainda argumentaram que os ferimentos constatados inicialmente se deram pelo fato de a garota cair no chão frequentemente e ter a pele muito clara.
No sábado (5), no entanto, foi divulgado o resultado do exame de necropsia da menina, realizado no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro, que apontou, ao menos, 72 hematomas espalhados por cabeça, tronco, pernas e braços. O olho esquerdo também estava roxo na pálpebra inferior, enquanto a boca tinha um corte do lado esquerdo.
Um exame interno também indicou a presença de sangue em diversas áreas, como tórax, pulmões e traqueia. A causa do óbito foi determinada como "por hemorragia interna, lesão polivisceral fruto de ação contundente".
Com isso, a Polícia Civil concluiu que mãe e padrasto mataram a criança "com emprego de tortura", sem dar chance de defesa à vítima "que estava sob sua guarda e autoridade". Por isso, eles foram autuados em flagrante por homicídio qualificado.