
03/06/2025
📰 Após temporada polêmica, fãs questionam: está na hora de Doctor Who trocar de showrunner?
Por SenhorStax – Para O Doutor Quem? | 03/06/2025
O retorno de Russell T. Davies ao comando de Doctor Who, celebrado em um primeiro momento como a salvação da longeva série britânica, agora começa a gerar questionamentos entre os fãs e críticos. Após a segunda temporada da era Ncuti Gatwa, marcada por produções de alto nível, mas também por decisões narrativas controversas, uma dúvida ganha força: será que a série precisa de um novo showrunner?
Russell T. Davies, que já havia comandado com sucesso a retomada de Doctor Who em 2005, voltou à série com o apoio da Disney e a missão de modernizar o programa para um público global. E de fato entregou uma versão visualmente mais ambiciosa, com diversidade no elenco, representatividade em pauta e uma nova identidade estética.
Contudo, nem tudo foi bem recebido.
🎭 Entre acertos e excessos
A performance de Ncuti Gatwa como o 15º Doutor tem sido amplamente elogiada. Seu carisma e vulnerabilidade deram ao personagem uma nova camada emocional. Ruby Sunday, companion vivida por Millie Gibson, também conquistou espaço e protagonismo. No entanto, os rumos da narrativa — especialmente em torno da origem de Ruby e a reformulação de conceitos clássicos da série — geraram divisões profundas no fandom.
Em particular, a decisão de retomar e expandir a polêmica teoria do Timeless Child, introduzida na era anterior, provocou debates acalorados. A escolha de Davies em reinterpretar a mitologia dos Time Lords e as regras de regeneração foi vista por muitos como desrespeito à história da série — ainda que feita com a intenção de inovar.
“O problema não é a ousadia, mas sim o desequilíbrio entre emoção e coerência narrativa”, afirma o crítico televisivo Oliver Rees, da revista TV & Screen. “Davies sempre escreveu com o coração, mas às vezes parece ignorar a lógica interna do universo que ele mesmo ajudou a construir.”
📈 Sucesso técnico, crise criativa?
É inegável que a parceria com a Disney trouxe recursos que elevaram o padrão técnico da série. Episódios como 73 Yards e Boom foram elogiados por sua direção, roteiro e atmosfera. No entanto, outros capítulos sofreram com tramas inconsistentes e mensagens forçadas.
O contraste entre o investimento visual e os problemas estruturais no roteiro reacendeu um velho debate: Doctor Who estaria preso demais às visões de seus showrunners veteranos?
🔄 Hora de regenerar o comando?
Historicamente, Doctor Who se reinventa com frequência. A troca de Doutores, companions, tons e até formatos é parte do DNA da série. O mesmo poderia — ou deveria — acontecer com o comando criativo.
Russell T. Davies trouxe de volta o prestígio e o público, mas a longo prazo, a série precisa de novas vozes”, comenta a jornalista e especialista em ficção científica Amara Lee. “O sucesso de Doctor Who está na mudança. E isso inclui mudar quem está por trás das câmeras.