
21/08/2025
**DENÚNCIA PÚBLICA: A APROPRIAÇÃO PARTIDÁRIA E COMERCIAL DAS VAGAS DA PRM EM MATALANE**
A juventude moçambicana está a ser traída. Denunciamos publicamente a manipulação e comercialização das 4000 vagas para o Curso Básico da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Matalane — vagas que deveriam ser acessíveis a todos os cidadãos, com base em mérito e transparência.
Segundo o anúncio oficial da PRM, as vagas são gratuitas, e qualquer tentativa de compra será tratada como crime punível por lei. O Comando-Geral afirma que se distancia de atos corruptos e incentiva denúncias através do Gabinete Central de Combate à Corrupção. No entanto, a realidade contradiz esse discurso.
⚠️ REALIDADE NO TERRENO: CORRUPÇÃO E EXCLUSÃO
No norte de Moçambique, mais de 100 jovens já pagaram entre 100.000 a 150.000 meticais para garantir uma vaga no curso da PRM. Esses pagamentos foram feitos em esquemas informais, intermediados por indivíduos ligados a estruturas partidárias e locais de capacitação da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), braço juvenil do partido FRELIMO.
Esses jovens não passaram por nenhum processo público de seleção. Foram escolhidos por sua fidelidade partidária e capacidade de pagar. Enquanto isso, milhares de outros jovens — sem ligações políticas ou recursos financeiros — são excluídos, mesmo tendo vocação e mérito para servir à nação.
🛑 A MILITARIZAÇÃO PARTIDÁRIA E A VENDA DA ESPERANÇA
A PRM está a ser transformada num instrumento de fidelidade partidária e privilégio financeiro. A promessa de neutralidade e legalidade está a ser violada na prática. A capacitação nas sedes do partido, a seleção interna da OJM e a entrega das listas diretamente à direção da PRM são provas de um sistema paralelo, ilegítimo e perigoso.
Essa prática não apenas mina a confiança nas instituições — ela compromete a segurança pública. Uma força policial recrutada por lealdade partidária e dinheiro não serve ao povo, serve aos interesses de quem a controla.
✊ CHAMADO À MOBILIZAÇÃO
Exigimos:
A publicação imediata das listas de candidatos por província, com critérios claros de seleção.
A investigação urgente dos casos de pagamento por vagas, especialmente no norte do país.
A responsabilização criminal dos intermediários e beneficiários desses esquemas.
A suspensão de qualquer processo de capacitação partidária vinculada ao recrutamento da PRM.
A juventude moçambicana não pode continuar a ser moeda de troca. A polícia deve ser do povo — e não do partido, nem do mercado.