09/09/2025
Por muito tempo acreditei que precisava de alguém para respirar, mas hoje entendo: era apenas a minha mente que insistia em manter-te vivo onde já não havia presença. A tua ausência sempre esteve aqui, silenciosa, vestida de rotina, mas eu estava ocupada demais em amar sozinha para perceber.
Quis ser o teu motivo, e no processo, deixei de ser o meu. Esperei ser notada, quando na verdade, a primeira a me notar deveria ter sido eu. Não eras obrigado a me amar — a obrigação sempre foi minha: amar-me o bastante para não me encolher.
Talvez eu tenha confundido intensidade com entrega, e no caminho, ignorei todos os sinais de alerta que gritavam pelo meu amor-próprio. Tu foste apenas quem sempre foste; fui eu que te transformei em necessidade, quando tudo o que eu precisava era presença dentro de mim.
Hoje caminho com uma nova consciência: a de que ser ‘egoísta’ não é fechar portas, é abrir espaço para existir inteira, sem implorar por migalhas de companhia. Seguirei em frente, não por vingança, mas porque não faz sentido carregar o que nunca foi suficiente para me sustentar.