24/12/2024
CrÃtica à s Eleições Presidenciais de 2024
Com base nos dados apresentados, há pontos que merecem atenção crÃtica, não apenas por questões matemáticas e de coerência nos resultados, mas também pelo contexto polÃtico e democrático do processo. Aqui está a análise:
1. Alta Taxa de Abstenção
Fato: A abstenção foi de 9.931.212 eleitores, representando 57,85% do total de inscritos.
CrÃtica: Isso significa que mais da metade dos eleitores não participou do processo eleitoral. Esse Ãndice de abstenção é alarmante e levanta sérias questões sobre a legitimidade do processo.
Por que tantos eleitores não votaram?
Foram criadas condições adequadas para o exercÃcio do voto?
Houve desmotivação ou desconfiança generalizada na credibilidade do sistema?
Defesa da Anulação: Uma eleição em que a maioria esmagadora dos cidadãos aptos a votar não participa indica que o processo pode não refletir a vontade popular, comprometendo a legitimidade do resultado.
---
2. Falhas na Divulgação de Dados
Fato: Inicialmente, os dados divulgados apresentaram inconsistências graves, como números de abstenções superiores ao total de eleitores inscritos.
CrÃtica: Erros dessa magnitude comprometem a confiança no órgão responsável pela apuração e validação dos resultados. A transparência e precisão são pilares fundamentais de um processo democrático.
Defesa da Anulação: A falta de clareza e erros grosseiros na contagem ou divulgação dos dados pode indicar problemas técnicos ou mesmo má-fé, justificando a reavaliação e possÃvel anulação das eleições.
---
3. Concentração de Poder nos Resultados
Fato: O candidato eleito, Daniel Francisco Chapo, obteve 65,17% dos votos válidos. No entanto, ao considerar a abstenção e os votos nulos e brancos, ele representa apenas cerca de 25% dos eleitores inscritos.
CrÃtica: Isso significa que três quartos da população apta a votar não apoiaram diretamente o vencedor. Esse dado reforça a percepção de que o resultado não reflete a vontade da maioria dos moçambicanos.
Defesa da Anulação: Um presidente eleito com apoio direto de apenas um quarto do eleitorado não tem um mandato representativo suficiente para governar com legitimidade.
---
4. Contexto PolÃtico e Ameaça à Democracia
Fato: Em Moçambique, as instituições democráticas enfrentam desafios históricos, incluindo denúncias de fraude e manipulação eleitoral em eleições anteriores.
CrÃtica: A história de fraudes e irregularidades no paÃs aumenta a necessidade de um processo absolutamente transparente e legÃtimo, que claramente não foi alcançado aqui.
Defesa da Anulação: Sem uma apuração independente e confiável, o risco de manipulação permanece. A anulação seria um passo em direção à credibilidade e ao respeito pela democracia.
---
Conclusão: Por Que Anular as Eleições?
Anular as eleições é uma medida extrema, mas necessária quando:
1. O Ãndice de abstenção atinge nÃveis que comprometem a legitimidade.
2. Há inconsistências ou erros graves na divulgação dos resultados.
3. O vencedor não tem respaldo suficiente do eleitorado para governar legitimamente.
4. As instituições responsáveis pelo processo eleitoral falham em garantir transparência e confiança.
Ao anular as eleições, o objetivo não é apenas refazer o processo, mas sim restaurar a confiança do povo moçambicano no sistema democrático, assegurando que as futuras eleições sejam justas, transparentes e verdadeiramente representativas da vontade popular.