
03/08/2025
Despedi-me de ti há seis anos e sinto que este é aquele que mais me custa. Pensei no porquê e encontrei uma resposta: sou mãe.
Se das outras vezes me doía saber que fui obrigada a dizer-te adeus enquanto filha, hoje pus-me na tua pele e imaginei, por breves instantes, o quão doloroso deve ser dizer adeus a um filho. Não porque ele parta, mas sim porque nós, enquanto mães deixamos de cá estar. Deixamos de ser o conforto, a segurança, o porto de abrigo, o telefonema para todas as questões do mundo, a certeza de que estaremos sempre cá... Quando, na verdade, deixamos de estar.
Hoje, com a mão do meu Santi na minha sei que isto é daquilo que mais tenho saudades. De ter a minha mão encaixada na tua e saber que, passe o tempo que passar, ela vai sempre lá caber. E, por coincidência, foi desta forma que passamos grande parte do nosso último dia juntas. De mãos dadas. Como que a desejar que nenhuma das mãos se soltasse. Mas disse-te que podias ir. Que tudo ficaria bem. E, dia após dia, vai ficando. Não bem, mas mais tolerável. Aprende-se a viver com esta falta e fala-se de ti de sorriso no rosto.
Ser mãe fez-me sentir ainda mais saudades tuas. Sentir mais o vazio que deixaste. Mas, ser mãe também me deu a oportunidade de te “ver” nos olhos dele. Gosto de imaginar que estás perto dele e as cócegas que lhe fazes são a razão daquelas gargalhadas que surgem do nada…
Continua por perto. De mim. E dele. 🧡 Fazes-me falta.