08/09/2025
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Actualmente a Nigéria continua a ser notícia e não pelas melhores razões, mas isso não é o tema desta abordagem, embora seja necessário fazer algumas menções para se enquadrarem os acontecimentos.
Em 1967, Portugal estava a comemorar os 50 anos das Aparições de Fátima, na Guiné Portuguesa, um Fiat G-91 tinha sido atingido por fogo antiaéreo do PAIGC, a Norte de Bissau, em Angola os Flechas tinham começado a operar, tornando ainda mais difícil a luta do MPLA e da Unita e em Moçambique a Frelimo tinha criado um Destacamento Feminino com Josina Machel.
Foi neste mesmo tempo que na Nigéria, os Igbo - cristãos do Sul, iniciaram a sua luta de libertação e independência contra o Norte muçulmano, num conflito medonho de que resultaram entre 1 a 3 milhões de vítimas, (conforme os historiadores), sendo muitas causadas pela fome, que foi usada como arma.
Esta antiga colónia inglesa era independente desde 1960, tendo vivido em constante conflito, depois da saída dos britânicos, por razões fáceis de entender: a Nigéria foi uma “invenção” inglesa que agrupou inconciliáveis reinos, povos, culturas e credos, sob o eficaz controlo da ordem, da bandeira e da língua, pelo que, findos estes, só poderia haver lutas.
O mesmo aconteceu com outros países que conhecemos, de fronteiras desenhadas em mapas e sem atenderem às diferenças entre as regiões e povos abrangidos.
Este gigante africano com mais de 200 milhões de habitantes, tem cerca de 500 grupos étnicos e uma clara separação entre o Norte muçulmano e o Sul cristão já se verificava no tempo dos ingleses.