16/11/2024
Celeste Caeiro trabalhava num self-service na Rua Braamcamp, em Lisboa, que no dia 25 de abril de 1974 completava um ano. Quando lá chegou, o patrão disse que não iam abrir, mas que fossem à garagem buscar as flores para que não murchassem.
Celeste Caeiro agarrou num molho de cravos. Ignorou o conselho de uma amiga, de ir para casa, e foi ao Rossio ver o que se passava. Um soldado disse-lhe que iam para o Largo do Carmo “ver se o Marcello Caetano se rende” e pediu-lhe um cigarro. Celeste Caeiro não fumava, mas ofereceu-lhe um cravo, que o soldado pôs no cano da espingarda.
Acabou por oferecer todos os cravos e deu, assim, o nome à Revolução do 25 de Abril: Revolução dos Cravos. “Muito feliz por ter dado o nome à revolução. Vou ficar sempre na história”, contou.
Celeste Caeiro desceu a Avenida da Liberdade pela última vez nas comemorações dos 50 anos da Revolução, em abril deste ano, acompanhada pela neta e por muitos que a quiseram homenagear. É deste dia a fotografia que publicamos, da autoria de Patrícia Melo Moreira (via Getty).
Celeste Caeiro morreu esta sexta-feira aos 91 anos.
Fonte: Sic Notícias.