Gente de Verdade

Gente de Verdade A vida é um sopro, que a vivas intensamente com verdade, serenidade e empatia. Sem distrações!🌟🤍

Por aqui... a sexta-feira acordou e continua tristonha. Traz consigo aquela chuvinha fina de verão, a dançar leve diante...
11/07/2025

Por aqui... a sexta-feira acordou e continua tristonha. Traz consigo aquela chuvinha fina de verão, a dançar leve diante da janela. E o cheiro – ah, o cheiro a terra molhada. O meu bálsamo secreto, a cura que vem do chão quando o céu se fecha.

Mas não te enganes pela luz que se esconde. Um dia de sombras também pode ser sol. A verdadeira claridade não nasce lá em cima, nasce cá dentro.
Mesmo quando as nuvens pesam, a força para iluminar o caminho? Está em ti.

Sempre.

Acende-a.♥️

P.s (vejo tanta beleza na melancolia…)

Isabel Rodrigues Valente

Este texto é para os que FICAM… 🤍“A Dor que sobra e o Porquê que falta…A cadeira vazia. É sempre a cadeira vazia que pri...
06/07/2025

Este texto é para os que FICAM… 🤍

“A Dor que sobra e o Porquê que falta…

A cadeira vazia. É sempre a cadeira vazia que primeiro dói. O espaço onde o corpo amado devia estar e não está. E o coração, esse órgão teimoso e ingénuo, desfaz-se em mil farrapos de perguntas sem resposta. Porquê? Para quê? Era mesmo preciso que partisse agora, assim, sem aviso, deixando este buraco negro no centro do mundo?

Quero. Quero com todas as forças que me restam, que são poucas, tão poucas, acreditar. Acreditar num desígnio maior. Num mapa cósmico onde esta dor lancinante, esta perda que corta como vidro partido, tenha um propósito. Que não seja apenas o acaso cruel a atirar-nos contra os cantos afiados do destino, abandonados num universo indiferente. Que a partida não seja um fim, mas uma travessia. Que haja um lugar onde o riso deles ressoe mais livre, onde a luz seja mais suave, onde a paz seja total. Um lugar “melhor”…

E para nós, os que f**amos no chão húmido da saudade?
Quero, desesperadamente quero, acreditar que esta dor não é um beco sem saída.
Que é argila. Argila pesada, fria, difícil de moldar, sim. Mas argila. Que podemos, com estas mãos trémulas e este coração desfeito, amassá-la. Não para a fazer desaparecer – nunca desaparecerá – mas para lhe dar forma. Uma forma nova. Algo que honre o amor que ficou. Algo que transforme o lamento em canto, mesmo que rouco. Algo… grandioso? Talvez não aos olhos do mundo. Mas grandioso no silêncio da nossa própria batalha, no heroísmo minúsculo de respirar fundo mais um dia. O herói não é aquele que não tem medo. É aquele que treme e avança na mesma. Que constrói, tijolo a tijolo, sobre os escombros do coração.

A morte espreita. Sabemo-lo. Na curva do caminho, na penumbra do quarto, no silêncio súbito de uma voz familiar. É essa a condição brutal de amar: sabermos, sempre, que o adeus pode estar ao virar da próxima esquina. E é precisamente essa fragilidade que torna cada abraço sagrado, cada palavra dita (ou por dizer) um tesouro irrecuperável.

Não sei. Não sei se há um porquê divino e mágico tecendo esta dor. Não sei se o universo sussurra planos ou se somos náufragos num mar de incerteza. As certezas desfizeram-se com a partida.
O que sei é isto: se a única coisa que me resta, neste deserto de ausência, é a escolha de acreditar… então agarro-me a ela com unhas e dentes. Acredito que a partida deles não foi em vão. Acredito que a dor não é o fim da história. Acredito que podemos pegar neste amor que ficou, mais forte do que a morte, e construir. Construir uma vida que valha a pena ser vivida, mesmo com o peso da falta. Construir memórias que sejam faróis. Construir, a partir do caos, uma réstia de sentido. Uma luz, ténue mas teimosa, ao fundo do túnel mais escuro.

Porque acreditar, às vezes, é o único ato de coragem que resta aos que f**am. E nessa crença, por mais frágil que seja, reside a primeira semente da reconstrução.
A primeira luz.”

Isabel Rodrigues Valente

Gente de Verdade

Imperfeita. Mas de verdade.Esta sou eu. Sem filtros que apaguem as sombras. Sem ângulos que disfarcem as curvas que a vi...
06/07/2025

Imperfeita. Mas de verdade.

Esta sou eu. Sem filtros que apaguem as sombras. Sem ângulos que disfarcem as curvas que a vida traçou.
Há rugas que contam histórias. Cicatrizes que são mapas. E um coração que, às vezes, tropeça no próprio ritmo.

Não te vendo perfeição.
Porque a perfeição é um espelho frio, vazio. Um lugar onde ninguém respira.
Vendo-te verdade.
A verdade que arde. A verdade que cicatriza. A verdade que, mesmo trémula, não se v***a.

Sabes bem do que falo.
Daquele medo que te aperta o peito ao amanhecer.
Da dúvida que sussurra: "Serás suficiente?"
Das quedas que ninguém viu, mas que doem como inferno na solidão da tua alma.

Pois é.
Esta estrada não é de mármore polido.
É terra batida, às vezes lamacenta.
Mas é nossa!
É aqui, nas falhas não escondidas, que encontramos o fio que nos cose uns aos outros.
Na tua rachadura, eu vejo a luz que me falta. Na minha imperfeição, talvez reconheças a coragem que te assusta.

Não quero ser ícone. Quero ser eco.
Do teu cansaço. Da tua resistência. Do teu sorriso que teima em nascer depois da tempestade.
Ser imperfeita não é fraqueza.
É coragem de existir com os poros abertos.
De sangrar e dizer:
“Estou viva. E isto dói. E vale a pena."

Porque a beleza mais pura não está no que é imaculado.
Está no sopro de humanidade que atravessa as nossas fendas.
Na coragem de sermos inteiros, mesmo quando partidos.

Juntas?
Imperfeitas. Inteiras. De verdade.
É aqui que a vida, afinal, acontece.

Isabel Rodrigues Valente

Até amanhã ♥️

A única homenagem … Aos que partem sem aviso, sem tempo, sem razão que nos caiba na cabeça ou no peito?Não há lágrimas q...
03/07/2025

A única homenagem …
Aos que partem sem aviso, sem tempo, sem razão que nos caiba na cabeça ou no peito?
Não há lágrimas que bastem.
Não há palavras que curem o abismo.

Há isto:
Pisar a terra com mais força.
Como quem diz “Estou aqui. Por ti. Por mim. Pelo instante que te foi negado."
Respirar o ar com mais fome.
Como quem suga a vida pelo canudo, sabendo que o tempo é um ladrão de amanhãs.

Há o combate sagrado:
Viver o tempo que nos sobra não como herdeiros passivos,
mas como guerreiros do agora.
Cada segundo, uma trincheira.
Cada respiração, um ato de rebeldia contra o vazio.
Cumprir o trivial com alma.
Beijar como se fosse a última vez.
Olhar nos olhos como se fosse a única âncora.

Porque uma morte precoce não é só um buraco.
É um espelho.
Brutal.
Sem maquilhagem.
Que nos grita: “Tu estás vivo. Hoje. Agora. Neste carro, nesta rua, neste fôlego. E isso não é um detalhe — é um milagre raivoso. Usa-o."

Força?
Não é um desejo.
É uma ordem.
Das profundezas.
Respira.
Sente.
Luta.
Ama.
Cai.
Levanta.
Repete.
Até que o corpo diga “basta” e a alma diga “valeu a pena”!

Estamos aqui.
Não por acaso.
Mas por eles.
Enquanto o pulso bater, enquanto houver sol por cima do asfalto, enquanto o coração aguentar o peso imenso de estar vivo.

Porque às vezes, a única forma de honrar a luz que se apagou é incendiar a nossa.

Até amanhã ♥️

Isabel Rodrigues Valente

Acordámos em choque.Em choque.Uma notícia que corta o fôlego. Que paralisa. Que arrasa famílias inteiras, reduzindo-as a...
03/07/2025

Acordámos em choque.
Em choque.
Uma notícia que corta o fôlego. Que paralisa. Que arrasa famílias inteiras, reduzindo-as a cascas vazias, a mortos em vida. E que nos derruba a todos. Nos tira o chão. Nos obriga a olhar de frente.

Para a vida. Para a forma como lidamos com os obstáculos, tão pequenos, tão grandes. Para o tempo. Sempre o tempo.

O tempo perdido. Com o que não importa. Com o que não soma. Com o que nos consome sem nos alimentar.
O tempo roubado. Àqueles que amamos. Em troca de quê? Trabalho? Ambição? A ilusão de “ter”tudo, em vez de “ser” tanto?

E depois, a pergunta que queima: há destino? Não há destino?
O que há é isto. Este instante. Este sopro. Este tempo que escorre. Sem volta. Sem recuo.

É prenda. É veneno. É suplício. Tantos dias gastos na pior moeda. Na pior forma.

E então vem a raiva. Cega. Surda. Incontida.
Como? Como é possível?
Dois jovens. Na flor da vida. No auge. Irmãos. Talentos do futebol. Um deles, casado há uns dias, três filhos…
Como? Como é possível?
Uma curva mal calculada? Um despiste? O fogo que engole vidas? Aos 28. Aos 26.
Portugal geme. Está em pedaços. Por empatia. Por solidariedade sim. Mas também, e falo por mim, por esta consciência que rasga: somos finitos. Frágeis. Efémeros.

A nossa hora não está marcada no calendário.

Vem. Assim. De repente. Brutal. Sem aviso. Sem piedade.
E se assim é… se assim pode ser a qualquer momento… então que seja brutal também a nossa forma de nos agarrarmos à vida! Enquanto cá estamos. Com unhas. Com dentes. Com fúria.

Não há tempo para o acessório. Não há paciência para o fútil. Não há espaço para adiar o inadiável.
Priorizar. O essencial. O amor. A presença. O abraço apertado. A palavra dita. O olhar que se cruza e f**a.
Praticar. O desapego. Do supérfluo. Da vaidade. Da corrida cega que nos afasta do que pulsa verdadeiro dentro do peito.

Diogo. André. Partiram num clarão de dor e fogo. Levam consigo sonhos. Futuros. Deixam um rasto de incompreensão e um vazio que nunca se preencherá.
Descansem em paz, onde quer que a paz se encontre. Continuem a brilhar.

À família dilacerada… às famílias… não há palavras. Só o silêncio pesado da dor partilhada. O coração partido de um país. As condolências são grãos de areia perante a montanha do vosso sofrimento. Mas estão aqui. Presentes. Como testemunhas mudas desta dor que é de todos.

Que a sua partida abrupta nos acorde. De vez.
Vivamos. Como se o amanhã fosse roubado. Porque pode ser.
Vivamos o que importa. Agora. Sem medo. Sem remorsos futuros. Com os olhos bem abertos para a única verdade que conta: estamos aqui. Por agora. E isso é tudo. E isso é imenso.

Aproveitemos!

Isabel Rodrigues Valente

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Há dias em que o calor não vem só do sol — vem de dentro.Vem da paz que se aprende a cultivar mesmo com a terra árida e ...
28/06/2025

Há dias em que o calor não vem só do sol — vem de dentro.
Vem da paz que se aprende a cultivar mesmo com a terra árida e seca, do sorriso que já não se oferece por acaso mas com sentido e propósito.

Neste fim de semana em que o mundo parece arder lá fora, escolho acender luz cá dentro.
Não a luz que ofusca, mas a que orienta.
Aquela que, mesmo em silêncio, se faz farol.

Que a tua luz — e a minha — não se apague nas pressas nem nos ruídos.
Que seja bússola, seja abrigo, seja presença.

E se o dia for quente demais, que a alma saiba ser brisa.

Bom fim de semana minha gente de verdade ♥️
rodriguesvalente

Hoje preciso de um abraço…  Não desse abraço raso que se dá por obrigação, feito de cotovelos e costelas viradas, cheio ...
27/06/2025

Hoje preciso de um abraço…

Não desse abraço raso que se dá por obrigação, feito de cotovelos e costelas viradas, cheio de ar e vazio de alma. Não desse abraço que é uma conquista, um troféu para quem me envolve os braços e pensa, lá no fundo podre, “Olha-me aqui, tão magnânimo, a consolar esta criatura". Esse abraço envenena. Esse abraço é uma faca de ponta romba a serrar-me por dentro.
Não.

Preciso do “outro”!
Do abraço que não quer nada de mim. Absolutamente nada. Nem gratidão, nem sorriso, nem sequer um suspiro de alívio que o valide. Um abraço que é apenas presença. Pura. Bruta. Desarmada.
Um abraço forte. Que me aperta até sentir os ossos rangendo, mas não para me partir. Para me lembrar que estou aqui. Encarnada. Feita de carne, osso e uma fadiga que me corrói os tendões. Um abraço que não asfixia o grito, mas que o contém, como um útero de músculo e silêncio.
Um abraço sem pieguice. Sem aquele melaço barato de falsa compaixão que me deixa mais pegajosa, mais suja. Sincero como um soco no estômago. Direto. Limpo. Que diz, sem palavras: “Estás fodida. Eu sei. Estou aqui. Não te largo."
Um abraço sem sabor a conquista. Um abraço que não é vitória de quem abraça, mas trégua. Um cessar-fogo num campo de batalha onde eu sou, há demasiado tempo, a única combatente. A única ferida. A única a arrastar-se na lama.
Doce? Sim. Mas doce como a água depois do deserto. Doce como o primeiro ar que entra nos pulmões quando quase me afogo. Doce e seguro. Como um porto que não exige que o navio seja bonito, apenas que chegue.
Incondicional. Como só o abraço de quem não tem nada a ganhar com o meu colapso ou a minha ressurreição pode ser. Um abraço que segura a queda sem julgar o tropeção. Sem apontar a pedra, o buraco, a minha perna trémula. Que segura e cala.
Silêncio. Ah, o silêncio! Nada de "vai correr tudo bem". Nada de "és tão forte". Nada de conselhos de m***a tirados de um calendário de tasca. Apenas o calor. O peso. O confinamento momentâneo dentro de um círculo de braços que não exige explicações. Que não quer o meu desabafo. Quer apenas sustentar-me. Como a terra sustenta a árvore quebrada pelo vento. Sem aplausos. Sem pena. Apenas sustento.

E sabes o que mais doi?
É que esse abraço raramente vem dos que gritam aos sete ventos serem amigos. É essa a grande mentira, a grande pilhéria cósmica. Às vezes vem de um estranho. De um olhar cruzado na rua. De um texto escrito por alguém que nunca me viu, mas que arrancou um pedaço da própria carne e o ofereceu, ainda a pulsar, em forma de letras. Às vezes vem de dentro. Quando, na escuridão total, me encontro a mim mesma no fundo do poço e, em vez de cuspir, abraço-me!
Aceito-me. Com a minha exaustão que é um continente, com a minha tristeza que é um oceano, com o meu "suficiente" que hoje é apenas uma gota deste rio, mas é meu. E é real. E é tudo o que posso dar.
E está bem.
Está bem.

Aqui está a carne da minha fadiga. A carne da minha raiva contra a obrigação de ser forte quando só quero ser humana. A carne da minha solidão no meio da multidão que me quer perfeita, admirável, invejável. A carne da minha luta.
Tenho a coragem de aceitar que o erro me define? Ele define. Ele esculpe. Ele é o cinzel que me talha a alma. Não o nego. Escrevo-o. Escrevo os meus tropeços com a mesma intensidade com que escrevo as minhas vitórias. Porque é essa intensidade que me distingue. Essa fome de verdade, mesmo que ela arda como ácido.
Escrevo como catarse! Arranco os pedaços. Arranco-os vivos, sangrentos, palpitantes. Exponho as vísceras da minha autenticidade. Que os julgamentos dos que "admiram" mas só invejam a casca, a miragem, a ilusão do que pensam que eu tenho... que esses julgamentos se afoguem no sangue da minha verdade. Eles não sabem. Nunca saberão. Não sabem que é o vazio, a falta, a fome insaciável de mais vida, mais verdade, mais intensidade – não o que tenho, mas o que falta – que me faz lutar. Que me faz ser esta versão combativa, esta fera intensa mas cansada que não sabe desistir, mesmo quando os ossos pedem tréguas.
Sou o erro e o fogo.
Sou a ferida e a luz.
Sou o grito silencioso que arranca pedaços – meus e de quem os ler – para que a carne viva por baixo do medo, por baixo da mentira, por baixo da inveja alheia e respire.

Escrever para mim é sangrar viva.
É o abraço que me dou.
É o abraço que te ofereço.
Sem palavras.
Apenas contendo, segurando.
No silêncio que cura.

Cá estou. Sempre verdadeira. Sempre crua. Sempre a arrancar pedaços para nascer de novo.

Partilha também o teu grito. A tua carne. A tua cura.
Estou aqui. Sempre.

Até amanhã ♥️

Isabel Rodrigues Valente

CARTA PARA AS MINHAS FILHAS  (E PARA TODAS AS MÃES QUE ESCOLHEM O AGORA)Laura (21 anos) e Carolina (15 anos)…Se eu pudes...
27/06/2025

CARTA PARA AS MINHAS FILHAS
(E PARA TODAS AS MÃES QUE ESCOLHEM O AGORA)

Laura (21 anos) e Carolina (15 anos)…

Se eu pudesse guardar o tempo em caixinhas de prata, abria-as ao nascer do sol para rever os vossos passos de criança. Mas a vida não se guarda, minhas meninas. Escorre-nos pelos dedos como a areia da praia que vocês tanto gostam. E um dia, sem aviso, o vento leva o que não agarramos a tempo.

Em 2025, decidi parar de ver a vida passar pela janela do escritório.
Decidi que os vossos “Mãe, olha!” não serão mais interrompidos por um “Espera só um minuto”.
Que os vossos segredos não competirão com o brilho frio de um ecrã e com o barulho irritante do telemóvel a tocar sem intervalos.
Que as nossas tardes de domingo não terão a sombra comprida do “depois” porque estou sempre cansada, ou irritada, ou preocupada…

Porque o “depois” é uma mentira doce que nos rói por dentro.
Um dia, acordei e os vossos pés já não cabiam nas minhas mãos.
Já não conseguia pegar-vos ao colo e levar-vos para a vossa cama quando adormeciam na minha.
Os vossos medos já não se sussurram ao meu ouvido.
Os vossos sonhos já voam para além do meu ninho.
E podia continuar a escrever tudo o que deixei de ter… tudo o que já não volta e me culpo por não ter aproveitado ao máximo.

Não quero ser só espectadora das vossas vidas!
Quero ser a terra onde as vossas raízes respiram fundo.
O cais onde os vossos barcos inquietos atracam.
O alvoroço dos vossos dias — risos, birras, perguntas sem resposta — como banda sonora da minha existência.

MULHERES QUE ME LÊEM:
Se o vosso peito dói de ausência na vossa própria casa;
Se “muito ocupada” é a capa que esconde o vazio;
Se o espelho já não reconhece a luz nos vossos olhos…

Escolham.
Escolham o cheiro da sopa feita sem pressa.
Escolham as danças desalinhadas na sala à terça-feira.
Escolham o silêncio que diz mais do que mil palavras.
Escolham-se antes que a vida vos escape como água entre os dedos.

MINHAS FILHAS CRESCIDAS:
Cheguei aqui com o coração aos saltos, sim.
A Laura já não cabe no meu colo, mas cabe na minha escuta quando o mundo lhe corta as asas.
A Carolina já não me pede para apertar os atacadores, mas pede-me âncora quando o mar da adolescência levanta vagas.

O que mudou não foi o amor — foi a geografia do nosso abraço.
E este convite? Continua de porta aberta.
Com a urgência suave de quem sabe que os "agoras” são mais raros, mas não menos sagrados:

☕ Uma chávena de chá com a Laura às 23h,
quando ela sussurrar: “Mãe, às vezes sinto-me perdida e com medo...”
🚉 Um passeio com a Carolina até ao mar,
só para calar as dores de crescimento com o rugir das ondas.
✉️ Esta carta que vou escrever à mão a contar-vos o que o tempo me ensinou:
que os vossos 21 e 15 anos são também a minha primavera tardia.

NÃO É TARDE. É APENAS OUTRA MARGEM.
Elas ainda precisam da minha presença inteira.
Só que agora, em vez de colo, procuram porto de abrigo.
Em vez de contos de fadas, procuram histórias de resistência.
Em vez de beijos nos joelhos esfolados,
procuram palavras que cicatrizem feridas invisíveis.

MÃES DESTE MUNDO:
O que plantarem hoje— mesmo em terra seca — há de florir.
Porque o amor não tem data de validade.
E a coragem não se mede pela idade das vossas filhas e filhos, mas pela vossa vontade de os reconhecer
como a vossa maior herança viva mas com sonhos próprios e vontades diferentes.

PARA TI, LAURA (21 ANOS):
Tens uma mãe que percebeu, afinal,
que amar-te não é dirigir o teu voo, orientar o teu caminho, é lembrar-te que podes cair, que é normal tropeçar, mas que vai ajudar-te sempre a levantar.

PARA TI, CAROLINA (15 ANOS):
Tens uma mãe que dançava na corda bamba entre “proteger-te” e “dar-te asas” mas que agora escolheu dançá-la de mãos dadas contigo.

POR ISSO VAMOS RESPIRAR FUNDO, MULHERES:
O relógio não parou.
Apenas nos sussurrou que o que verdadeiramente importa
não se perde com os anos, apura-se.

Não é sobre reaver o tempo perdido.
É sobre agarrar intensamente o tempo que nos resta. E ele será eterno, se o vivermos
com a alma lavada e o olhar desperto.

Meus amores… o meu coração bate fora do peito, sim — em cada passo vosso na calçada, em cada “Mãe!” que ecoa no corredor, no caos dos vossos mundos que já não cabem cá em casa.

Agarro este coração peregrino
e planto-o no chão sagrado do agora.
Porque este sopro de vida que me deram?
Quero gastá-lo convosco.
Inteira.
Presente.
Viva.

E QUE NINGUÉM VOS DIGA QUE ISTO NÃO É UMA REVOLUÇÃO SILENCIOSA.

A mãe, já não troca o querer parecer forte pelas lágrimas verdadeiras,
o sucesso vazio do trabalho por silêncios sinceros compartilhados,
nem a aprovação alheia pelo milagre simples de vos ter.

Guardem esta carta.
Quando a vida vos pedir escolhas difíceis,
lembrem-se que o amor não se negoceia.
É a única herança eterna.
Que o meu amor e as minhas escolhas sejam exemplo e ensinamento.

P.s: Esta é a carta que escrevi às minhas filhas. Porque um dia cansei-me de parecer forte para o mundo, quando quem realmente importa sabe que sou frágil — e ainda assim me chama he***na.

Se aqui te revês, agarra o teu ‘agora’. O mundo precisa de mulheres que ousem medir a vida pelo amor.

Isabel Rodrigues Valente

“Neste instante suspenso entre o rio e o céu,  levo comigo apenas o que importa:  a luz que me habita,  e a quietude de ...
25/06/2025

“Neste instante suspenso entre o rio e o céu,
levo comigo apenas o que importa:
a luz que me habita,
e a quietude de quem sabe
que o verdadeiro destino
se descobre no silêncio entre um respiro e outro.”

Até amanhã ♥️

Isabel Rodrigues Valente

🎉 O Facebook distinguiu-me por iniciar conversas interessantes e produzir conteúdos inspiradores para partilhar com o me...
25/06/2025

🎉 O Facebook distinguiu-me por iniciar conversas interessantes e produzir conteúdos inspiradores para partilhar com o meu público e os meus pares! Vocês, minha gente de verdade, são a minha fonte de inspiração. Obrigada de ♥️

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