Graciela Macedo

Graciela Macedo grupos de comensais]

Gastronomia Antiga Minhota • Divulgação Digital, Televisiva e Literária • Design de Comunicação

>Livro COLHEITA DE MEMÓRIAS 📕
[Património culinário, gastronómico, familiar]

>Encontros Gastronómicos PROVAR O MINHO [Reservado a peq.

A Missão: 100% Português está de volta todos os sábados à RTP1 e, nesta edição, decidiu visitar o meu amado Alto Minho.F...
09/11/2025

A Missão: 100% Português está de volta todos os sábados à RTP1 e, nesta edição, decidiu visitar o meu amado Alto Minho.
Fiquei felicíssima quando me contactaram com interesse em visitar a aldeia onde estamos, em Arcos de Valdevez, e sentir um pouco da essência dos eventos Provar o Minho.
Levei a Catarina a conhecer bem de perto algumas das principais raças bovinas com pastoreio em solo minhoto e aproveitámos para trazer leite fresco, ingrediente essencial para a sobremesa que se seguiria. Cozinhada como habitualmente nas panelas de ferro, com a Catarina a dar uma ajuda na confeção e a comunicar, de forma bonita e graciosa, todo o decorrer de um dia corrido, mas absolutamente incrível!

O meu agradecimento especial à Shine Iberia e a toda a equipa pelo carinho em todos os contactos. Obrigada pelo bonito destaque e, sobretudo, por terem vindo ver, participar e Provar o Minho. Foi um enorme gosto receber-vos em minha casa!

Quem viu o episódio? Gostaram?
📺 Poderão rever o episódio completo na RTP Play.

Classif**ação: Todos Missão: 100% Português Arcos de Valdevez e Viana do Castelo - Tradição, Aventura e Sabor|Ep. 308 nov. 2025 | temporada 6 Classif**ação: Todos

Ao evocar a gastronomia Minhota, é comum observarmos a exaltação dos pratos mais badalados como o caldo verde, cabrito, ...
18/10/2025

Ao evocar a gastronomia Minhota, é comum observarmos a exaltação dos pratos mais badalados como o caldo verde, cabrito, lampreia, bacalhau, cabidela, sarrabulho, entre outros de inegável valor cultural e sabor.
Este receituário, configura hoje um pilar importante na identidade culinária do Minho, no entanto, a nossa cozinha transcende essa mesa farta, outrora um privilégio restrito aos solares e casas senhoriais da região. Pertencentes a famílias abastadas, residentes nas vilas, burgos ou burgueses, detentores de vastas terras e gado, em que os repastos servidos à mesa eram um reflexo e um ditame do seu estatuto social.

Contudo, hoje quero falar-vos da cozinha popular ou em melhores palavras, os “comeres do pobre”. Reminiscências de tempos de profunda miséria que assolaram a maioria das famílias minhotas, distribuídas pelos vinte e três concelhos (até 1936) de terras enraizadas na vida rural.

Esta culinária de que vos falo também pertenceu ao quotidiano dos meus familiares, avós, pais, tios, vizinhos, conterrâneos e conhecidos das diversas terras às quais estou ligada (Fragoso-Barcelos, Viana-Ponte da Barca, Arcos de Valdevez), que tantas histórias me contam deste período.
Escuto-os atentamente, e curiosamente, relatam não só tempos de dureza, mas também de uma época de uma bonita união e entreajuda na sua comunidade.

Cresceram sob o jugo de uma subsistência precária, marcada por uma roda alimentar composta apenas por farinha de milho, as partes gordas do reco de salga, o unto, a couve, o feijão, leite e os ovos.
A disponibilidade destes produtos variava entre zonas ribeirinhas, litorais ou serranas, sendo por vezes comprados, outras vezes recebidos como pagamento por trabalhos ou criados nas suas próprias leiras.
Tal dieta resultava, inevitavelmente, em lacunas nutricionais, comprometendo o crescimento e gerando inúmeros casos de raquitismo entre os mais novos.

Não que não desfrutassem também de ingredientes e iguarias mais nobres. Mas estes estavam estritamente reservados para as datas festivas, que marcavam os ciclos de vida e algumas festividades de cariz litúrgico. Durante o restante ano, imperava à mesa a cozinha de subsistência e sobrevivência.

Tal como este caldo de farinha, maioritariamente confecionado pelas matriarcas da família, num grande caldeirão negro de ferro, numa cozinha farruscada pelo fumo, e servido ao meio-dia numa mesa com lugar para dez bocas. O pai detinha a primazia na refeição e no pedaço de carne que a acompanhava, pois constituía a força de trabalho e precisava de segurar o caniço por mais umas horas de labuta.
As crianças figuravam sempre o fim da lista, e pouco lhes sobrava além da água do caldo com um pedaço de broa bolorenta e o rabo de uma sardinha.

Para o caldo, numa época de escassez de batata, a farinha era a astúcia para conferir substância à refeição. Na mesma água de cozer o feijão, juntava-se um osso salgado para dar gostinho a presigo. Mais tarde, entravam as couves, e por fim, a farinha milha peneirada para o caldo engrossar. Era a refeição mais abonada do dia.

Já há alguns anos que a vida melhorou. Ultrapassadas as agruras, tem-se notado uma vontade coletiva de resgatar os costumes e os comeres antigos. Embora associados a recordações difíceis, transportam consigo uma profunda memória afetiva familiar. Mães, avós e bisavós ocupam um lugar carinhoso e cativo nas histórias relatadas por estes filhos e netos.

Poderão encontrar esta receita e muitas outras, associadas aos comeres ricos e pobres, que prevaleceram no tempo ou que, pela sua relevância, faço questão de resgatar, na pág. 26 do meu livro "Colheita de Memórias", que poderão adquirir em: https://bit.ly/3UGEmTG

11/10/2025

Quando me junto à Salsicharia Limiana, só vos trago receitas práticas e cheias de sabor!

É o caso deste petisco perfeito para um momento de última hora, para colmatar uma gula repentina ou como entretenimento pré-refeição.

Falo-vos de uns clássicos , tão simples quanto irresistíveis, finalizados com finas fatias de presunto Limiana.

Depois, é só fazer jus ao nome: romper as gemas, envolver tudo e saborear, de ojos cerrados, até f**ar enamorado por esta saborosa combinação. 👌🏻

Cozinhar com o coração nas mãos facilita muito esta tarefa, enfim, de amar os outros através da nossa cozinha. É também ...
20/09/2025

Cozinhar com o coração nas mãos facilita muito esta tarefa, enfim, de amar os outros através da nossa cozinha. É também vangloriar o que faz parte da nossa história alimentar e raízes.
No final, nem sempre obtemos o prato mais instagramável, mas em cada garfada, e neste caso em particular, sente-se um aroma distinto provindo do nosso monte, que por altura de maio está florido de carqueja e urze.

O que hoje vos apresento, é aos meus olhos e gosto envelhecido uma refeição soberana, diria até suprema, e parte do receituário mais antigo do nosso Alto Minho.
Um prato intenso, imenso e que necessita de pouquíssimos ingredientes comuns a tantas outras receitas que por aqui andam.
Não conheço nenhum restaurante que o prepare, à exceção de algumas casas particulares, habitualmente de caçadores, talvez por ser um prato apenas para apreciadores, de uma geração que está a desaparecer. Também pela mudança dos tempos, rituais do quotidiano e consequentemente dos hábitos alimentares.

Para que não se percam estas relíquias nos livros ou na memória dos mais velhos, este arroz de lebre, com valor acrescentado pela infusão de carqueja da nossa Serra Amarela, está agora perpetuado no meu Colheita de Memórias.
Com o fervor de mostrar e incentivar a todos, mesmo que poucos, o esplendor da nossa cozinha quase esquecida, com o uso de ingredientes bravios, tal como este lepus, cuja captura autorizada decorre entre setembro e fevereiro.

Receita da pág. 130 à 133 do meu livro Colheita de Memórias, que poderão adquirir aqui: https://bit.ly/3UGEmTG
Fotografia:

Registos que me vão chegando da sessão de autógrafos na Feira do Livro do Porto.Só posso agradecer à casa das Letras, ch...
02/09/2025

Registos que me vão chegando da sessão de autógrafos na Feira do Livro do Porto.

Só posso agradecer à casa das Letras, chancela da LeYa, que me permitiu sair da comodidade do ninho, para a publicação de algumas das minhas colheitas de memórias. Associadas à culinária familiar minhota, rituais de vida e suas tradições. E, com isto, poder vivenciar todos estes lugares e pessoas que continuam a chegar de todas as partes.

Se o sonho comanda a vida? Sim, comanda a vida e todos que nela cabem. Começa sempre com pequenas raízes e, tal como uma flor delicada, quer atenção, terreno fértil e claro, resiliência.
Eu sou essa flor. Vestida de saias longas e mangas arregaçadas que, depois de concretizar o sonho, tem outro e outro, que a experiência tende a provocar e a aperfeiçoar.

Às vezes sinto que precisava de mais vida e braços para dar forma a tudo o que ferve neste caldeirão ao lume.
Tudo a seu tempo. Afinal, tenho todo o tempo do mundo para semear memórias.

Próximo sábado, dia 30 de Agosto, pelas 16h00, esta acérrima Minhota marca presença na Feira do Livro do Porto, para mai...
25/08/2025

Próximo sábado, dia 30 de Agosto, pelas 16h00, esta acérrima Minhota marca presença na Feira do Livro do Porto, para mais uma sessão de autógrafos do meu “Colheita de Memórias”.

Nele, levo 53 receitas daquilo que chamamos de culinária familiar e que tanto representam o meu território, que sem grandes vaidosismos é composto de todos os elementos elementares à felicidade gastronómica.

Aos que esperaram por esta minha visita à cidade Invicta, os Jardins do Palácio de Cristal são o cenário perfeito para este encontro com todos os que se quiserem juntar a nós no stand da LeYa.

casa das Letras
Câmara Municipal do Porto

Não sou grande doceira, nem pelas mãos nem pela boca. Hoje sei que, com os mesmos gostos e virtudes da minha mãe Filomen...
09/08/2025

Não sou grande doceira, nem pelas mãos nem pela boca. Hoje sei que, com os mesmos gostos e virtudes da minha mãe Filomena.

A receita deste bonito pudim é dela, que também apregoa não ter habilidade para doces. Não posso concordar, quando das poucas lambarices que aprecio são um bom pudim, mas apenas pelas mãos dela.
Confesso que tenho muita dificuldade em encontrar uma versão com a mesma textura e não percebo bem porquê, quando a receita de sucesso leva ingredientes elementares como ovos (das galinhas dela), açúcar, farinha e leite.

Por muito que me tentem persuadir para uma fatia alheia, com expressões que parecem convincentes antes da primeira colherada — “Olhe que é caseiro”, “É a especialidade da casa” —, não conseguem convencer o meu velho gosto com pudins flan, ocos como uma nuvem, ou com o uso de ingredientes forasteiros, como o leite condensado ou a bolacha. Abro exceção para os de pão, pelo aproveitamento que se lhes dá, mas que continuam a não me encher as medidas.

Percebi alguma dificuldade em tentar uma réplica daquilo que se aparentava simples. Após várias tentativas, entendi que o “segredo” estava em preparar o próprio caramelo, que os ovos caseiros lhe acrescentam uma bonita cor e consistência e que, claro, uma pinguinha licorosa faz toda a diferença em disfarçar o odor a frescum.

Percebi também que a sua preparação é um teste à paciência e irritabilidade. No pudim, não podem existir distrações, mas também não podem existir pressas. É preciso possuir o raro dom de saber esperar pelo momento certo de o desenformar, com a tão requisitada perfeição visual. Caso não se cumpram estas últimas exigências, nem vale a pena tentar, pois o resultado será nada mais que um pudim coxo ou esventrado.

Foi, durante anos, a nossa sobremesa de domingo ou dos dias festivos de casa. Hoje é a minha referência, agora eternizada nas páginas do meu Colheita de Memórias. O pudim e ela, que sempre foi a mais meiga, a mais equilibrada, a mais doce de todos. Na sua simplicidade, soube criar-nos unidos, pacatos e com uma verdade quase pura, tal como ela.
Não sei se haverá melhor fortuna que esta. Uma boa mãe, uma boa infância e uma boa receita de pudim. Daqueles que nos preenchem a boca e a gula.

Fotografia:
Receita da pág. 137 do meu Livro Colheita de Memórias que poderão adquirir em todas as lojas ou livrarias aderentes ou aqui: https://bit.ly/3UGEmTG

Mais uma semana que termina “llena”com a visita à cozinha da Praça da Alegria. Desta vez com a preparação de um prato qu...
26/07/2025

Mais uma semana que termina “llena”com a visita à cozinha da Praça da Alegria. Desta vez com a preparação de um prato que chamamos de andadeiro, do dia a dia, costeletas do cachaço cozinhadas em cru, com batata nova cozida com a tona.
Uma refeição simples, tantas vezes preparada pela minha mãe, em Fragoso, e que hoje replico para os mais novos guardarem as mesmas memórias olfativas e paladares da minha infância.

Obrigada Jorge Gabriel e Joana Teles pela habitual receção carinhosa, renovamos abraços para mais uma temporada.

➡️ Quem não conseguiu acompanhar em direto, deixo aqui o link para acompanharem todas as dicas da receita: https://www.rtp.pt/play/p14344/e866701/praca-da-alegria/1352351 Praça da Alegria de 25 jul 2025 - RTP Play

RTP

Mais um registo para memória futura, desta na apresentação do meu Colheita e Memórias, na Feira do Livro 2025, em Barcel...
07/07/2025

Mais um registo para memória futura, desta na apresentação do meu Colheita e Memórias, na Feira do Livro 2025, em Barcelos.

Especial agradecimento ao Município de Barcelos e Biblioteca Municipal de Barcelos pelo amável convite e receção. Foi, uma vez mais, um privilégio partilhar memórias gastronómicas com todos os presentes.

Até já Barcelos! 💛

casa das Letras
LeYa

Amanhã é dia de estar e apresentar o meu Colheita de Memórias, seguida da habitual sessão de autógrafos, na Feira do Liv...
03/07/2025

Amanhã é dia de estar e apresentar o meu Colheita de Memórias, seguida da habitual sessão de autógrafos, na Feira do Livro em Barcelos.
Levo um brilho raro nos olhos e o sentimento de casa ao peito. Pois estarei no concelho do qual sou originária. Bem pertinho de onde moram todas as minhas memórias felizes. Em liberdade. Em comunidade. Em família. E por antre boa vizinhança, no meu eterno amado Lugar da Ponte, em Fragoso, e que tanto falo no livro.

Ao meu lado, estará uma vez mais, Olga Costa, uma comunicadora solene, colega no Instituto Politécnico de Viana do Castelo [IPVC] que, com o dom das palavras, irá abrir e a moderar a sessão.
A todos os conterrâneos e visitantes da Feira neste dia, encontramo-nos por lá!

Deixo-vos aqui o programa, que é bastante completo em atividades para todas as idades. https://www.cm-barcelos.pt/2025/06/barcelos-volta-a-folhear-paginas-de-cultura-com-a-feira-do-livro-2025/

Município de Barcelos
Biblioteca Municipal de Barcelos

Nos Santos Populares, ou em qualquer convívio familiar minhoto, para além das sardinhas, a bifana no pão é sempre bem-vi...
13/06/2025

Nos Santos Populares, ou em qualquer convívio familiar minhoto, para além das sardinhas, a bifana no pão é sempre bem-vinda e, de preferência, bem acompanhada de champarrião.
Poderá ser temperada com vinho branco, mas o meu gosto pessoal pede que seja em verde tinto.
Os que já adquiriram o meu livro, ou que me acompanham há algum tempo, hão de, com certeza, reparar que uso com abundância o vinhão, ou vinho verde tinto em muitas receitas, não só nas carnes como no peixe e até em alguns doces. Pois é o vinho da região, crescemos com ele e a cozinhar com ele.
Para além de pintar qualquer alimento que toca, melhora tudo. A comida f**a muito mais adamada.

Conhecem este termo? Adamada: apurada, bem temperada de sabor, daquelas que fazem as nossas papilas gustativas saltar de alegria.
Assim são estas bifanas. Não posso generalizar à moda do Minho, talvez sejam mais umas febras à minha moda, ao meu gosto, ao meu paladar envelhecido.

O champarrião é uma das bebidas que também está associada aos arraiais, especialmente no Alto Minho. Apresenta-se de branco ou tinto, com espuma no topo, altamente viciante e falsamente inofensivo.
Para quem não conhece e gostaria de provar, consegue-se encontrar nos arraiais anuais promovidos pela Quinta de Santoinho, , Café Capela e outros santuários de boas tainadas.

Fotografia:
Receita da pág. 56 do meu Livro Colheita de Memórias que poderão adquirir aqui: https://bit.ly/3UGEmTG

Endereço

Fragoso
Viana Do Castelo

Website

https://linktr.ee/gracenacozinha, https://bit.ly/3UGEmTG

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