
12/10/2025
Há um paradoxo intrigante no funcionamento da nossa psique: nós, que ansiamos tanto pelo crescimento e pela paz, somos também os arquitetos das nossas próprias fortalezas impenetráveis. Construímos, sem nem sempre perceber, muros internos robustos que nos impedem de evoluir.
Na psicanálise, compreendemos essas fortalezas como resistências. Elas são mecanismos de defesa criados pelo nosso inconsciente com uma missão aparentemente nobre: nos poupar do sofrimento. No entanto, o que era para ser um escudo protetor pode se tornar uma prisão. Essas mesmas barreiras que nos protegeram nos impedem de sentir a vida em sua plenitude, de nos relacionarmos de forma autêntica e de nos tornarmos quem verdadeiramente somos.
Pedir ajuda é, antes de tudo, um ato de coragem frente a essas resistências.
É um movimento consciente que diz: "Reconheço que meus próprios mecanismos de autopreservação agora me limitam. E escolho enfrentá-los."
No setting analítico, criamos um espaço seguro justamente para que essas barreiras possam ser, lentamente, observadas, compreendidas e, quando o momento for certo, desconstruídas. Não se trata de derrubar os muros a força, mas de entender sua função e, com isso, encontrar uma saída.
Portanto, se você se sente travado, repetindo padrões que não fazem mais sentido ou simplesmente sobrecarregado pelo peso de si mesmo, saiba:
1. Isso não é fraqueza, é a sua psique sinalizando que velhas soluções já não servem mais.
2. A resistência ao tratamento é parte do processo. É normal sentir medo, descrença ou até uma vontade de desistir. Compartilhar esses sentimentos já é um avanço terapêutico.
3. Buscar um analista é buscar um aliado.
Não espere até que as paredes fiquem altas demais. A chave para a mudança que você tanto precisa pode estar justamente no gesto de pedir para que alguém o ajude a encontrá-la.
Você não precisa (e nem deve) fazer isso sozinho, me chame e vamos conversar.