18/07/2025
A história do “Zé das Águas” – O Pescador que Conversava com os Peixes
Lá pras bandas do sertão do Rio Grande do Norte, mais precisamente ali nos mangues perto da ponte de Igapó, morava um cabra chamado Zé das Águas. Homem simples, chapéu de palha na cabeça, camisa aberta no peito, e com um braço mais bronzeado que panela de barro.
Zé era conhecido por ser o melhor pescador da região, mas o povo dizia que ele tinha um segredo: conversava com os peixes!
— “É mentira tua, compadre!” — dizia um.
— “Eu vi com meus próprios olhos, ele chamando um robalo pelo nome e o bicho pulando no barco!” — jurava outro.
Certa feita, num dia de sol rachando mamona, Zé pegou seu barco velho, jogou a tarrafa pro lado e gritou:
— “Ô Tarpon véi, aparece que tô precisando de janta!”
E num é que o Tarpon saltou na hora, caiu dentro do barco e ainda bateu o rabo como se dissesse “Tamo junto, Zé”?
O povo ficou bestado. Dizem que Zé não usava isca comum. A isca dele era feita de folha de mangue, pedaço de coco seco e promessa. Era só ele jogar na água e os peixes vinham como quem vem pra festa.
Teve uma vez que um gr**go veio filmar um documentário e ficou de queixo caído quando viu o homem pescando curvina com assovio. O gr**go só dizia:
— "This man is fish whisperer!"
Mas um dia, Zé sumiu. Dizem que entrou no mangue e nunca mais voltou. Outros contam que ele virou uma lenda viva e hoje pesca nas águas do céu, jogando tarrafa de nuvem.
Mas quando o sol bate certo no rio, bem de tardinha, o povo ainda escuta:
— “Ô Dentão véi, sai da toca que Zé chegou!”
E o rio f**a em silêncio... como quem respeita o rei das águas.
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