06/06/2025
Funje: Tesouro Nacional ou Vilão Disfarçado?
Por: Gracildo Vieira Dias
Em Angola, há um ritual sagrado que se repete em muitas casas: de manhã — funje; ao meio-dia — funje; ao jantar? Claro, funje também. Se houvesse funje em forma de sobremesa, não duvido que alguns degustariam sem pestanejar.
É nesse cenário que a naturopata Tchissola surgiu como um trovão no céu azul da tradição. Disse, sem rodeios, que o funje pode estar por trás de males como infertilidade, baixa libido e até dores na coluna. Pronto, bastou. As redes sociais quase pegaram fogo. Uns riram, outros choraram, e muitos perguntaram-se: “É o fim do funje?”
Claro que não é fácil tocar num símbolo nacional. Para alguns, mexer no funje é quase como faltar ao respeito à bandeira. O ilustre Fernando — que também é Mugiba— talvez até classificasse como crime de ultraje. Mas há que ponderar: e se a doutora “ NaturoPata” tiver razão? E se esse funje de hoje, cheio de farinha adulterada, realmente estiver a sabotar o organismo, silenciando desejos e travando gerações?
Tenho um amigo que já vai nos 30 e tal anos, sem mulher nem filhos. Vive com a mãe, e o funje é sagrado — no mata-bicho, almoço e jantar. Agora, com essa revelação, começou a olhar para o prato com des-confiança. “Será que é por isso que nunca mais tive um enjoo amoroso?”, perguntou-me, a rir e a tossir farinha. Se for verdade, aqui na banda muitos estarão paiados!
No fundo, talvez não seja o funje o vilão, mas o exagero. Tudo em excesso vira vício — e vício, sabemos, cobra caro. Não se trata de abolir o funge da mesa, mas de repensar a qualidade da farinha, promover a diversidade alimentar… e, quem sabe, dar uma chance ao arroz integral ou à batata-doce.
Porque, se o funje for mesmo culpado de tanta coisa, aí sim: teremos de marcar uma audiência pública — e será das mais emocionadas da história nacional.
E tu, és “funjedependente”?
Call now to connect with business.