01/03/2025
Não nos diga o que vamos sentir. Não está em posição de ditar isso", respondeu Trump em voz alta.
"Não tem as cartas neste momento", disse-lhe. "Está a jogar com milhões de vidas".
Esta troca de palavras terá feito tinir os ouvidos nos corredores do poder na Europa, onde nenhum "belo oceano" se separa da potencial agressão russa e onde o desejo de garantias de segurança dos EUA é pelo menos tão forte como o da Ucrânia.
Os líderes europeus têm continuamente seguido a associação da Ucrânia à NATO, na esperança de que isso coloque o país sob o escudo de segurança ocidental mais vasto - cujo banco de último recurso são os EUA, com o seu arsenal nuclear e poderio militar.
O conflito e a confusa tentativa de paz estão agora a pôr em causa a coerência e a existência da NATO, deixando a aliança de má saúde - veja-se a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Ucrânia, na semana passada, em que os EUA votaram com os tradicionais inimigos da NATO, a Rússia e a Coreia do Norte.
Os principais políticos europeus manifestaram no X o seu apoio incondicional a Zelenskyy e à Ucrânia, incluindo os da França, Reino Unido, Polónia, Espanha, Irlanda, Islândia, Alemanha, Lituânia, Moldávia e Suécia.
"Hoje, ficou claro que o mundo livre precisa de um novo líder. Cabe-nos a nós, europeus, aceitar este desafio", declarou a chefe da política externa da UE, Kaja Kallas.
Mas é menos dispendioso para a UE substituir os EUA como principal patrocinador da Ucrânia na sua luta contra a agressão russa.
Os líderes da UE deverão reunir-se na quinta-feira para chegar a acordo sobre vários meios de libertar fundos para os seus orçamentos de defesa, que estão sobrecarregados. Mas o défice de defesa no continente está enraizado e a Europa continua a depender excessivamente dos EUA. Tal como uma criança de 40 anos que nunca saiu da casa dos pais, acordou agora e descobriu que o pai já não está satisfeito com o acordo.
A crise sobre as futuras garantias de segurança para a Ucrânia é também uma crise