
01/08/2025
PRESIDENTE DA REPÚBLICA QUEBRA O SILÊNCIO APÓS PROTESTOS: “FOI VANDALISMO, NÃO FOI GREVE”
Por; Redação ONEzoom | Luanda
Após dias de tensão nas ruas da capital e outras províncias, o Presidente da República, João Lourenço, dirigiu-se à Nação para comentar os acontecimentos registados entre segunda e terça-feira desta semana. No seu pronunciamento, o Chefe de Estado condenou os actos de violência e pilhagem, classif**ando-os como “crimes premeditados” e não manifestações legítimas.
“O que assistimos desde segunda-feira foram actos de destruição, assaltos, pilhagens e ameaças a cidadãos inocentes. Isso não é greve, é crime”, afirmou o Presidente.
Durante o discurso, João Lourenço agradeceu o trabalho das forças da ordem, da justiça e do sector da saúde no controlo da situação, referindo que a ordem foi restabelecida em tempo útil. No entanto, reconheceu as consequências negativas dos acontecimentos, como destruição de bens públicos e privados, redução de serviços, perda de postos de trabalho e até mortes de civis.
Um dos momentos mais marcantes foi a menção à morte de uma cidadã por disparo de um agente da polícia. O Presidente não detalhou o caso, mas expressou “profundos sentimentos de pesar” às famílias das vítimas e desejou rápidas melhoras aos feridos.
Fontes independentes e relatos nas redes sociais indicam que uma mãe terá sido alvejada mortalmente em frente ao filho, durante confrontos em Luanda episódio que causou forte comoção popular.
Na segunda parte da mensagem, João Lourenço procurou recentrar o discurso nas medidas sociais do Executivo. Relembrou investimentos em educação, saúde, habitação e grandes obras públicas, principalmente nas províncias do sul afectadas pela seca.
“O Estado está a fazer o seu melhor”, reforçou o Chefe de Estado, apontando a construção de infraestruturas e programas de empregabilidade como principais soluções para os problemas sociais.
O Presidente apelou também a um maior papel das famílias, escolas e igrejas na educação moral e cívica da juventude, deixando críticas indiretas às redes sociais, que considera serem “instrumentos sem rosto” usados para manipular a juventude.
Para tentar mitigar os impactos da destruição, o Governo prometeu aprovar medidas de apoio às empresas vandalizadas, já na próxima segunda-feira, com o objectivo de repor stocks e proteger os postos de trabalho.
“Quem conduziu estas ações criminosas saiu derrotado”, concluiu o Presidente, garantindo que o Executivo já está a planear respostas mais ef**azes para eventuais reincidências.
Nas ruas e nas redes, a mensagem gerou reacções mistas. Muitos questionam a ausência de responsabilização por parte das autoridades quanto ao uso excessivo da força, enquanto outros consideram justo o apelo à ordem e à estabilidade.
A questão que f**a: num país com desigualdades persistentes e crescente descontentamento social, até onde vai o direito de protestar e quando começa o crime?
ONEzoom | Informação que não passa ao lado.